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quinta-feira, 3 de setembro de 2015
Renan, o “popozudo”
Quando o presidente do Congresso precisa recorrer a um funk
para explicar a relação com Dilma Rousseff, é porque a vaca foi para o brejo
faz tempo. Valesca Popozuda dá o tom do momento político.
No vídeo, a especialista em pedaladas bandidas jura que as contas públicas vão muito bem. É hora de despejar do Planalto quem vive mentindo para manter o emprego
Em 15 de outubro de 2013, durante uma visita a Salvador,
Dilma Rousseff não escondeu a irritação ao topar com outro jornalista
interessado em saber se a gastança do governo ficaria abaixo da receita. Claro
que sim, rosnou a especialista em esconder rombos obscenos com pedaladas
fiscais e outras mágicas de picadeiro.
“Contas públicas absolutamente em ordem”, mente no vídeo a
supergerente de araque antes de desferir um vigoroso pontapé na verdade:
“Quando que o Brasil teve 378… entre 376 e 78 bilhões de dólares de reserva…”,
fantasia nossa Angela Merkel de botequim. Passados menos de dois anos, a farsa
está em frangalhos.
O Orçamento esburacado pela incompetência, pela leviandade e
pela corrupção provou que os pagadores de impostos são lesados e iludidos há
quase 13 anos. Colocada na alça de mira da Justiça Eleitoral, do Tribunal de
Contas da União e da Operação Lava Jato, repelida por mais de 80% da nação
exausta de lulopetismo, Dilma foi obrigada a admitir o naufrágio.
O Brasil Maravilha só existiu na imaginação dos poderosos
embusteiros. É hora de sepultar em cova rasa a criatura e seus criadores. É
preciso despejar do gabinete no Planalto, o quanto antes, quem conta mentiras o
tempo todo para permanecer no emprego que jamais mereceu.
Sergio Moro: 'Na Lava Jato, me deparei com um quadro de corrupção sistêmica'
O juiz federal Sergio Moro, responsável pelas ações da Lava
Jato, participou do Exame Fórum 2015 e, em entrevista ao diretor de redação do
site de VEJA Carlos Graieb, afirmou que o sistema judicial brasileiro é falho e
que promove "processos sem fim".
Não há limite para o nervosismo
Continuou hoje a boataria sobre a queda do ministro da
Fazenda, Joaquim Levy, apesar de a presidente Dilma Rousseff dizer que o
ministro não está isolado nem desgastado. Ficou um pouco a impressão de um
técnico de futebol de time em crise, dizendo que o "técnico está
prestigiado".
Continuou também hoje a dúvida sobre como o governo vai
fazer para cobrir o rombo em seu orçamento. Mais impostos? Mais cortes de
gastos? Mas cortar onde? Aumentar quais impostos? Politicamente, está difícil
tanto cortar gasto social, o maior, quanto aumentar imposto. Assim, a dívida do
governo continuará a crescer. Assim, assim, continuarão a subir as taxas de juros
no mercado e o dólar.
É o que está acontecendo. O dólar continua sua disparada. Os
juros de mercado foram para os níveis mais altos desde 2008. Quando há dúvida
sobre a capacidade de um governo pagar suas contas, o credor eleva os juros.
Quando há dúvida sobre o futuro econômico de um país, os investidores vendem a
moeda desse país. O real. O dólar sobe.
Se o futuro é incerto, o presente é evidentemente de
recessão que se aprofunda. As vendas de carros cairam neste ano 20% em relação
a 2014. A produção da indústria cai faz 17 meses, em relação ao mesmo mês do
ano anterior. A indústria brasileira agora regrediu ao nível de produção de
2009, de seis anos atrás, quando aliás também estava meio mal, ainda se
recuperando da crise mundial de 2008.
Com juros na praça subindo e dólar em alta excessiva,
ameaçando mais a inflação, entre outros problemas, essa situação apenas piora.
Como o governo ainda não tem a menor ideia de como vai fechar as suas contas, o
nervosismo dos donos do dinheiro grosso, o chamado mercado, os credores do
governo, aumenta. Como não se sabe nem quem será o ministro da Fazenda na
semana que vem, não há limite para o nervosismo. Atualmente, no que diz
respeito às finanças do governo e do mercado, estamos à deriva, sem rumo. O que
agrava a situação de crise real, aquela que tira emprego, reduz salário e
sufoca os negócios.