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quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Não há limite para o nervosismo



Continuou hoje a boataria sobre a queda do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, apesar de a presidente Dilma Rousseff dizer que o ministro não está isolado nem desgastado. Ficou um pouco a impressão de um técnico de futebol de time em crise, dizendo que o "técnico está prestigiado".

Continuou também hoje a dúvida sobre como o governo vai fazer para cobrir o rombo em seu orçamento. Mais impostos? Mais cortes de gastos? Mas cortar onde? Aumentar quais impostos? Politicamente, está difícil tanto cortar gasto social, o maior, quanto aumentar imposto. Assim, a dívida do governo continuará a crescer. Assim, assim, continuarão a subir as taxas de juros no mercado e o dólar.
                             
É o que está acontecendo. O dólar continua sua disparada. Os juros de mercado foram para os níveis mais altos desde 2008. Quando há dúvida sobre a capacidade de um governo pagar suas contas, o credor eleva os juros. Quando há dúvida sobre o futuro econômico de um país, os investidores vendem a moeda desse país. O real. O dólar sobe.

Se o futuro é incerto, o presente é evidentemente de recessão que se aprofunda. As vendas de carros cairam neste ano 20% em relação a 2014. A produção da indústria cai faz 17 meses, em relação ao mesmo mês do ano anterior. A indústria brasileira agora regrediu ao nível de produção de 2009, de seis anos atrás, quando aliás também estava meio mal, ainda se recuperando da crise mundial de 2008.

Com juros na praça subindo e dólar em alta excessiva, ameaçando mais a inflação, entre outros problemas, essa situação apenas piora. Como o governo ainda não tem a menor ideia de como vai fechar as suas contas, o nervosismo dos donos do dinheiro grosso, o chamado mercado, os credores do governo, aumenta. Como não se sabe nem quem será o ministro da Fazenda na semana que vem, não há limite para o nervosismo. Atualmente, no que diz respeito às finanças do governo e do mercado, estamos à deriva, sem rumo. O que agrava a situação de crise real, aquela que tira emprego, reduz salário e sufoca os negócios.

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