Por Juca Chaves
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segunda-feira, 13 de abril de 2015
Ele tem o poder de colocar o processo de IMPEACHMENT em andamento. Mas não o fez...
Ele ousou desafiar o poderoso PT e já é perseguido pelos
“soldadinhos” da esquerda, por onde quer que ande.
O Partido dos Trabalhadores vem sofrendo seguidas derrotas
no CONGRESSO. Essa semana ao Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, por 298
votos a 95, emenda do deputado Alfredo Kaefer (PSDB-PR) à Medida Provisória
661/14 e proibiu o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
de se recusar a fornecer informações sobre operações de empréstimo com base em
sigilo contratual, incluindo aí empréstimos para obras no exterior.
Com isso uma das solicitações feitas na grande manifestação
de São Paulo e também nas que ocorreram no final de 2014 foi atendida.
O gayzismo petista também não tem mais qualquer
possibilidade de entrar na pauta do Câmara. Foi aberta uma nova CPI da
Petrobrás.
Foi colocado em andamento uma PEC de reforma política que diverge
totalmente da proposta do Partido dos Trabalhadores.
Definitivamente o PT não manda mais no Congresso Nacional. A
mobilização da sociedade esclarecida, realizada antes das eleições de 2014 e
que aconselhava a não votar em candidatos do Partido dos Trabalhadores, com
toda certeza foi bastante eficaz e deixou o partido isolado na casa
legislativa.
Agora, sem dinheiro para distribuir, o partido de LULA e
DILMA tende a ficar cada vez mais distante da possibilidade de ver suas
propostas aprovadas com facilidade.
Impeachment.
Cunha, um dos potenciais substitutos do Presidente em caso
de IMPEACHMENT, disse que esse procedimento ainda não cabe no caso de DILMA.
Contudo, ainda assim, por onde vai, sofre perseguição da militância petista.
Essa semana, na Paraíba, o deputado foi perseguido e quase não pode discursar
por causa da ação de militantes LGBT e da CUT. O político disse que o culpado
pela bagunça que ocorreu foi o deputado Anísio Maia, do PT.
Se o Brasil fosse parlamentarista Cunha hoje ocuparia o
lugar de Dilma Roussef. Portanto, de forma alguma pode-se desprezar o seu
poder.
Pelo que conhecemos do PT e de Dilma Roussef, bastaria uma
conversinha de bastidores com a Presidente, e uma singela ameaça de que pode
colocar uma das várias propostas de IMPEACHMENT em votação, para que DILMA
fique aterrorizada e determine a sua legião de militantes pagos que deixe
Eduardo Cunha em paz.
Mas Cunha não fez isso e alguns podem estar se perguntando o
motivo.
Estaria acumulando massa crítica?
“O PT mostra sua intolerância em todos os locais, faz
movimentações orquestradas movimentando seu braço sindical quando deveria está
na CPI da Petrobrás, ouvindo os depoimentos e cobrando soluções em vez de
impedir o debate da reforma política”, disse Eduardo Cunha.
Aprendendo com o povão
A queda abrupta na audiência da TV Globo ilustra algo que
venho dizendo aqui há semanas: a revolta popular não é só contra meia dúzia de
políticos ladrões, nem só contra a sra. Dilma Rousseff, o PT ou mesmo o Foro de
São Paulo: é contra toda a elite que os protegeu e os legitimou no poder à
força de mentiras e desconversas.
Sempre de joelhos ante as modas estrangeiras mais idiotas, e
manipulados por intelectuais ativistas que, a despeito da sua mediocridade,
sempre deslumbraram as suas mentes ainda mais medíocres, os donos dos nossos
meios de comunicação puseram todos os seus formidáveis recursos a serviço de
uma “revolução cultural” cuja simples existência ignoravam e que foi, aliás,
concebida precisamente para ser levada a cabo por idiotas úteis que a
ignoravam.
Antonio Gramsci é bastante explícito quanto a esse ponto:
não se trata de “conquistar corações e mentes”, como afirmou esse asno pomposo
que ocupa o Ministério da Educação, mas, bem ao contrário, de fazer com que
“todos sejam socialistas sem sabê-lo”, de dominar o “senso comum” a tal ponto
que massas inteiras da população repitam chavões e slogans sem ter a menor
idéia da sua origem e da sua função num plano estratégico de conjunto.
A diferença entre o antigo militante proletário conquistado
para a causa do comunismo e o moderno servidor da revolução cultural é tão
imensurável que, por si, basta para ilustrar a elasticidade psicopática da
mente revolucionária, sempre pronta a trocar de atitude, de discurso e de
valores cada vez que julga isso necessário para o aumento do seu poder. O
primeiro decorava manuais de marxismo-leninismo, era hipersensível ao menor
desvio da ortodoxia partidária e proclamava orgulhosamente sua condição de comunista
militante, sacrificando bens, vida, honra e liberdade, tudo pela causa. Em
volta dele existiam, é claro, alguns
idiotas úteis sem cultura marxista, que se associavam à luta por motivos
subjetivos totalmente estranhos ao marxismo, que levavam o militante genuíno às
gargalhadas.
Na militância gramsciana, as proporções inverteram-se: o grosso da contingente compõe-se de idiotas
úteis, os militantes doutrinados reduziram-se a uma discreta elite dirigente
que não faz a menor questão de que seus seguidores saibam por que a seguem.
Os motivos subjetivos, que antes eram apenas acréscimos
acidentais ao corpo da luta revolucionária, tornaram-se a propaganda oficial,
que na mesma medida perdeu toda unidade e coerência, estilhaçando-se numa
poeira alucinante de chavões e cacoetes mentais desencontrados, bons para todos
os temperamentos e preferências, incluindo a expressão histérica das
insatisfações mais fúteis que o marxista puro-sangue de antigamente desprezava
como “pequeno-burguesas”.
A pessoa e os feitos do sr. Jean Wyllys ilustram esse estado
de coisas da maneira mais didática que se pode imaginar. Na sua ânsia de juntar
num front comum tudo quanto lhe pareça anti-ocidental e anticristão, ele exige
que as escolas esmigalhem de vez os cérebros das crianças com aulas simultâneas
de gayzismo e de islamismo. Cada pequeno
brasileiro será portanto informado de que ele deve fazer aquilo que, se ele
fizer, será punido com pena de morte.
Às vezes as pessoas clamam contra a “doutrinação marxista”
nas escolas, mas “doutrinação” é eufemismo: os tempos da doutrinação já
passaram. O que ali se faz é infinitamente mais destrutivo do que qualquer
doutrinação. Pascal Bernardin, no livro Maquiavel Pedagogo (v.
https://www.facebook.com/maquiavel.pedagogo/videos), descreveu em minúcias como
as técnicas adotadas na educação das crianças hoje em dia são calculadas para
induzir mudanças de comportamento sem passar pela aprovação consciente. Não se
trata de “conquistar corações e mentes”, mas de adestrar os corpos no
aprendizado da macaquice.
O apelo à consciência é cada vez mais reduzido, ao ponto de
que aquele que passou por esse treinamento se torna incapaz de perceber as mais
grotescas incoerências no seu discurso, mesmo quando elas tornam irrealizável
na prática aquilo que ele proclama como seu sonho e ideal. O sr. Jean Wyllys é
o produto perfeito e acabado de um sistema de ensino montado para produzir
idiotas úteis em escala industrial.
É evidente que, abolido o confronto ideológico explícito,
dissolvida a ortodoxia marxista num farelo de esterótipos para todos os gostos,
cada freguês podendo escolher à vontade os “direitos humanos”, a
“anti-homofobia”, o “anti-racismo”, o culto de uma lendária superioridade
espiritual do Oriente, a mitologia indigenista, a liberação das drogas, os
delírios da New Age, o ressentimento feminista, o islamismo ou tudo isso de uma
vez, o mero fato de um sujeito ser pessoalmente um bilionário capitalista, e eventualmente
o dono de uma rede de canais de TV, não o torna imune, no mais mínimo que seja,
à contaminação de uma lepra mental que assume todas as formas e o assalta por
todos os lados.
Foi assim que os donos da mídia, sem percebê-lo nitidamente,
e até mesmo negando-o peremptoriamente, se tornaram servidores da “revolução
cultural” que os abomina e despreza ao ponto de imaginá-los – pasmem! –
responsáveis pelos movimentos de protesto anti-PT. O sr. João Pedro Stedile
proclamando “A Globo fez tudo isso”, ao mesmo tempo que os manifestantes
escorraçavam os repórteres da Globo a cusparadas – eis uma cena representativa
da confusão monstruosa que o gramscismo produziu na mente brasileira.
Enquanto os “intelectuais” e “formadores de opinião"
mostravam cada vez mais nada entender do que estava acontecendo, exemplificando
eles próprios o estado de turva inconsciência reinante, o povão, quase por
milagre, apreendeu a unidade oculta por trás dos rostos cambiantes e
inumeráveis do seu inimigo, e se voltou contra ele com uma determinação e uma
coragem admiráveis.
Domingo ele vai nos dar mais uma lição a respeito.
Passando a limpo
Por Ernesto Caruso
O livro Março 1964: Mobilização da audácia, editado em 1965,
narra os fatos que marcaram o entorno histórico do Movimento Cívico-Militar que
justificaram o afastamento do então presidente João Goulart, manipulado pela
opção marxista, a macular as regras constitucionais, pilares da democracia e da
liberdade e, a solapar as tradições cristãs, sobejamente desrespeitadas nos
países da cortina de ferro.
Quem não leu vai tomar conhecimento do que escreveu o
jornalista José Stacchini, autor do livro, integrante de O Estado de São Paulo
e, como citado no texto, considerado um de seus mais notáveis repórteres. Pleno de credibilidade.
A carta do Dr. Júlio de Mesquita Filho, de 20 de janeiro de
1962, ao Estado-Maior clandestino, transcrita no livro, demonstra a articulação
posta em andamento para a neutralização do nefasto e perigoso governo.
Divergindo de alguns pontos, ressalta as falhas dos movimentos de outubro de
1945 contra a ditadura e na queda de Getúlio em agosto de 1954, com a
precipitação da entrega do Poder “a homens que vinham do mesmo passado”;
discute sobre o prazo de permanência de um governo discricionário; trata do
expurgo dos quadros do Poder Judiciário, como absolutamente necessário, mas sem
violências desnecessárias; opta pela decretação do estado de sítio, de início,
com a dissolução das Câmaras; defende a vigência da Constituição de 1946, com
as devidas alterações; propõe nomes para as pastas ministeriais, concluindo que
“seria meio caminho andado para que o País se convencesse de que, afinal, se
haviam apagado da nossa História os hiatos abertos na sua evolução pela
ditadura do senhor Getúlio Vargas e pela ação corruptora dos seus discípulos
nos governos que se sucederam até os nossos dias”; e, com extrema convicção,
proclama que: “Acha-se o País em estado de profunda comoção e não esconde a
descrença que o vai dominando, relativamente à possibilidade de sairmos da
situação de anarquia e desordem em que desesperadamente nos debatemos.”.
A etapa seguinte, de acordo com o livro, foi a apresentação
por parte do doutor Júlio de Mesquita Filho aos chefes da conspiração de um
projeto de “Ato Institucional”, elaborado pelo diretor de O Estado de S. Paulo
com a colaboração de professor de Direito Constitucional. Os seus dezesseis
artigos definem que o governo será constituído por uma Junta Militar, que serão
dissolvidos o Senado, a Câmara dos Deputados, as Assembleias Legislativas e as
Câmaras Municipais, que governadores e prefeitos poderão ser confirmados ou
destituídos com a nomeação de interventores, além de outras providências. O que
ocorreu efetivamente foi igual ou semelhante ao previsto, com as alterações
impostas pelo momento.
Estas lembranças têm como objetivo destacar a participação
do eminente brasileiro em defesa das instituições democráticas que estavam sob
a ameaça de um governo alienado dos seus compromissos com a Constituição
Federal, com a Nação e com o ocidente. Comprometendo as Américas com a
implantação de mais um satélite soviético bem maior do que Cuba, que fatalmente
não teria sido da forma incruenta como foi a o Movimento de 64, impedindo a
luta fratricida prestes a deflagrar. Não foi uma única voz a sentir o perigo.
Há que se entender aquele período como fato histórico do
passado, discutido nos enfrentamentos entre os políticos que lhe eram
favoráveis e seus adversários. Daqui
para frente – lembrando com veneração do Duque de Caxias – marchar juntos,
ombro a ombro, contra o inimigo comum sempre presente, quer na área do
desenvolvimento econômico, tecnológico e social.
Ilude-se quem pensa que o povo não está cansado da enfadonha
orquestração contra o chamado regime militar ou ditadura como outros proferem.
Os jovens estudantes pela natureza inquisidora estão insatisfeitos, pois lhes
apresentam só uma vertente dos fatos.
A Comissão Nacional da Verdade não foi fiel à verdade e nem
ao compromisso de apresentar ao cidadão comum o que de fato ocorreu pela
oportunidade que teve de analisar com profundidade os documentos gerados nos
órgãos do Estado e nas publicações da imprensa. Ainda que se tente justificar
os atos de terrorismo como parte do direito dos empenhados na luta armada, não
deixam de ser crimes hediondos e pior, em se tratando de passantes fortuitos
nos raios de ação dos artefatos explodidos. Crimes tão anistiados como os
praticados pelos agentes do Estado como a alegada tortura. Existente ou não.
A quantidade de jovens dos movimentos de rua e pelas redes
sociais que prega a intervenção militar constitucional demonstra como se vê o
passado e o conturbado presente do “Fora Dilma” ao “Impeachment já!”.
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Ernesto Caruso é Coronel Rfm do Exército Brasileiro
12 de Abril: Indignação contra Dilma e o PT continua em alta
Manifestação contra o governo do PT, em São Paulo
(Paulo
Whitaker/Reuters)
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Protestos reúnem cerca de 675.000 pessoas em 24 Estados de
Norte a Sul, além do Distrito Federal. Atos demonstram que os protestos vieram
para ficar.
Brasileiros de quase todas as unidades da federação voltaram
às ruas neste domingo para protestar contra a corrupção e a inépcia instaladas
no governo federal. O protesto reuniu 275.000 pessoas na Avenida Paulista, em
São Paulo, e se repetiu em pelo menos 200 cidades. Mais uma vez, sem serem
convocados por sindicatos ou partidos políticos, centenas de milhares de
pessoas expressaram seu descontentamento com a atual gestão. Embora em menor
número do que no dia 15 de março - estima-se que cerca de 600.000 pessoas
tenham ido às ruas neste domingo -, eles deixaram claro o sentimento de revolta
que, de acordo com as pesquisas de opinião, atingem a maioria do povo
brasileiro. Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado pelo instituto indica que
63% dos brasileiros são favoráveis à abertura de um processo de impeachment
contra a presidente por causa do escândalo do petrolão. Para 57% dos
entrevistados, Dilma sabia do esquema de corrupção na Petrobras e deixou que
ele acontecesse. Somada a uma pesquisa com resultado tão desfavorável ao
governo, a volta das pessoas à rua é a prova de que a indignação contra Dilma e
o PT segue em alta.
Na maior parte das cidades, a manifestação deste domingo foi
menor que a do 15 de março. Por outro lado, o movimento ganhou capilaridade.
Havia manifestantes organizados contra Dilma em cidades como Laranjal do Jari
(AP), São João do Panelinha (BA), Goianésia (GO), Carvalhópolis (MG), Dois
Vizinhos (PR) e Imbé (RS). Um mês atrás, os protestos ocorreram em apenas 160
municípios. Flávio Brado, um dos líderes do Vem Pra Rua, comemorou o número de
manifestantes e disse que o mais relevante neste domingo foi o aumento no
número de cidades com protestos. "Mais importante que o número de pessoas
aqui em São Paulo, que já sabemos que nos apoia, foi conseguirmos duplicar,
triplicar, o número de municípios que tiveram manifestações contra o
governo", afirmou. Segundo ele, o foco agora é levar as demandas populares
a Brasília. "Nesta semana, formalizaremos item por item o que tem de ser
feito. O voto distrital puro e não obrigatório será uma dos pedidos do
grupo".
Salvador,
protesto contra o governo da presidente Dilma Rousseff e contra o PT (Partido dos Trabalhadores) (Foto: Vem Pra Rua/Divulgação) |
A queda no número de manifestantes pode ser atribuída a
vários fatores. O 15 de março foi fruto de um longo trabalho de organização de
movimentos independentes como Vem Pra Rua, Brasil Livre e Revoltados On-line,
que começaram a convocar participantes pelas redes sociais quase dois meses
antes. Na semana que antecedeu aquele protesto, dois fatos contribuíram para
acirrar os ânimos: o pronunciamento em rede nacional da presidente no dia 8,
saudado com um panelaço, e a tentativa do PT e de aliados do sindicalismo de
promover uma contramanifestação na antevéspera do movimento.
Neste domingo, nenhum desses fatores esteve presente. O
tempo de organização foi menor e o governo e o PT se mantiveram em silêncio
antes da manifestação. O foco do noticiário na última semana foi o Legislativo,
com a votação do projeto de lei sobre a terceirização (um dos assuntos mais
comentados das redes sociais) e a prisão de três ex-deputados na Operação Lava
Jato.
Desenhos contra presidente Dilma Rousseff chamam a
atenção durante manifestação na Avenida Paulista,
São Paulo (Foto: Ricardo
Matsukawa/VEJA)
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Fora PT
Um dos líderes do Movimento Brasil Livre, Renan Haas,
avaliou que, mesmo menor, o protesto deste domingo foi positivo porque, ao
contrário de 15 de março, todos os grupos se uniram para pedir a saída da
presidente. "Acho que houve menos gente, mas houveram manifestações em um
número bem menor de cidades. Mas foi positivo porque a mensagem dessa vez ficou
clara. Ninguém estava aqui por uma pauta genérica de corrupção, mas todos os
grupos estavam pedindo o impeachment de Dilma Rousseff", afirma.
Especialmente na era das redes sociais, contudo, a ida às
ruas é apenas uma das formas de expressar insatisfação com o governo. A
diminuição no número de manifestantes não é necessariamente um sinal de aumento
na aprovação do governo. É o que também diz uma pesquisa do Datafolha divulgada
neste sábado: o nível de aprovação de Dilma Rousseff está estacionado em 13%. A
permanência da pressão popular sobre o governo, evidenciada pelas manifestações
deste domingo, deve dificultar o esforço do Planalto para sair da crise de
múltiplas faces em que se envolveu.
Os petistas, entretanto, enxergam um princípio de reação do
Executivo. "O governo está tomando todas as iniciativas: no combate à
corrupção, no ajuste fiscal, atuando contra o projeto de lei da terceirização.
A presidente está conseguindo responder bem", afirma o líder do governo na
Câmara, José Guimarães (PT-CE).
O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (PT-AC), admite que
ainda é cedo para falar em uma reação definitiva do governo, mas vê sinais de
recuperação. "Os números da Petrobras, a questão da articulação política
do governo com o Michel Temer, isso somado vai dando uma conotação nova. A
popularidade da presidente Dilma não cai mais e tende a subir agora",
avalia. Na visão dele, entretanto, o governo só conseguirá se reerguer em
definitivo se conseguir aprovar as medidas do ajuste fiscal no Congresso.
Coube, inclusive, ao vice-presidente comentar os protestos
em nome do governo. Recém-chegada do Panamá, onde participou da Cúpula das
Américas, Dilma passou o dia reclusa no Palácio do Planalto. Durante velório do
ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF), ex-senador e ex-deputado
gaúcho gaúcho Paulo Brossard, morto neste domingo em sua casa em Porto Alegre,
Temer disse que o governo está atento às manifestações. "O governo está prestando
atenção. Elas revelam, em primeiro lugar, vou dizer o óbvio, uma democracia
poderosa. Mas, em segundo lugar, o governo precisa identificar quais são as
reivindicações e atender as reivindicações. É isso que o governo está
fazendo."
Já a oposição afirma que os protestos deste domingo têm um
recado ainda mais claro do que os de 15 de março. "O governo não pode se
iludir com essa redução no número de pessoas. A manifestação dessa vez foi mais
enfática em relação ao impeachment. Essa é uma proposta que está sendo
assimilada", diz o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). De fato, o grupo do Vem
Pra Rua, principal organizador dos atos, só passou a defender o impeachment
depois do protesto do mês passado.
O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), afirma que a
indignação com o governo permanece elevada: "Não se consegue em toda
mobilização repetir a quantidade de povo na rua, mas permanece o sentimento de
indignação com relação à corrupção, ao estelionato eleitoral patrocinados pela
presidente Dilma e pelo PT e à crise econômica que está afetando o bolso do
brasileiro", diz.
Em sua página no Facebook, a ex-candidata à presidência
Marina Silva também opinou sobre os protestos desde 12 de abril: "Menos
gente nas ruas não significa menor insatisfação; ao contrário, pode até
significar um aumento da desesperança, o represamento de uma revolta que pode
retornar mais forte depois de algum tempo".
Os protestos e a baixa popularidade de Dilma têm efeito
também sobre o Congresso. Com a oposição ao governo nas ruas, muitos
parlamentares de partidos formalmente governistas, como PMDB, PP e PR, passaram
a complicar a vida do Planalto - se não por pudor e convicção política, por
sobrevivência. Os sinais desse realinhamento têm sido notados pelo governo
desde o início do ano. Ao adotar oficialmente a defesa da redução de
ministérios, por exemplo, a bancada do PMDB na Câmara fez uma clara tentativa
de se alinhar ao eleitorado insatisfeito.
Os atos deste domingo e os de 15 de março deixam claro que
os chamados movimentos sociais têm agora uma nova conotação - e já não são mais
representados exclusivamente pela esquerda ou cooptados pelo PT. De Norte a Sul
do país, o discurso petista encontra contraponto em brasileiros que estão
dispostos a externar sua indignação, sem que sejam pagos ou convocados a
fazê-lo. Não importa quantas pessoas levem às ruas, os recentes protestos não
são fruto de um reflexo instantâneo e irrefletido - vieram para ficar. O
governo e seus aliados foram responsáveis por devolver às ruas manifestantes
apartidários. Mesmo que haja um arrefecimento temporário, não há razão para
crer que essa marcha vá parar agora que a militância espontânea está mais
organizada e tem uma pauta bem estabelecida. Que o governo se habitue a isso.
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(Com reportagem de Eduardo Gonçalves, Victor Fernandes e
Talyta Vespa)
PUNIÇÃO A UM HEROI - FERRAÇO CRITICA COVARDIA DO GOVERNO AO PUNIR SABOIA
Por Diário do Poder
PARA O SENADOR, O ITAMARATY PUNIR SABOIA É 'O AVESSO DO AVESSO'
O SENADOR RICARDO FERRAÇO ACHA QUE A ATITUDE DE SABOIA
(DIR.)
FOI BASEADA NUM PRINCÍPIO NOBRE: A VIDA HUMANA.
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A punição do diplomata Eduardo Saboia “foi uma decisão
absurda e covarde” do governo, para o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que
presidiu a Comissão de Relações Exteriores do Senado. E lembra a canção de
Caetano: “O avesso do avesso do avesso do avesso”.
Eduardo Saboia foi suspenso por vinte dias porque salvou a
vida de um senador boliviano, Roger Molina, que, perseguido por Evo Morales,
estava asilado havia 455 dias na embaixada do Brasil em La Paz.