“Quousque tandem, Catilina, abutere patientia nostra”?
Esta é a primeira frase do primeiro dos quatro discursos de Cícero (107 – 43 a.C.), acusando Lucio Sergio Catilina, cônsul romano, de pretender derrubar o governo republicano e apoderar-se do poder e das riquezas, juntamente com alguns apaniguados.
A frase poderia ser traduzida como:
“Até quando, Catilina,
abusarás da nossa paciência”?
Àquela primeira frase, seguem-se outras duas, que podem ser
entendidas como: “Por quanto tempo ainda este teu rancor nos enganará? Até
que ponto a tua audácia desenfreada se gabará de nós”?
A realidade brasileira torna atuais as frases de mais de
2.000 anos do ilustre filósofo romano.
As catilinárias brasileiras de hoje seriam dirigidas às
autoridades que, no Executivo e no Legislativo, tentam, com sucesso crescente,
destruir as instituições republicanas para enriquecimento próprio e de seus
apaniguados, perpetuando-se no poder.
Nós brasileiros, atônitos, impacientes e indignados, temos
todo o direito de gritar nossas perguntas, mais de 20 séculos depois do
inflamado discurso de Cícero:
“Até quando, Dilma e Cunha, abusarão da nossa paciência? Por
quanto tempo ainda este seu rancor nos enganará? Até que ponto sua audácia
desenfreada se gabará de nós”?
Como os catilinas modernos fazem-se de surdos, cabe-nos usar
de todos os meios possíveis para nos fazermos ouvir, já que nossos
representantes não fazem a mínima questão de nos representar.
Com certeza as pacíficas e ordeiras passeatas dos indignados
vão crescer de tamanho e expressão, e seu ruído e impertinência passarão a
incomodar cada vez mais os poderosos, que já passaram da hora de deixar os
cargos que ocupam, por incompetência, desonestidade e falsidade, apesar das
chicanas e expedientes escusos que criem para se manter no trono.
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