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domingo, 6 de dezembro de 2015

“FORA, DILMA!”


Finalmente, rompeu-se o impasse.

A queda de braço entre a Presidente da República e o Presidente da Câmara de Deputados, verdadeira chantagem recíproca em que ambos se empenhavam, ameaçando-se ostensivamente com o deslanche da campanha de impeachment de um ou do outro, barganhando votos e prazos, todos sabendo que o outro mentia até considerar-se em posição de vantagem para romper o acordo da véspera, desequilibrou-se e as coisas se precipitaram, como aconteceria mais cedo ou mais tarde.

Felizmente para o Brasil, foi mais cedo do que ousávamos esperar.

O que decidiu a parada foi o fato de três deputados petistas do baixo clero, membros da Comissão de Ética da Câmara (sem gargalhadas, por favor) terem cedido às pressões e ofertas de seu partido e declarado seu voto para o prosseguimento da ação contra Eduardo Cunha que tramita naquela Casa.

Sentindo-se traído pelo partido da Presidente, com justa razão, Cunha adotou a medida que já tinha pronta para esta eventualidade: retaliou, acolhendo o pedido de impeachment da Presidente, que dormitava em sua gaveta há meses e dando andamento ao processo.

Rompido o acordo dúbio que unia as duas autoridades, uma prometendo evitar que a outra fosse impedida, o tempo passa, agora, a correr contra o Presidente da Câmara, envolvido em maracutaias da Operação Lava-Jato e nas mentiras com que procurou encobrir a existência de gordas contas em bancos suíços, com recursos de origem nebulosa ou mágica.

Dilma, por sua vez, tem interesse em que seu julgamento comece logo, pois percebe que a situação econômica nacional se deteriora diuturnamente e, em breve, teremos manifestações populares nas ruas, pedindo sua saída.

Esperamos que tais trâmites realmente se acelerem, já que o acordo de proteção mútua acabou, e estejamos, nos prazos legais, livres desses dois personagens – Dilma e Cunha – que tanto mal já nos fizeram e ainda podem fazer, enquanto não forem definitivamente afastados da vida pública.

Na série de ameaças que proferia de vez em quando, para reforçar sua posição na barganha política com que pretendia salvar seu mandato, o deputado citava um rol de dezenas de parlamentares sobre os quais dispunha de dossiês comprometedores, que seriam divulgados caso fosse afastado de sua posição privilegiada.

Que venham então essas novas denúncias, para que prossiga a faxina ética de que tanto o Brasil precisa.


Que tudo isso nos sirva de lição, para não mais nos deixarmos enganar por candidatos mentirosos e falsos nas próximas eleições, a partir das de 2016.

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