Chegamos ao penúltimo mês de um ano perdido para o País. Um
ano de retrocesso. A maior recessão em 25 anos. Inflação beirando os dois
dígitos. Indústria com espaço cada vez menor no PIB, assim como a presença
brasileira no mercado global.
O desemprego avança, com mais de um milhão e duzentas mil
vagas formais perdidas em 12 meses. Até conquistas sociais estão ameaçadas,
como a ascensão das classes D e E, tão comemorada pelo governo. Com a inflação
corroendo a renda e desemprego em alta, é inevitável: a pobreza volta a
crescer. Isso num momento em que o governo não tem como reforçar programas
sociais.
Ao contrário, com o imenso rombo das contas públicas, que
pode passar dos 117 bilhões de reais, devem ocorrer cortes até no Bolsa
Família. Os repasses para o Minha Casa Minha já têm atrasado muito. Há quase um
desmonte da economia decorrente de uma gestão populista e irresponsável que
criou imensas distorções.
Distorções difíceis de serem corrigidas ao mesmo tempo...
como o combate à inflação, à recessão e a necessidade de aumentar receitas e
cortar gastos pra reequilibrar as finanças públicas. E em meio a uma crise
política que parece longe de um desfecho.
A grande dúvida hoje, entre os brasileiros, é se teremos ou
não o impeachment da presidente Dilma. Como o governo pode tentar, com mais
firmeza, colocar a economia nos eixos, se a grande preocupação é sobreviver, se
está ainda mais refém do jogo político? Como o empresário pode definir uma
estratégia de enfrentamento da crise sem saber se haverá uma mudança de
governo?
Que venha uma definição, com impeachment ou não, o mais
rápido possível. O País não pode continuar submetido a um conflito de
interesses que pode mergulhar a economia em crise ainda mais profunda. O drama
político tem que ter um desfecho para a economia voltar a ter um horizonte.
Mas será que nossos políticos estão preocupados com isso?
Nenhum comentário:
Postar um comentário