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quinta-feira, 15 de outubro de 2015

País assiste bestificado o lamaçal da crise política



Faz quatro meses, as vendas dos hiper e supermercados caem. Estão mais de 2% menores que no ano passado. Isso até agosto, último número disponível, que foi divulgado hoje. Se a crise não para nem nas compras do supermercado, o que dirá do resto do varejo? Queda de mais de 6% em roupas e têxteis. Queda de 12% em móveis e eletrodomésticos. Ponto Frio e Casas Bahia estão fechando lojas.

Pelas primeiras estimativas, setembro foi tão ruim quanto agosto. Quando isso vai parar? Até o fim do ano, as vendas vão continuar a cair. Janeiro e fevereiro costumam ser meses mais fracos, em qualquer ano. Logo, a esperança de melhora fica adiada lá pelo Carnaval ou Semana Santa.

Não há motivos de melhora. As vendas caem pelos motivos conhecidos.

A renda diminuiu, por causa de demissões, reajustes menores de salário e inflação. O dólar ajudou a encarecer ainda mais as coisas.

Não há crédito, praticamente. Na verdade, o total de dinheiro emprestado pelos bancos está diminuindo. O valor dos novos empréstimos não basta para cobrir o valor do que vai sendo pago. As taxas de juros estão altas. Quem ainda tem algum dinheiro de sobra, pode aplicar a taxa de juros de mais de 7% ao ano, mais inflação, no Tesouro Direto.

Falta confiança para o consumidor. Todo mundo sabe da crise, das demissões, da recessão prevista também para o ano que vem. Menos gente vai se arriscar em financiamento longo e caro.

Enfim, o país inteiro assiste bestificado o lamaçal da crise política, que dá raiva e medo ao mesmo tempo.

Não há, por enquanto, motivos pra volta da confiança, pois ainda vai haver mais demissão e a crise política não tem data pra terminar. Agora, nem mais se sabe quando os juros vão cair.

Sim, infelizmente, a crise deu uma piorada desde julho, agosto, graças a mais bobagens do governo, com ajuda do Congresso. Até junho, a gente achava que começava uma recuperaçãozinha na metade do ano que vem. Agora, está tudo nublado.

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