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domingo, 6 de setembro de 2015

A dificuldade do governo Dilma em cortar gastos



O pânico causado pela eleição de um presidente esquerdista, Lula da Silva, e a crise do final do governo FHC provocaram uma grande desvalorização do real. No último ano, nos últimos 12 meses, a desvalorização da moeda brasileira foi ainda maior, quase difícil de acreditar. E daí?

Daí que a alta do dólar e alta das taxas de juros no mercado financeiro estão à beira de provocar recessão grave também em 2016, de ameaçar mesmo o cenário melhorzinho, que já não era bom: de apenas estagnação da economia no ano que vem, de crescimento zero. Melhor que o de 2015, que vai ser de recessão profunda.

Em 2002, a alta do dólar e o tumulto econômico causaram temores de volta da inflação descontrolada e de recessão profunda. Mas o governo Lula tomou as medidas corretas, controlou os gastos do governo, foi racional, deu motivos de otimismo. O país se estabilizou.

Agora, as condições de controlar os gastos são muito mais difíceis. Dilma Rousseff gastou demais, criou despesas difíceis de cortar sem grande disputa política e os impostos são altos demais. Para piorar, nem mesmo se sabe se a presidente está disposta a consertar parte do estrago que fez em seu primeiro mandato. Alguns de seus principais assessores vinham fritando o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que é o defensor do plano de arrumação da casa. O ministro apenas não caiu esta semana porque um comitê de empresários e banqueiros faz pressão sobre a presidente, que no entanto continua a fazer discursos confusos sobre o que pretende fazer.

No meio da confusão, o dólar sobe. Foi hoje a R$ 3,86, 72% mais caro que há um ano. Dólar nessa altura e nessa toada deve causar mais inflação, além de bagunçar a vida financeira das empresas. A inflação mais alta vai impedir a queda dos juros. Com juros altos, a recessão continua e, assim, o aumento do desemprego.

A situação está se tornando crítica, o governo perde seus últimos apoios e a economia começa a perder as esperanças de alguma recuperação significativa em 2016.

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