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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

O fundo do poço ainda é mais embaixo



A inflação, na média, deve começar a diminuir lá por novembro, dezembro. A crise vai acabar fazendo com que alguns produtos fiquem sobrando, por falta de quem compre. E os brasileiros não estão dispostos a comprar.

Em relação a agosto do ano passado, caiu 32% a intenção de compra das famílias, na pesquisa da Confederação Nacional do Comércio. A intenção de compra para os próximos seis meses caiu ainda mais, 46%.

Um pessimismo brutal das pessoas.

Segundo o pessoal da confederação do comércio, "o ano ruim do consumo no Brasil ainda não tem perspectiva de melhora".

Isso é sinal de que, pelo menos na vida do dia a dia, o fundo do poço ainda é mais embaixo.

Como resultado, alguns preços estão caindo. Desde agosto do ano passado, o preço dos aluguéis novos sobe menos que a inflação, Em julho, os alugueis novos baixaram 9% em relação a julho de 2014, se a gente mede a inflação pelo IGPM, o índice habitual de reajuste de contratos. Se a gente mede a inflação pelo IPCA, a baixa foi de mais de 11%.

É uma baita recessão imobiliária. Bom pra quem vai alugar ou renegociar um imóvel. Mas é perda de renda pra quem vive disso e sinal de crise feia no mercado imobiliário em geral. Os imóveis estão encalhados, tanto residenciais como comerciais, para venda ou para aluguel. Por isso, muita grande empresa do ramo está renegociando dívidas e fazendo cortes de pessoal.

A pindaíba afeta o dia a dia em especial no que depende do governo, que corta investimentos e atrasa pagamentos para empresas. Por exemplo, o governo Dilma ainda não sabe muito bem como vai fazer para pagar a antecipação de metade do 13º de aposentados e pensionistas, adiantamento que vinha fazendo desde 2006. Parece, apenas parece, que o governo deve voltar atrás e pagar. Mas ainda não sabe para quando. Pode ser para setembro. Pode pagar parte em setembro e outubro. Falta dinheiro, mesmo para pagar uma despesa inevitável até o final do ano, falta dinheiro para evitar mesmo um atraso que vai pegar muito, muito mal no restinho da popularidade da presidente.

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