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sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Maior carga de impostos pode aprofundar recessão



As contas do governo tiveram "apenas" o pior desempenho dos últimos 19 anos. Isso, num momento em que há uma grande preocupação em garantir um mínimo de superávit, para que o País escape do rebaixamento, da perda do grau de investimento ou do selo de bom pagador. O governo até tem conseguido cortar gastos, mas não a ponto de compensar a queda forte de receita. A arrecadação de impostos caiu 5% no mês passado, em termos reais, descontada a inflação. Sem esquecer que esse corte de gastos, na prática, foi muito mais corte de investimentos, de repasses de recursos, até pra áreas prioritárias, como educação.

E agora, pra tentar melhorar as contas, o governo pensa em aumentar mais a carga de impostos. Quer tirar mais de uma economia em recessão. Pra isso cogita, inclusive, a volta da CPMF. Lembra, aquele imposto que incide sobre todas as transações financeiras, mesmo quando você dá um cheque pra pagar uma dívida? Certamente, vai enfrentar muita resistência política. E a maré não anda boa. Mas a tentação é grande.

 O governo não sabe de onde tirar dinheiro, pra cumprir a meta fiscal, que já foi reduzida para apenas 0,15% do PIB. No começo do ano a meta era de 1,2% do PIB. Pelo mesmo motivo - reforçar as contas públicas - já tivemos aumento de IOF, de PIS Cofins sobre importações, do IPI sobre os carros e outros produtos, a volta da Cide sobre os combustíveis. Já foi aprovada a maior oneração da folha de salários.E a tributação sobre heranças e para os bancos também deve aumentar.

No final das contas, em vez de melhorar a receita, a carga mais pesada de impostos pode é aprofundar a recessão, provocando mais desemprego, ao impor mais custos para as empresas e todos nós. Seria bem melhor que o governo cuidasse de estimular as exportações, os investimentos, acelerar as concessões de infraestrutura, pra gerar receita de forma saudável, sem penalizar mais a economia. Quanto mais fraca a atividade econômica pior a geração de impostos. E não se iluda com a prometida redução dos Ministérios. É importante, é cortar na carne, mas não é isso que vai colocar as finanças públicas em ordem. Ainda vão querer que a gente pague uma conta maior. E o aperto deve continuar no ano que vem. A própria presidente Dilma já disse que não tem como garantir que vá ser um ano maravilhoso. E do jeito que estão fazendo, pode não ser, sequer, razoável. A previsão já e de mais recessão em 2016.

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