Por Carlos Newton
A notícia não teve a repercussão que merecia. Foi da maior
gravidade a decisão do ministro Gilmar Mendes, que na condição de
vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral, solicitou à área técnica do um
levantamento formal das doações feitas ao PT por sete das empreiteiras
investigadas no esquema de corrupção da Petrobras.
O ministro pediu informações sobre doações das construtoras
OAS, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, UTC Engenharia, Camargo Corrêa, Engevix
e Odebrecht, que são alvos da Lava Jato. E a análise será feita nos repasses
realizados pelas empreiteiras entre 2010 e 2014. Ou seja, vai se concentrar
justamente na época do governo da presidente Dilma Rousseff, que alega ser
honesta e não ter nada a ver com os malfeitos cometidos na gestão de seu
antecessor, Lula da Silva.
O cruzamento de dados foi solicitado por Mendes no processo
de prestação de contas da campanha do PT nas eleiçõespresidenciais de 2014. O
balanço das contas da petista já foi aprovado pelo TSE com ressalvas, mas
Mendes determinou que o material ficasse disponível por um ano para avaliação
de eventuais irregularidades.
DINHEIRO DA PROPINA
No despacho, o ministro justificou a demanda “tendo em vista
fatos amplamente noticiados pelos meios de comunicação de que doações ao
Partido dos Trabalhadores (PT) foram realizadas com dinheiro de propina,
supostamente oriundo de sobrepreços praticados em contrato com a administração
pública”.
O resultado da pesquisa do TSE poderá ter efeito devastador,
se confirmar as informações já transmitidas à força-tarefa da Lava Jato por
réus que fizeram delação premiada e confirmaram doações ilegais à campanha do PT,
especialmente o empresário Ricardo Pessoa, coordenador do cartel, que já fez a
denúncia, mas ainda será ouvida a respeito pela Justiça Eleitoral para descer a
detalhes.
Este cruzamento de informações pode ser a bala de prata que
está faltando para liquidar com o governo que está vampirizando o povo
brasileiro.
SINDICATO DE LADRÕES
Em julho, pesquisa feita pela Folha de S.Paulo mostrou que
empresas investigadas no esquema doaram ao caixa do PT R$ 26,9 milhões – 48%
dos repasses recebidos pela sigla– em 2014. Nas eleições de 2014, as
empreiteiras envolvidas na sétima na Operação Lava Jato repassaram R$ 72,5
milhões às campanhas presidenciais de Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB)
–sendo R$ 53,3 milhões para a petista e R$ 19,2 milhões para o tucano, vejam só
como as empresas envolvidas na corrupção demonstraram enorme preferência ao PT,
ao invés de apoiar o partido que ideologicamente as representam.
Parece estranho, muito estranho, mesmo. Justamente por isso,
o ministro Gilmar Mendes afirmou que é preciso esclarecer se recursos desviados
da Petrobras alimentaram doações para a campanha de Dilma, porque que o TSE
“não pode permitir que o país se transforme num sindicato de ladrões”.
Fonte: Tribuna da Internet
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