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quinta-feira, 27 de agosto de 2015

As manchetes que são escondidas... E o espetáculo da mediocridade



Manchetes nos grandes portais na terça-feira: "Na CPI, Youssef e Costa confirmam propinas para Aécio e Sérgio Guerra".

"Youssef diz que Lula e Dilma sabiam do esquema Lava Jato".

Nada disso está nas principais manchetes de jornais dessa quarta-feira... Empate.... O debate público, alimentado e alimentador de tanto, e tão pouco, é medíocre.

O governo é medíocre e, junto com o país, segue afundando. A aliança de oposição se porta de forma medíocre. Como mostra na Câmara ao votar contra seu próprio ideário.

Nas ruas, em meio a multidões que exercem o direito de se manifestar, essa oposição se deixa comandar por Revoltados e similares, ainda mais medíocres.

O debate público visível reproduz uma lógica que paralisa o país. A lógica binária, do "ou isso, ou aquilo", que há uma década reduz 200 milhões de habitantes a 20 figuras, se tanto.

Nas manchetes, tais figuras se revezam num debate tão imoral quanto a imoralidade: quem roubou, ou rouba, mais. Ou menos.

Dos atores que pontificam sobre corrupção nas manchetes, boa parte não resiste às próprias biografias.

Milhões embarcam nesse alarido redutor de tudo, que é hipócrita e profundamente revelador da dimensão da mediocridade.

Empreiteiros que operam Brasil afora, também junto a governadores e prefeitos, estão presos. No debate público se procura mapear o que há de sistêmico nas ações corruptas e corruptoras? Não.

Cada lado desse mundo binário, e suas torcidas, supõe desmoralizar apenas "O Inimigo". Aos olhos da multidão, avacalham-se mutuamente.

Para tanto, e tão pouco, esse debate conta com estrelas de ocasião. Esse contubérnio de egos produz reveladora tomografia.

Uma gente que buscava o palco anunciando-se de "esquerda" -quando isso era moda- hoje serve, e serve-se à direita mais extrema.

Gente que servia a direita quando isso era modo de vida, agora fatura num arremedo de esquerda.

O país?... Sem um súbito surto de grandeza, individual ou coletiva, não tenhamos ilusões.

Sem romper esse circuito de interesses medíocres, o que se seguirá é apenas mais do mesmo... Mais mediocridade.

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