Por Sérgio Alves de Oliveira
Sem dúvida o lema escolhido para o quarto mandato
presidencial consecutivo do PT, o
segundo da Sra. Dilma Rousseff, escancara a contradição entre o discurso e a
prática desse partido à frente do Governo, e também, indiretamente, à frente
dos outros Dois Poderes (Legislativo e
Judiciário), pelos excessivos poderes conferidos ao Executivo, que faz o que
“bem-entende”, comprando e nomeando, respectivamente, os
membros desses outros poderes.
Isso decorre do fato dos poderes-de-Estado
não serem “equilibrados, harmônicos e independentes”, conforme ideal preconizado por Montesquieu, no Século
XVII, e previsto na própria Constituição brasileira.
Esses adjetivos estão somente no papel, no respectivo
dispositivo constitucional. Nunca na prática, na realidade. Não há equilíbrio,
harmonia e independência entre os Três
Poderes (Executivo,Legislativo e Judiciário). Prepondera sempre o poder de um
deles: do poder executivo.
Tentarei demonstrar que a política da “pátria educadora” tem
as suas raízes na “política dos coronéis”, velha conhecida da sociologia. O
“coronel” que era, e ainda é, em grande parte, o principal tipo de político em
ação, principalmente nas zonas rurais e interior do Brasil, seduz as suas
“vítimas” (eleitores), prometendo-lhes “mil” coisas, para melhora das suas
vidas. É claro que nunca serão cumpridas.
Em consequência, o único trabalho que terão será o de “votar
nele”. Não precisam nem pensar, raciocinar, trabalhar, olhar, cheirar e ouvir.
O “coronel” fará esses trabalhos por eles. Pensará, raciocinará, trabalhará
,olhará , cheirará e ouvirá por todos os
seus eleitores.
Impressiona observar que o
PT, desde o início, se agarrou com “unhas e dentes” na pedagogia do
Professor Paulo Freire, fazendo da sua pregação uma das suas principais
bandeiras, discursando que estava na política
para defender os “oprimidos”, contra os “opressores”, nos governos e
parlamentos para os quais fossem
eleitos.
Mas porventura o Partido dos Trabalhadores, agora no
Governo, não estaria usando um lema de conteúdo diametralmente oposto ao que
pregava Paulo Freire? O lema “pátria educadora” não seria uma nova versão da
“politica dos coronéis”, onde o povo não sabe nada e a “pátria” -
”coincidentemente” constituída por eles mesmos - sabe tudo? Não seria
recomendável inverter essa situação, passando o povo a educar a pátria e, por via de consequência, seus dirigentes? Afinal
de contas, o estado deve servir o homem,ou
é o contrário?
Impropriedade desse
tipo foi dita pelo Presidente John Kennedy, dos Estados Unidos da América: ”não perguntes o
que a pátria pode fazer por você, porém o que você pode fazer pela pátria”. O
pior é que isso é comemorado como sinal de sabedoria e democracia. Com essas
palavras, Kennedy inverteu o problema finalístico do Estado, ou seja, afirmando
que o homem deve servir ao estado, e não o estado ao homem, como deveria ser.
Essa frase serve como uma luva aos que buscam fazer do homem
um escravo do estado. Acontece muito nos regimes absolutistas, nas tiranias,
oligarquias e OCLOCRACIAS
(falsas democracias), esta última aplicada à pleno vapor no Brasil. Mas
essa postura governamental, aqui na terra tupiniquim, não é nova. É repetitiva.
Desde o início dos seus governos o PT tem como “carro-chefe”
da sua política o programa “bolsa família” (e outras bolsas), que não passa de
uma esmola “oficial” que incentiva seus beneficiários à vagabundagem e a
jamais se libertarem desse grotesco
“assistencialismo”. Que não promove nem liberta ninguém. Essa política de
governo também era combatida radicalmente pelo pedagogo Paulo Freire, que teve,
no caso, suas lições “viradas-ao-avesso”, pelos discípulos oportunistas, logo
que assumiram seus mandatos.
Trocando em miúdos, o lema “pátria educadora” se trata da
aplicação da POLÍTICA DO OPRESSOR, da política dos “coronéis”, jamais a do
OPRIMIDO, como aparece no “discurso enganador”.
A outra versão que poderia ser debatida é no sentido de
desvendar a suspeita de que mediante essa nova política o Governo estaria dando forma à IDEOLOGIZAÇÃO
DE ESQUERDA, que informalmente já está em curso nos currículos escolares,
usando a partir de agora o lema PÁTRIA
EDUCADORA como pretexto e mesmo máscara,
inclusive para os efeitos de “arrancar” verbas públicas para manifesta
propaganda política, tudo ao amparo das leis, que “eles “ mesmos fazem ou
mandam fazer.
Sem dúvida o objetivo do programa “pátria educadora” é
estabelecer a ditadura do pensamento, onde o corpo “docente” (educadores), sob
patrocínio governamental, é treinado
numa só direção político-ideológica, de esquerda, claro, enquanto o “rebanho”
discente (educandos) não fica com qualquer alternativa de ser educado nas
outras opções ideológicas não
previstas no currículo oficial,
optando por uma delas. Portanto não
nenhuma democracia na “pátria educadora”.
Essa é a PEDAGOGIA DA DITADURA DO PENSAMENTO.
Fonte: Alerta Total
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Sérgio Alves de Oliveira é Sociólogo e Advogado.
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