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domingo, 26 de abril de 2015

O ajuste fiscal e o Brasil: leviano e nada republicano


“O Brasil não merece o Brasil. O Brasil tá matando o Brasil...”
Da música "Querelas do Brasil", de Mauricio Tapajós e Aldir Blank, sucesso de Elis Regina.

A presidente Dilma, como o senador-candidato Aécio Neves alcunhou, tem realmente se mostrado leviana*, pois, sendo a responsável pelas atuais dificuldades político-econômicas-financeiras-sociais do país, e, apesar de  saber e propagar a necessidade do ajuste fiscal:

- mantém o almanaque de 39 ministérios, que custam ao país,  anualmente, cerca de 60 bilhões de reais, sendo desnecessária grande parte daqueles órgãos, que poderiam ser extintos ou se transformar em órgãos subordinados às estruturas de ministérios de real importância. Foram criados apenas para cooptar os partidos políticos da coalizão, ou atender ao populismo eleitoreiro. Citam-se os seguintes: da Pesca e Aquicultura; do Turismo; do Esporte; da Promoção da Igualdade Racial; das Políticas para as Mulheres; do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; da Micro e Pequena Empresa; de Portos da Presidência da República; da Aviação Civil da Presidência da República...

Aliás, embora importante e absolutamente necessário, poderia riscar o da Relações Exteriores, que, de passado de excelência, se transformou em ridícula sucursal da ideologia mercosulista-bolivariana, com seguidos vexames internacionais pelas mãos de um dinossáurico e inexplicável assessor palaciano. O que é mais escandaloso é o titular da pasta se sujeitar a isso, quando ele – o titular, o ministro – é que é o assessor de RE da Presidência!!

- mantém o gasto de 214 milhões por ano com os 891.949 servidores, que se dividem em 20.922, com contratos temporários, 113.869 em cargos de confiança e comissionados, e 757.158 efetivos, sendo que os mais de 100 mil em cargos de confiança, não foram concursados!;

- não cancela e nem audita e publica os vergonhosos e misteriosos gastos com cartões corporativos, que compram, de perfumes e tapiocas, a noitadas em motéis (ah, se fosse só isso!); são mais de 12 mil cartões, cujos gastos chegam a 200 milhões de reais, de transparência negada aos contribuintes e ao Congresso!;

- sancionou  o Orçamento Geral da União para o Congresso, com um aumento de cerca de 600 milhões para o fundo partidário, mais de 200%!, enquanto a equipe econômica prepara um corte de 80 bilhões, para garantir as metas do superávit primário, na educação, saúde, defesa, transporte, direitos trabalhistas, pensões, creches,.... ou seja, em tudo que afeta a vida do povo, E, no meio desse vendaval que assola o País, o Congresso demonstra que ajuste, apertar o cinto, reduzir custos, não é com ele. Pelo contrário!;

- não cancela e reestuda as reparações chamadas de "auxilio- ditadura", que aprovou mais de 40 mil pedidos de indenizações dos que se arrogam terem lutado pela democracia, quando, na verdade, o fizeram pela implantação de ditadura comunista. Os valores dessa "reparação" já chegam a cerca de 4 bilhões de reais;

- não explica os empréstimos concedidos pelo BNDES, à revelia e aprovação do Congresso, para obras em Cuba e países africanos governados por ditadores;

- não se empenha pelas reformas política, tributária, previdenciária e trabalhista, que cortariam muitos gastos abusivos e modernizariam essas áreas, preparando o País para o futuro;

Não é sem sentido, pois, a insatisfação generalizada, as manifestações contra o governo e a péssima avaliação de seu desempenho. De um lado, passeatas espontâneas, de pessoas vestidas e portando bandeiras, verde e amarelas. Do outro, minguados e envergonhados militantes, contratados por miseráveis lanches e gorjetas, com bandeiras vermelhas, inclusive do MST, cujo titular, à margem da lei, ordena a destruição e invasão de próprios públicos e particulares, ficando tudo por isso mesmo, e ele ainda é absurdamente homenageado com a outorga da Medalha da Inconfidência, conspurcando a todos que a receberam com mérito, que, de pronto, deveriam devolvê-las. Isso foi uma audácia!!!

A imposição da medalha deveria ser respondida com uma aposição floral. Ao atrevido e nada republicano governo petista de Minas Gerais.

Nunca antes na história deste país houve tanta tolerância com a incompetência e  leviandade. E tanto desprezo à ética, à moral e ao futuro do Brasil.


Leviano significa imprudente, sem seriedade. É um adjetivo que qualifica o indivíduo que age precipitadamente, e que não tem consideração com o outro.

Leviano é aquele que expressa opinião sem ter certeza do que está informando, e também não domina o assunto.

Ser leviano é proceder sem bases verdadeiras, é ser hipócrita, maldoso e irresponsável, é aquele que tem comportamento volúvel, que age com insensatez.

O indivíduo leviano é uma pessoa fútil, medíocre, não tem noção do que é prudência, sabedoria e ponderação, transmitindo a imagem de pessoa irresponsável.

“...as coisas que não acontecem no País: a meta não atingida, a obra inacabada, a  lei que não pegou, o assassino que foi solto...; em suma, nosso problema principal é a paralisia secular", descrita uma vez por Mário
Henrique Simonsen, brilhantemente:

“O Brasil é um país sob anestesia, mas sem cirurgia. É deprimente o que o Brasil não faz” - Arnaldo Jabor


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Luiz Sérgio Silveira Costa é Almirante, reformado.

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