É patente a crise política institucional evidenciada no
plano político nacional, isso nos desperta a inadiável necessidade de nos
mobilizarmos democraticamente para confrontarmos as práticas políticas
patológicas e criarmos alternativas para superá-las; os princípios e valores
cultuados pelas Instituições Militares assumem espaço central no debate
político contemporâneo.
A partir dos referenciais éticos e morais enraizados nas
comunidades castrenses, militares veem propondo a construção de um sistema
político-sociológico verdadeiramente inclusivo, em que a sua organização e
forma comportamental passem a ser repensadas, implicando, sobretudo, uma
mudança estrutural e cultural mais proba e humanizada, voltada para o
atendimento das necessidades sociais emergentes e suas especificidades.
Trata-se a tese do militarismo social.
De maneira ampla, o militarismo social é um movimento
político, cívico e social fundado por militares das Forças Auxiliares e Armadas
no sentido de atuar politicamente no âmbito da sociedade civil, transplantando
para a Administração Pública a eficiência, o comedimento e a probidade que lhes
são peculiares, sem, contudo, militarizá-la.
O militarismo social defende o respeito à dignidade humana e
crê na importância da família, constituída e devidamente orientada, como célula
mater da sociedade; defende a liberdade de culto e a tolerância religiosa, e
acredita na capacidade transformadora da educação humanística para a
constituição de uma humanidade de propósitos mais elevados, a partir da
educação das crianças, jovens e adolescentes, no sentido de formar cidadãos mais
conscientes, íntegros, educados e gentis.
O braço político do movimento militarismo social é o Partido
Militar Brasileiro (PMB). No que pese o seu nome, o PMB é uma agremiação
política heterogênea, congrega militares e civis em geral (trabalhadores da
indústria e comércio, professores, advogados, profissionais liberais,
funcionários públicos e cidadãos em geral) preocupados com o futuro do Brasil,
com o tipo de sociedade que vamos legar às futuras gerações. Em comum, todos
têm o desejo de transformar o Brasil num país mais justo e democrático, cujos
administradores levem realmente em conta o respeito à dignidade humana e a
honestidade no trato dos recursos e da coisa pública.
Em resumo, o militarismo social se fundamenta na
transposição de valores da caserna para a Administração Pública, como a
eficiência, a prestação de contas e a seriedade no emprego dos recursos
públicos. Ele se constitui numa reação de diversos setores da sociedade –
agrupados em torno do PMB – à anomia social que aflige o Brasil atualmente.
Anomia essa traduzida pela inoperância da “máquina pública”, pela deterioração
da qualidade de vida do povo, pelo crescente descrédito dos poderes públicos,
pela corrupção nas instituições mais fundamentais do organismo social, pela
constatação do abismo que existe entre os legisladores e o povo, pelo aumento
da insegurança pública, da violência e do aviltamento moral que já aflige parte
do nosso povo e ameaça as futuras gerações.
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Obs: A editoria de Revista Sociedade Militar não
necessariamente compartilha das opiniões expressas nos textos.
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