Por Ernesto Caruso
Povo sem CUT e sem medo. Sem amarras. Sem quentinha, bolsa
manifesto. Na cara e na coragem. Velhos, crianças, família de verde-amarelo,
pensando Brasil, clamando pela paz, liberdade para o cidadão e prisão para o
bandido corrupto. Emoção. Não há quem na distância dos grandes centros ou nas
inúmeras cidades, presente, não sinta o grito de revolta, de indignação que
está entalado na garganta de todos diante dos depoimentos, onde a palavra
propina é pronunciada de forma repetitiva e descarada.
Propina... propina... de cá e de lá. Aos milhões, milhões que são a sustentação do
poder corrupto emaranhado, combinado nos porões de Brasília, do governo
central. Repetição do mensalão que a suprema cegueira da Justiça suprema não
enxergou como quadrilha, onde os núcleos empresariais, financeiros e políticos
trocavam informações e se acertavam na propina. Hoje em pauta igual.
Povo sem amarras, sem o toma lá, da cá, com a liberdade que
nem os partidos têm subjugados por seus donos e imposições de líderes a serviço
do governo para o voto de cabresto e não com a própria consciência. Meia dúzia
de caciques a determinar o que fazer e a quem beneficiar. Não é o número de
partidos que atrapalha, são os grilhões nos pés dos parlamentares controlados
pelos capatazes.
É essa a voz da rua. Para o governo Dilma/PT que repele.
Para os ministros da Suprema Corte que batem os ombros às críticas, como se viu
nas entrevistas do Min. Dias Toffoli que ao invés de se dizer impedido de
julgar os enquadrados na operação Lava Jato muda de Turma exatamente para
fazê-lo, tendo sido advogado do PT, alvo da delação premiada acusando o seu
tesoureiro.
O cartaz “totofoli chega de maracutaia” chamou a atenção do
cinegrafista da TV. No passado recente um político exclamou “estou me lixando
para a opinião pública”. Poder, pode, mas... Polido? Politicamente correto?
Voz da rua principalmente para o Congresso Nacional.
Deputados e Senadores que não queiram se vender, nem sucumbir sob os escombros
do governo Dilma/Lula/PT visto e tido como mentor e interesse em se manter no
poder a todo custo. Que tenham a coragem e respeito a si próprios até para
impor o impeachment reclamado com medida importante, cirúrgica, drástica, mas
necessária para vencer este momento de instabilidade política e administrativa.
A sugar e definhar empresas do porte da Petrobras.
Voz da rua que não se contenta com as migalhas em suas mãos
como esmolas, mas que não preenchem as suas necessidades em trabalho digno,
assistência à família em especial no item saúde. Terrorismo diário nas portas
dos hospitais públicos que não cumprem as regras de contrato no plano de saúde
assinado entre o povo trabalhador, governo e SUS. O trabalhador paga já
deduzidos os valores no contracheque sem a contrapartida dos governos central e
regionais.
Gente que não aguenta mais os investimentos no exterior com
verbas secretas do BNDES e a falência de tudo em todos os cantos do território.
Que não aceita mais a “presidenta” mostrar na televisão o país da maravilha que
não encontra nos transportes da casa ao trabalho, no posto médico vizinho, no
bairro das ruas esburacadas, que enchem quando chove e que como diz o poeta, de
dia falta água, de noite falta luz.
O recado está dado. A ampla e intensa demonstração da
vontade popular não parece que vai esmorecer e deixar que termine em pizza. Se
não ocorrer o impeachment ou a renúncia que enfim traria a paz e a esperança do
aprofundamento das investigações nos bancos oficiais e empresas, sem as
autoridades atuais, outros protestos virão. Firmeza e determinação estão
presentes na pacífica revolta popular. Que inflamada pode deixar de ser.
Fonte: Alerta Total
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Ernesto Caruso é Coronel de Artilharia e Estado Maior,
reformado, do EB.
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