Por que motivo tão especial, sempre que possível e a coisa
fica institucionalmente insustentável, a Procuradoria Geral da República faz
questão de blindar o Presidente da República na hora que estouram escândalos de
alto potencial destrutivo, como o Mensalão e o Petrolão? Não foi surpresa
alguma que Dilma Rousseff fosse poupada na Lista de Janot, apesar de bastante
citada pelos delatores premiados da Lava Jato, simplesmente porque fora
presidente do Conselho de Administração da Petrobras na época em que ocorreram
as grandes falcatruas na petrolífera.
Se aqui dentro é sempre poupada, lá fora pode não ocorrer o
mesmo com a Presidenta que nunca foi Presidente. Na próxima sexta-feira, às
14h, a Corte de Justiça de Nova York vai promover uma teleconferência do
magistrado Jed Rakoff, que julga o "Petrolão USA", com os
reclamantes-líderes do processo movido contra a Petrobras. Já se comenta
abertamente entre investidores que o nome de Dilma Rousseff será citado,
claramente, como um dos membros gestores da Petrobras cujas decisões ou
omissões causaram prejuízos bilionários a quem detinha ações e títulos de
dívida da companhia. Nos States, a previsão é que a blindagem de Dilma não
funcionará. O fato de ela agora ser uma chefe de Estado nada tem a ver com o
que tenha feito no passado como membro de gestão da Petrobras.
Aqui no Brasil, os políticos perderam qualquer moral. É uma
mancha vergonhosa para o Senado que os nomes dos senadores Lindbergh Farias
(PT-RJ), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Humberto Costa (PT-PE), Romero Jucá
(PMDB-RR), Edison Lobão (PMDB-MA), Fernando Collor (PTB-AL) e Ciro Nogueira
(PP-PI) apareçam na lista negra de pedidos de abertura de inquérito no Supremo
Tribunal Federal (STF), encaminhada pelo procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, no rastilho de pólvora dos processos e delações premiadas da Lava Jato.
A listona de 54 políticos, com 28 pedidos de investigação, é a constatação da
falência múltipla da classe política no Brasil. Dez por cento do Congresso
suspeitos de falcatrua é um percentual nojento.
O escândalo do Petrolão mexe com o humor dos EUA, conforme
informou em primeira mão, ontem, este Alerta Total. Não foi à toa que o governo
dos Estados Unidos da América intimou brasileiros que têm empresas abertas na
Flórida. A determinação é que só vai permitir a continuidade dos negócios se as
empresas comprovarem que não fazem negócios, envolvendo corrupção, com o governo
federal ou com "estatais" brasileiras. A ordem ameaça até retirar o
Green Card (visto permanente) do empreendedor brazuca que não conseguir
comprovar, através de documentos, contratos e extratos bancários, que está
limpo e puro.
Eis o desastre gerado pela corrupção institucionalizada
sobre a imagem dos próprios brasileiros que moram, trabalham e geram renda lá
fora... E tudo ficará ainda mais grave, pois o Tio Sam está seguindo o
procedimento indicado pelo juiz Sérgio Moro (que aprendeu por lá, aliás): "Sigam
a grana"! Os ladrões e o chefe do bando serão logo localizados...
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