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terça-feira, 5 de agosto de 2014

PF intima delegado que denunciou fábrica de dossiês no governo Lula

APARELHO CLANDESTINO - Romeu Tuma Junior: "Recebi ordens para produzir e esquentar dossiês contra uma lista inteira de adversários do governo" 
Ex-secretário Nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior disse que é alvo de perseguição política por causa das denúncias que fez contra o PT

Por volta da 11 horas desta terça-feira, quatro policiais federais estiveram no escritório do delegado Romeu Tuma Júnior, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo, com ordens para conduzi-lo coercitivamente à Superintendência da Polícia Federal. Tuma Júnior se recusou a acompanhar os agentes, alegando que a condução era ilegal.

Mais tarde, ele compareceu à sede da PF para prestar esclarecimentos sobre o livro Assassinato de Reputações — Um Crime de Estado (Topbooks; 557 páginas), que narra os bastidores do que ele viu, ouviu e, principalmente, acompanhou de perto quando ocupou o cargo de ex-secretário Nacional de Justiça do governo Lula

Tuma Júnior afirmou que passou cerca de 40 minutos na sede da PF, mas não respondeu a nenhuma pergunta. Ele disse que já havia prestado esclarecimentos sobre o conteúdo do livro em procedimento aberto pela Delegacia Fazendária no ano passado – não há inquérito contra ele. "Hoje só registrei meu repúdio, já havia sido ouvido. Apontei minha repulsa em se conduzir um advogado coercitivamente sem comunicar à OAB. A polícia está aparelhada, a gente nunca sabe o que vai acontecer", afirmou.

Na chegada dos policiais ao escritório de Tuma Júnior, houve discussão e muito bate-boca. O delegado Fabrizio Galli, da Delegacia Fazendária, afirmou que Tuma Júnior recebeu intimações prévias, mas não compareceu para prestar depoimentos.

Em seu livro, o delegado revelou que a estrutura do governo petista era usada para produzir dossiês contra adversários políticos. Ele também teria ouvido do ministro Gilberto Carvalho, ex-chefe de gabinete de Lula, a confissão de que o ex-prefeito de Santo André Celso Daniel teria sido assassinado depois de descobrir um esquema clandestino de arrecadação de dinheiro para beneficiar o PT. Atual secretário-geral  da Presidência da República, Carvalho, segundo o relato do delegado, teria confessado também ter transportado dinheiro de corrupção para abastecer o caixa eleitoral do PT.

Tuma Júnior se recusou a acompanhar os agentes, alegando que a condução era ilegal. Ele disse que um dos federais informou apenas que estava cumprindo “ordens de Brasília”. “Estive lá na PF um vez e nem inquérito havia”, disse o delegado. Isso é perseguição política”, afirmou.

Uma petralhice contra o Bispo Macedo?

 
O site Alerta Total recebeu às 12h 13min de sábado, no correio eletrônico público do editor-chefe, um ameaçador e covarde e-mail supostamente atribuído ao UNIcom. A sigla é do Departamento de Comunicação Social e de Relações Institucionais da Igreja Universal do Reino de Deus. Tudo indica que a mensagem seja falsa. Foi enviada pelo e-mail unicom@universal.org.br, com o título: “Notícia falsa sobre o Bispo Edir Macedo”.

A mensagem não tem assinatura. Portanto, é criminosa, em função do anonimato, que é inconstitucional. A IURD usa o registro ponto org – e não o ponto-org-ponto-br. Se fosse verdadeiro, o texto deveria vir assinado por Renato Parente (ou qualquer assessor dele) que é o titular do UNIcom da IURD. Outro chefão da cúpula de Macedo, Douglas Tavolaro, vice-presidente de Jornalismo da Rede Record, jamais daria aval para alguém enviar uma bobagem destas.

O recado intimidador parece coisa de petralha criminoso, que ficou PT da vida com o post da edição de sexta-feira, 1º de agosto deste ano sem graça de 2014: Bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal, coordena doação de R$ 10 milhões à reeleição de Dilma
O recado ameaçador é digno de figurar como uma piada jornalístico-jurídica:

Senhor editor,

Circula na Internet a informação mentirosa de que o bispo Edir Macedo teria doado R$ 10 milhões à campanha de reeleição da presidenta Dilma Roussef, atribuída a origem a este blog.

Não bastasse a mentira, o texto ainda carrega no odioso preconceito e na chacota gratuita com a fé de milhões de adeptos da fé cristã. Tenta diminuir o momento extraordinário e histórico que vivemos na inauguração oficial do Templo de Salomão, prestigiada pelos mandatários dos mais elevados cargos públicos de nosso país, por líderes empresariais e representantes sociedade civil.

Exigimos a imediata remoção do texto e a publicação de retificação, sem embargo das medidas judiciais que poderão ser adotadas.

Atenciosamente,

UNIcom - Departamento de Comunicação Social e de Relações Institucionais da Universal.

Tal texto parece escrito por um covarde e amedrontado membro da seita petista – e não pelos neopetencostais redatores da Universal. Os fanáticos petralhas operam com a mania de perseguição. Adoram posar como falsas vítimas. Na verdade, costumam ameaçar e perseguir quem lhes incomoda. Tal postura é essencialmente totalitária. Famoso por sua sabedoria, grande capacidade de gestão e senso de justiça, o Rei Salomão (que viveu de 1009 a 922 a. C) condenaria essa burra ameaça – que é uma petralhice contra o Bispo Macedo.

 
A mínima inteligência não consegue crer que alguém do staf do Bispo Edir Macedo Bezerra tenha cometido tamanha imbecilidade. Que Deus abençoe, abundantemente, os membros da IURD para que não cometam tal desatino criminoso. Meu doberman vira-lata, o Capitão Nascimento, morreu de medinho e risadas da bravata: “Exigimos a imediata remoção do texto e a publicação de retificação, sem embargo das medidas judiciais que poderão ser adotadas”.

O lendário Napoleão Santos Brasil, contínuo de Carlos Lacerda e de Hélio Fernandes, diria, chulamente: “Ide fuder-vos”. A regra é claríssima na jurisprudência brasileira. A liberdade de imprensa é uma projeção da liberdade de manifestação do pensamento e de comunicação, e assim tem conteúdo abrangente, compreendendo, dentre outras prerrogativas: o direito de informar, o direito de buscar a informação, o direito de opinar e o direito de criticar. O interesse social, que legitima o direito de criticar, está acima de “eventuais suscetibilidades” das figuras públicas.

A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (decano ministro Celso de Mello) é cristalina: “Não caracterizará hipótese de responsabilidade civil a publicação de matéria jornalística cujo conteúdo divulgar observações em caráter mordaz ou irônico ou, então, veicular opiniões em tom de crítica severa, dura ou, até, impiedosa, ainda mais se a pessoa a quem tais observações forem dirigidas ostentar a condição de figura pública, investida, ou não, de autoridade governamental, pois, em tal contexto, a liberdade de crítica qualifica-se como verdadeira excludente anímica, apta a afastar o intuito doloso de ofender”.

O Alerta Total adverte: Os petistas e petralhas, junto com a Igreja Universal do Reino de Deus, têm todo o direito de negar a versão aqui publicada no Alerta Total e que ganhou repercussão no mundo profano da internet. Ao site, de maneira civilizada e dentro da lei, da ordem e da democracia, não foi feito qualquer desmentido. Até porque não há crime algum em se doar, centavos, milhões ou bilhões para uma campanha eleitoral. Até um bebezinho de colo sabe que, no Brasil, campanhas recebem dinheiro contabilizado na Justiça Eleitoral, junto com muita grana que passa longe dos contadores e da fiscalização legal. Se Macedo coordenou ou não uma doação milionária, é com ele mesmo, o Rei Salomão e a Rainha de Sabá...

A informação publicada pelo Alerta Total era pública, em Brasília, no dia da inauguração da monumental réplica do Templo do Rei Salomão, em São Paulo. Rolava no cafezinho do Congresso Nacional o papo sobre os R$ 10 milhões doados aos esquemas petistas. Foi o tema corrente de conversas trocadas entre os principais escritórios de lobby. Verdade ou mentira? O que é verdade e mentira no regime capimunista da República Sindicalista do Brazil?

 
Vale repetir, cabalisticamente, por 13 x 13: não há crime algum em uma instituição, que tem militância religiosa e política, passar a sacolinha entre seus membros abastados ou dirigentes bem remunerados para doar dinheiro à campanha do partido aliado. Se os petistas e a IURD negarem, oficialmente, publicamos aqui a versão deles, como sempre o fizemos, em respeito à ética, à liberdade de expressão e, sobretudo, o respeito aos leitores.

Em 32 anos de jornalismo diário, sempre tratei com respeito questões de opção religiosa, ideológica, sexual ou futebolística (embora seja obrigado a confessar que minha torcida pelo Flamengo é um dogma profanamente sagrado). Apesar de assumidamente católico, apostólico e romano, sempre tive muitos amigos, leitores e ouvintes de denominações cristãs. Jamais teria como cultivar odioso preconceito ou fazer chacota gratuita (ou remunerada) contra a fé de quem quer que seja: católicos, evangélicos, judeus, muçulmanos, pentecostais, espíritas, Kardecistas, macumbeiros, hindus, budistas, etc - ou nem mesmo os 5% de ingleses que afirmam acreditar na “religião” Jedi (de Star Wars: “Que a força esteja com você”).

A análise diária da conjuntura política e econômica não dá espaço para medinhos, omissões de informação ou brigas com a realidade. A verdade, às vezes nua e crua, incomoda os que se julgam poderosos, geralmente políticos, magistrados e “religiosos” dominados pelos sete pecados capitais, sobretudo a vaidade – o mais apreciado pelo Diabo. A petralhada precisa tomar vergonha na cara, ou a coisa ficará preta para eles na proximidade do juízo final – cada vez mais próximo, assim que perderem o ilusório poder.

No Brasil, temos algumas figuras com ambições desmedidas. Todos têm patrimônios pessoais e familiares bilionários. Luiz Inácio Lula da Silva é um destes figurões. Outro é Henrique Meirelles (homem que entende de bancos, boiadas e boladas em investimentos na Petrobras, Eletrobras e por aí vai). Neste mesmo time também joga o empresário e líder religioso Edir Macedo Bezerra. Amado, odiado ou ignorado, ele tem o direito legítimo e democrático de ter seu projeto de poder, desde que siga a lei, a ordem, a ética e a verdade.  

O Bispo Edir Macedo Bezerra e alguns de seus seguidores alimentam três sonhos. Dois são delírios completos. Um terceiro até pode acontecer. O primeiro é criar uma “religião” que suplante a hegemonia católica – daí se chamar “Igreja Universal” – uma intenção complicada de se tornar real. A segunda esquizofrenice é conquistar a Presidência da República do Brasil – plano também pouco provável, embora o partido político criado pela Universal, o PRB, seja sócio do grande condomínio petista-petralha. O terceiro devaneio é acabar com a hegemonia das Organizações Globo, principalmente da Rede Globo, o que exigirá muito mais competência da Rede Record, mas até pode se tornar possível por incompetência político-gerencial da família Marinho.

Macedo é um empreendedor. Demonstra fé inabalável em seus projetos. Mostrou todo seu poderio na inauguração do Templo do Rei Salomão, no qual a Universal investiu R$ 680 milhões, mas faturar, muito mais, com a exploração turística do monumento arquitetônico. O Bispo levou ao seu culto, de mais de três horas, além da Presidenta e do vice-Presidente da República, mais de cinco mil convidados ultra-VIPs: governadores, senadores, deputados, ministros, desembargadores, juízes, empresários, artistas... Foi sentida a ausência de Luiz Inácio Lula da Silva. O Presidentro anda mesmo sem prestígio...

#repitoatécansar: Bispo Macedo, não aceite ser vítima de uma petralhice. A aliança nada santa com os petralhas vai custar cara: R$ 10 milhões, bilhões ou trilhões, não importa. Todo dinheiro do mundo parecerá uma merreca na hora do Juízo Final.

Respostas erradas

 

Releia os artigos:



Farsa da Falta CPMI


PS – Merval Pereira, de O Globo, revelou que Madame Marta quis expropriar o Cristo Redentor da Igreja Católica, no mesmo dia em que a Madame Dilma prestigiou a inauguração do salomônico templo do Bispo Macedo.

Marta bem que poderia conceder um financiamento do Ministério da Cultura para algum Grande Empreiteiro do Universo construir o Templo de Salamanca.

Salamanca = antro secreto, conocido solo por los iniciados en las artes de la brujería, donde en las noches de los sábados se reunen hechiceros, adivinos y brujos (CALCUS) en compañía de animales colaboradores y espíritus convocados con la finalidad de divertirse y planear actividades.

Vaia do descarrego...


Gilberto Carvalho não vê escândalo nenhum!


Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, realmente não surpreende ninguém. Ele veio a público nesta segunda para, vejam que cândido,  afirmar que não vê escândalo nenhum na fraude da CPI. Segundo informa a Folha, o gigante disse o seguinte: “Eu não vou falar sobre um tema que eu ainda não tive a oportunidade de efetivamente discutir. [...] Em outro momento podemos até falar disso. Para mim não há qualquer escândalo na medida em que eu não conheço. Há uma denúncia. Uma denúncia não necessariamente é um escândalo. Uma denúncia tem que ser verificada e aí a gente pode depois conversar sobre isso”.

Carvalho faz o contrário de São Tomé: ele não acredita nem no que ouve nem no que vê.

Ah, sim. Ele também se referiu ao pessimismo:
“Porque todo dia é esse prenúncio de tragédias que felizmente que não se concretizam. E a luta do governo é dura porque tem que enfrentar setores que, por falta de proposta –e como no passado eles não têm muito o que mostrar, porque foi um Passado muito duro, de desemprego, de recessão–, eles têm que tentar fazer uma pregação do terrorismo, do pessimismo, para tentar ganhar o apoio popular”.

Quem tinha proposta no passado era o PT: destruir o Plano Real. Tenham paciência!

Depois de esclarecido o “caso do aeroporto”, os sherloques da imprensa especializados em mistérios da aviação civil têm tempo de sobra para investigar as viagens clandestinas de Rosemary Noronha a bordo do Aerolula


ROSEMARY-DE-NORONHA-20090603-06-size-598Em 2 de agosto, no noticiário sobre a escala em Montes Claros da trupe governista, a Folha de S. Paulo expôs na vitrine o lixo despejado pelo palanque ambulante e escondeu a vassoura finalmente sobraçada por um oposicionista de alta patente. “Dilma e Lula ironizam Aécio por ter feito aeroporto em terra de tio”, berrou a manchete da página A6. Três dias antes, num artigo publicado no mesmo jornal, o candidato do PSDB à Presidência admitiu ter usado quatro ou cinco vezes o aeródromo de Cláudio, reconheceu que deveria ter verificado previamente a situação legal da pista e, de novo, provou que não cometeu nenhuma irregularidade.

Alheios às explicações de Aécio, o enviado especial e o editor abriram a reportagem com a transcrição sem ressalvas do palavrório de Dilma. “Nós aumentamos a capacidade dos aeroportos em 67 milhões de passageiros e ninguém ficou com a chave desses aeroportos”, elogiou-se a supergerente de araque que só improvisou puxadinhos, enxerga multidões inexistentes nos saguões, inventou a privatização com codinome, entregou a empreiteiros amigos as chaves dos principais aeroportos e mantém engavetados os 800 novinhos em folha que prometeu inaugurar ainda em 2014.

O desfile de fantasias, insultos insinuados e bazófias difamatórias prosseguiu com a reprodução de um trecho da entrevista de Lula à Gazeta do Norte de Minas: “O Estado não pode ser tratado como propriedade para benefício de uma família”, provocou o ex-presidente ao comentar o “caso do aeroporto”. Mesmo para a oposição mais gentil da história  republicana, passou da conta a aula de ética proferida pelo pai do Lulinha e provedor de Rosemary Noronha. Só então, pela primeira vez desde a divulgação parcial das maracutaias descobertas pela Polícia Federal em novembro de 2012, o oportunista que vive confundindo o público e o privado foi confrontado com o escândalo que protagonizou ao lado de Rosemary Noronha.

Coube ao ex-deputado Pimenta da Veiga cutucou a fratura exposta: “Misturar assuntos pessoais com assuntos de governo não é prática do PSDB”, advertiu a nota oficial divulgada pelo candidato do PSDB ao governo mineiro, antes da frase de 23 palavras que merecia virar manchete de primeira página em todos os jornais que prezam a inteligência dos leitores: “O presidente perdeu mais uma boa oportunidade para dar as explicações que o Brasil aguarda há muito tempo sobre pessoas da sua intimidade”.

Embora Pimenta da Veiga não tenha identificado pelo nome e sobrenome a larápia que o então chefe de governo transformou em segunda-dama, chefe do escritório paulista da presidência e passageira clandestina do AeroLula, a Folha tratou  de confinar o histórico revide em dois parágrafos. O Globo e o Estadão, que também destacaram o lixo, não concederam uma única e escassa linha à vassoura desfraldada por Pimenta da Veiga. Cabe ao exército de Aécio intensificar a ofensiva até que Lula já não possa fingir que nada ouviu, até que a imprensa dócil seja forçada a curar a miopia seletiva.

É hora de trocar mensagens cifradas por recados com todas as letras. Os oposicionistas sem medo precisam deixar claro que Lula deixou de ser inimputável., e que a licença para pecar ultrapassou o prazo de validade. Como registra o post reproduzido na seção Vale Reprise, faz 620 dias que o chefão da seita foge de pelo menos 40 perguntas vinculadas ao caso Rose. Faz mais de um ano e meio que a oposição e os bravos rapazes da imprensa se dispensam de perguntar-lhe o que não tem resposta.

Durante 10 dias, repórteres dos três maiores diários brasileiros exigiram que Aécio Neves revelasse quantas vezes utilizara o “aeroporto” de Cláudio. Agora que o segredo foi desvendado, os sherloques especializados em mistérios da aviação civil têm tempo de sobra para investigar o enigma muito mais relevante. Para facilitar o trabalho dos repórteres, a coluna enfileira dez perguntas que envolvem a dupla Lula e Rosemary.

1. Quantos vezes o Aerolula decolou com Rosemary Noronha a bordo?

2. Quais os motivos da inclusão de Rose na comitiva presidencial em pelo menos 20 viagens internacionais?

3. Por que foi contemplada com um passaporte diplomático?

4. Quem autorizou a concessão do passaporte?

5. Por que o nome de Rosemary Noronha nunca apareceu nas listas oficiais de passageiros do avião presidencial divulgadas pelo Diário Oficial da União?

6. Quem se responsabilizou pelo embarque de uma passageira clandestina?

7. Por que Marisa Letícia e Rose não eram incluídas numa mesma comitiva?

8. Quais eram as tarefas confiadas a Rose durante as viagens?

9. Todo avião utilizado por autoridades em missão oficial é considerado Unidade Militar. Os militares que tripulavam a aeronave sabiam que havia uma clandestina a bordo?

10. Como foram pagas e justificadas as despesas de uma passageira que oficialmente não existia?


Não é tudo. Mas já basta para autorizar a decolagem rumo à verdade.

O ovo e o pinto


A mente comunista não funciona segundo os cânones da psicologia usual, mas segue uma lógica própria onde se misturam, em doses indistinguíveis, a habilidade dialética, o auto-engano histérico e a mendacidade psicopática.

Meu artigo anterior suscitou uma pergunta interessante na área de comentários: Se há tanta gente nas altas esferas colaborando com o comunismo, como é que ele ainda não dominou o mundo?

A primeira e mais óbvia resposta é que “o comunismo” como regime, como sistema de propriedade, é uma coisa, e o “movimento comunista” enquanto rede de organizações é outra. O primeiro é totalmente inviável, mas por isso mesmo o segundo pode crescer indefinidamente sem jamais ser obrigado a realizá-lo, limitando-se, em vez disso, a colher os lucros do que vai roubando, usurpando, prostituindo e destruindo pelo caminho.

São duas faixas de realidade completamente distintas, que se mesclam numa confusão desnorteante sob a denominação de “comunismo”.

Uma analogia tornará as coisas mais claras. Nenhum ser humano pode levar uma vida razoável com base numa loucura, mas, por isso mesmo, nada o impede de ficar cada vez mais louco: ele se estrepa, mas a loucura progride.  A força da loucura consiste precisamente em furtar-se ao teste de realidade. Os comunistas não podem realizar a economia comunista. Se têm uma imensa facilidade em arrebanhar pessoas para que lutem por esse fim irrealizável, é precisamente porque ele é irrealizável, o que é o mesmo que dizer: inacessível a  toda avaliação objetiva de resultados. Jamais existirá uma economia comunista da qual seus criadores digam: “Eis aqui o comunismo  realizado. Podem julgar-nos e dizer se cumprimos ou não as nossas promessas.” É da natureza mais íntima do ideal comunista ser uma promessa indefinidamente auto-adiável, imune, por isso, a todo julgamento humano. Seu prestígio quase religioso vem exatamente disso: o comunismo traz o Juízo Final do céu para a Terra, mas também sem data marcada.

Daí o aparente paradoxo de um movimento que, quanto mais cresce e mais poderoso se torna, mais se afasta dos seus fins proclamados. A esse paradoxo acrescenta-se um segundo: quanto mais se afasta desses fins, mais o movimento está livre para alegar que foi traído e que tem direito a uma nova oportunidade, com meios mais “puros”. Mas o paradoxo dos paradoxos reside numa faixa ainda mais profunda. Se alguém diz que vai fazer o impossível, com certeza não fará nada ou fará outra coisa. Se fizer, poderá ao mesmo tempo dar a essa coisa o nome daquilo que pretendia e alegar que ela ainda não é, ou que não é de maneira alguma, aquilo que pretendia. Daí a ambigüidade permanente do discurso comunista, que pode sempre se alardear um movimento poderoso destinado a uma vitória inevitável, e ao mesmo tempo minimizar ou negar a sua própria existência, jurando que ela não passa de uma “teoria da conspiração”, de uma invencionice de lacaios do capital.

É alucinante, mas é o que acontece todos os dias. Definitivamente, a mente comunista não funciona segundo os cânones da psicologia usual, mas segue uma lógica própria onde se misturam, em doses indistinguíveis, a habilidade dialética, o auto-engano histérico e a mendacidade psicopática.

Por isso mesmo é que o crescimento vertiginoso do movimento comunista acompanha, pari passu, não a decadência do capitalismo, mas a escalada do seu sucesso. O comunismo como regime, como sistema econômico, não existe nem existirá nunca. O comunismo só pode existir como movimento político que vive de parasitar o capitalismo e, por isso mesmo, cresce com ele.

Mas, por mais que sobreviva e se fortaleça, o corpo parasitado não sai ileso da parasitagem: limitado cada vez mais à função de fornecedor de recursos e pretextos para o parasita, ele vai perdendo todos os valores morais, religiosos e culturais que originalmente o inspiraram e reduzindo-se à mecanicidade do puro jogo econômico, cada vez mais fácil de criticar, enquanto o parasita se adorna de todo o prestígio da moral e da cultura.

O modus operandi dessa parasitagem é duplo: de um lado, as economias comunistas só sobrevivem graças à ajuda capitalista vinda do exterior. De outro lado, em cada nação, o crescimento da economia capitalista alimenta cada vez mais generosamente a cultura comunista.

Na mesma medida em que a mais absoluta inviabilidade impede a construção da economia comunista, o comunismo militante alcança vitória atrás de vitória no seu empenho de transformar o capitalismo numa geringonça infernal e sem sentido.

Toda a lógica do comunismo, em última análise, deriva da idéia hegeliana do “trabalho do negativo”, ou destruição criativa. Mas “destruição criativa” é apenas uma figura de linguagem, uma metonímia. A destruição de uma coisa só pode dar lugar ao crescimento de outra se esta for movida desde dentro por uma força criativa própria, que nada deve à destruição.  Esperar que a destruição, por si, crie alguma coisa, é como querer que nasça um pinto de um ovo frito.


Publicado no Diário do Comércio.

Apoio brasileiro ao terrorismo palestino: nem tudo é culpa do PT


Pastor de Geisel: Rev. Mozart Noronha, da IECLB
O governo do PT foi errado em afrontar Israel? Totalmente. Mas sejamos justos: afrontas desse tipo não começaram com o PT. Em 1979, o presidente Ernesto Geisel, general e neto de pastor luterano, permitiu a instalação de um escritório da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), em Brasília. Ao mesmo tempo, Geisel deu um direcionamento anti-Israel para os representantes do Brasil na ONU.

Aceitar a instalação da OLP, uma organização terrorista islâmica palestina responsável por atentados terroristas contra Israel, tem a equivalência moral de aceitar um escritório nazista em Brasília. Com isso, o governo Geisel, representando infelizmente os brasileiros, estava dizendo para o mundo: “Concordamos com os que cometem atentados terroristas contra Israel.”

Sou totalmente contra o PT e todos os outros partidos socialistas, mas sejamos justos: a postura anti-Israel do Itamaraty não começou com o PT. Está apenas prosseguindo sua nojenta história desde os tempos de Geisel.

Sejamos mais justos ainda: a aceitação da OLP não começou com o governo brasileiro. O governo americano sob Jimmy Carter já estava namorando a OLP e seu Dick Vigarista terrorista, Yasser Arafat, no final da década de 1970.

A maior fraqueza do Brasil sempre foi ser um grande imitador das tendências esquerdistas dos EUA. Tanta coisa boa para se imitar dos EUA, especialmente dos conservadores, e o Brasil prefere copiar as podridões. Ontem, o governo Geisel imitando a aceitação americana da OLP. Hoje, o governo de Dilma Rousseff imitando a agenda gay americana.

Quando é que essa imitação vai parar?

Dá até para compreender Dilma, com seu passado terrorista comunista, afrontando Israel. Mas como explicar Geisel, neto de pastor luterano, sendo pioneiro na afronta do governo brasileiro a Israel? Como descendente de alemães, ele desconhecia o que o nazismo fez com os judeus? Ele desconhecia que palestinos islâmicos eram aliados dos nazistas durante a 2ª Guerra Mundial?

Por que então ele colocou o bom senso de lado para imitar o mau exemplo de Jimmy Carter? Por que ele permitiu a instalação de um escritório da organização terrorista islâmica assassina de judeus em solo brasileiro em 1979?

Sejamos realistas: assim como nem tudo do governo americano era bom, nem tudo do governo militar do Brasil era bom.

E nem tudo dos luteranos é bom exemplo. Só para constar, Geisel era da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), única denominação protestante brasileira onde a Teologia da Libertação e a Teologia da Missão Integral reinam juntas de forma suprema. A IECLB é a versão protestante da Igreja Católica da CNBB, considerada a mãe do PT.

O pastor pessoal de Geisel era o Rev. Mozart Noronha, que hoje está ligado ao PSOL, um dos partidos socialistas mais radicais do Brasil. O Rev. Mozart, que herdou sua paixão pelo socialismo de sua denominação, a IECLB, disse: “Fui Pastor do General Ernesto Geisel e de sua família. Visitei o General no hospital e oficiei o seu sepultamento.”

Não é, pois, tudo culpa do PT. É culpa também do governo militar de Geisel, que imitou o governo americano de Jimmy Carter. E pode ser culpa também da IECLB e a maldita influência de suas teologias esquerdistas anti-Israel.

Seja como for, é inegável que décadas antes do PT, o governo militar do Brasil já estava afrontando Israel.


O Brasil, sob o PT ou não, tem muito para se arrepender de seus pecados contra Israel.

Israel tira as tropas da Faixa de Gaza antes de início de cessar-fogo. E as facilidades do pacifismo

Por Reinaldo Azevedo – VEJA

Um pouco de racionalidade na loucura? Quem sabe… Embora não tenha dado ainda a operação “Margem Protetora” como encerrada, Israel retirou de Gaza todas as suas tropas terrestres, antes ainda da entrada em vigor do cessar-fogo de 72 horas negociado pelo Egito, com o qual com concordaram tanto as forças dos movimentos terroristas Hamas e Jihad Islâmica como as de Israel. A trégua teve início às 8h desta terça — 2h em Brasília. Representantes dos extremistas palestinos já estão no Cairo, para onde rumarão também negociadores israelenses. Os egípcios tentam fazer da trégua o começo de uma negociação de paz — ao menos para o conflito de agora. Israel anunciou que destruiu os túneis do Hamas, mas não dá como concluída a tarefa: “Ainda temos muitas missões para cumprir”, disse o porta-voz militar, Moti Almoz.

Cresce a pressão de países europeus contra Israel. O governo da Grã-Bretanha afirmou que pretende rever seus contratos de venda de armas e artefatos militares, embora não tenha falado em suspendê-los. Já o governo da Espanha anunciou a suspensão mesmo, embora o volume negociado seja irrisório. O governo francês, por sua vez, afirmou que é preciso parar com o “massacre” na Faixa de Gaza.

Já tratei do assunto aqui muitas vezes e não mudei de ideia porque não há fatos que o justifiquem. É claro que uma tragédia está em curso e Gaza. A questão é saber o que o governo israelense poderia ter feito para evitá-la. Alguém dirá: “Basta suspender o bloqueio a Gaza…”. É mesmo? Perguntem por que o islâmico Egito não faz a mesma coisa. A questão de fundo é saber o que o Hamas fará se e quando ele for suspenso. Hoje, é fácil saber: iria se armar ainda mais. Pode-se ir mais longe: “É preciso acabar com os assentamentos na Cisjordânia…”. Salvo engano, o Hamas não quer apenas a Cisjordância e Gaza livres da presença judaica, mas toda a terra que eles consideram a grande Palestina — e isso inclui o Estado de Israel. O grupo só foi criado, diga-se, e optou pela ação terrorista porque se opunha e se opõe a qualquer forma de negociação com o “inimigo”.

É claro que ser “pacifista” em situações assim é sempre o mais fácil, não é? Como esquecer que Chamberlain foi saudado por milhares nas ruas quando voltou a Londres, depois de assinar com Hitler o tratado de Munique, em companhia do francês Daladier. Dois “pacifistas” em 1938… Churchill disse, então, uma das grandes frases daquele tempo: “Entre a desonra e a guerra, escolheram a desonra e terão a guerra”. Não estou comparando as duas situações. Só estou apelando a um fato extremo para exemplificar que nem sempre o que parece bom no momento é o mais desejável.

Eu defendo, é evidente, a existência de dois estados na área, o judeu e o palestino. Intransigências terão de ser vencidas de lado a lado. Ocorre que o terrorismo não é uma intransigência apenas: trata-se de uma forma de manter o permanente estado de guerra, que garante o statu quo dos… terroristas. A grande loucura do nosso tempo nessa questão está no fato de a lógica do terror — e suas estratégias — terem contaminado o juízo da diplomacia ocidental.


Poucos se dão conta de que o que se pede a Israel, hoje, no terreno militar, é que atue menos, o que só se pode fazer à custa de mais vítimas israelenses. Que governo faria essa opção? É precioso negociar e pôr fim à incursão à Gaza? É, sim! Mas o que é que se vai exigir dos terroristas?

Presidente DEPOSTO por militares no EGITO, Mohamed Morsi, foi o grande responsável pela construção dos túneis na Faixa de Gaza. Militantes da Al-quaeda executados sem dó na Somália.

Escrito por smbrjesusmilitar

Inteligência. Presidente DEPOSTO por militares no EGITO, Mohamed Morsi, é um dos grandes responsáveis pela construção dos túneis na Faixa de Gaza. Militantes da Al-quaeda executados sem dó na Somália.

Não fique só com o que a imprensa diz. A irmandade Muçulmana, que tem por objetivo final a destruição de Israel, é a grande responsável pela guerra hoje na faixa de Gaza.

O presidente Morsi, deposto por militares do Egito, em ação muito criticada e taxada de autoritária, foi um grande risco a manutenção da paz no Oriente Médio. A tão aclamada "primavera árabe" nada mais é do que a consecução de um grande plano para a criação de um gigantesco estado islâmico radical.

Morsi atualmente se encontra preso no Egito. Notem que a iimprensa internacional ja cessou suas críticas a ação dos militares egípcios, que tomaram a iniciativa de assumir o controle do país. o Ex´presidente Mohamed Morsi é acusado de instigar a desordem e se associar com grupos terroristas como Hezbolah e Hamas. Morsi alega que é inocente e que sua prisão é política.

Nesta sexta-feira 25 de julho de 2014 um oficial do exército israelense deu a jornalistas uma turnê em um túnel usado por militantes palestinos para ataques transfronteiriços, na fronteira Israel-Gaza. Muitos analistas dizem que a rede de túneis escavados pelos terroristas palestinos da Faixa de Gaza para as comunidades israelenses perto da fronteira foram o estopim para a mais recente guerra entre o Hamas e Israel.

A rede de túneis que permitem que combatentes do Hamas resistam a Operação do Exército israelense foram majoritariamente construída entre Junho de 2012 e Julho de 2013, durante a presidência de líder da Irmandade Muçulmana, Mohamed Morsi no Egito.

Analistas entrevistados pelo site inteligence declararam que Morsi também permitiu que o Hamas importasse o cimento necessário para fortalecer os túneis mais profundos, inclusive uma unidade de engenharia egípcia foi enviada para Gaza por um ano para ajudar o Hamas e supervisionar a construção das redes de túneis mais complexas, diz o relatório, acrescentando que os construtores do túnel do Hamas também se beneficiaram do apoio do corpo de engenheiros do Hezbollah.

Basta uma observação superficial para atestar que não são apenas "buracos" escavados artesanalmente, são obras elaboradas. O trabalho de construção de túneis como esses só pode ser realizado com a supervisão de profissionais, com logisstica, material adequado e pelo menos "vista grossa" da autoridade palestina. 

Na medida em que o Hamas seguidamente desrespeita os acordos de paz o apoio ao Primeiro Ministro Nethanyahu aumenta. Pesquisa realizada nesse domingo (AQUI) mostrou que 87% da sociedade israelense apoia a ação para a destruição dos túneis e mais de 69% deseja que o Hamas seja destruido por completo.

Três homens somalis condenados por assassinatos e facilitação dos ataques da Al-Qaeda ligados ao grupo Al-Shabab em Mogadíscio aguardam execução por fuzilamento nesse domingo, 3 de agosto, 2014. Os três homens foram condenados por um tribunal de Mogadíscio e executados como parte de um série de epunições contra membros da Al-Qaeda ligados grupos militantes terroristas, a AP relatou. As execuções veieram uma semana após uma execução semelhante de quatro terroristas também condenados por realizar ataques e assassinatos na capital da Somália. Grupos de direitos humanos frequentemente criticam o governo pelas execuções públicas. No entanto, o governo da Somália considera as execuções com impedimentos contra a campanha mortal dos militantes. (Crédito Foto: Farah Abdi Warsameh / AP Photo )



POR QUE NINGUÉM OUVE A ONU?

Por Mariana Queiroz Barboza

Como o mais importante organismo mundial da diplomacia perdeu relevância e se tornou impotente diante dos crescentes conflitos em Gaza, na Ucrânia e na Síria.

 

Criada logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, sob o pilar de que a paz deve ser estabelecida por meios pacíficos, a Organização das Nações Unidas (ONU) tem se mostrado cada vez mais impotente diante do acirramento de conflitos que se espalham pelo mundo. A violência entre Israel e o Hamas, que contabiliza mais 1,4 mil vítimas – a maioria civis –, é um exemplo de sua ineficácia.

Apesar de o Conselho de Segurança ter exigido um cessar-fogo imediato após uma reunião de emergência na segunda-feira 28, isso não impediu que os bombardeios continuassem dos dois lados.

Na quinta-feria 31, uma trégua foi acordada entre as partes, mas ela seria descumprida horas depois. No mesmo dia, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, descartou o fim da operação militar em Gaza até que seu Exército completasse a missão de destruir os túneis construídos pela força terrorista Hamas com o objetivo de atacar Israel. Detalhe: a negociação mais promissora de uma trégua definitiva tem sido conduzida pelo Egito.

Como uma organização dirigida por consensos, a ONU expõe a falência da cooperação supranacional, mesmo nas situações mais graves, quando há aliados em jogo. "O Conselho de Segurança é um órgão politizado, em que qualquer resolução passa por interesses nacionais", afirma Mark Lagon, diretor de estudos políticos globais e segurança da Universidade de Georgetown.

"O problema é que os membros permanentes têm seus protegidos e congelam o Conselho", diz Ruth Wedgwood, professora de Direito Internacional e Diplomacia na Universidade Johns Hopkins. "Se não concordam entre si, não há muito o que possa ser feito." Em termos práticos, os Estados Unidos impedem qualquer ação mais enérgica contra Israel, enquanto a Rússia faz o mesmo em relação à Síria e a outros aliados. Desde o fim da Guerra Fria, segundo levantamento do jornal americano "The New York Times", os Estados Unidos utilizaram seu poder de veto 14 vezes e a Rússia, 11.

Na falta de um consenso no Conselho de Segurança – além de EUA e Rússia, França, Reino Unido e China têm poder de veto –, iniciativas independentes têm ganhado importância. Diante da incapacidade da ONU de chegar a um entendimento sobre punir a Rússia pela anexação da Crimeia e por apoiar rebeldes separatistas no leste da Ucrânia, os EUA e os países da União Europeia optaram por sanções econômicas e diplomáticas fora do âmbito da entidade.

Na semana passada, uma nova rodada foi imposta. Em resposta, a Rússia disse que a energia que fornece ao mercado europeu ficaria mais cara. Para Jan Oberg, diretor da Transnational Foundation for Peace and Future Research, isso mostra que são os próprios Estados-membros que têm "marginalizado" as Nações Unidas. O especialista, que já participou de mais de 20 missões internacionais da ONU, compara o orçamento anual do órgão, ao redor de US$ 3 bilhões, com os gastos militares globais no mesmo período. "Os Estados-membros gastam US$ 1,7 trilhão se preparando para a guerra, porque pensam que segurança é Exército, mas estão dispostos a investir menos de 0,2% disso na paz", diz.

O esvaziamento da ONU cresce na medida em que muitas nações decidem se engajar militarmente mesmo sem o aval da entidade. Foi assim que, em agosto do ano passado, os americanos e britânicos cogitaram uma intervenção militar na Síria. Eles acusavam o presidente Bashar al-Assad por um ataque com armas químicas em Damasco. Embora a guerra civil, que já dura três anos, esteja longe de um desfecho, a ação só foi descartada depois que o presidente russo, Vladimir Putin, mediou um acordo para a entrega do arsenal químico em poder de Assad.

Em 2003, os Estados Unidos e o Reino Unido também não convenceram Alemanha, França e Rússia sobre a existência de armas de destruição em massa no Iraque. Ainda assim, eles invadiram o país. O mesmo aconteceu na guerra do Kosovo, em 1999, quando a Otan ignorou a decisão do Conselho de Segurança da ONU de não intervir no conflito. O veto coube à Rússia, que apoiava a Iugoslávia, depois desmembrada em várias nações independentes.

O grande avanço da ONU ressaltado pelos especialistas está na assistência humanitária. Com soldados levemente armados, as missões de paz coordenadas pela entidade não lutam para derrotar nenhum Exército, mas para evitar novas tensões e proteger os civis em terra. Um exemplo é a missão enviada ao Chipre, que tem sido hábil em controlar as hostilidades entre cipriotas gregos e turcos desde os anos 60.

Para Mark Lagon, mais dinheiro deveria ser destinado aos programas de refugiados e de combate à fome, que são capazes de salvar milhares de vidas todos os anos. Na semana passada, o braço das Nações Unidas que cuida dos refugiados palestinos, a UNRWA, pediu US$ 187 milhões extras. Seu porta-voz, Chris Gunness, chegou a chorar numa entrevista à tevê árabe Al-Jazeera após o ataque a uma escola em Gaza. Diante da impotência da ONU para suscitar ações concretas, Gunness não poderia produzir uma metáfora melhor.



Fonte: DefesaNet

Nove mitos sobre Gaza

Escrito Por Alex
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Conforme se desenrola a ação terrestre israelense em Gaza, consequência dos ataques incessantes do Hamas, os mitos e falsidades da mídia sobre Gaza estão sendo reciclados com o acréscimo de algumas novidades.

A seguir alguns dos mitos oriundos da cobertura e do passado:

MITO #1: É verdade que os palestinos de Gaza estão atacando Israel com o disparo indiscriminado de foguetes, mas que outra resposta eles poderiam dar ao asfixiante bloqueio de Israel?

Os líderes israelenses, a começar pelo Primeiro Ministro Benjamin Netanyahu, imaginam que a maneira de proteger seus cidadãos é invadir Gaza e explodir seus túneis – e, caso civis e crianças de Gaza morram, trata-se de algo triste, porém inevitável. E alguns gazenses pensam que eles já estão numa prisão ao ar livre, sendo asfixiados sob o embargo israelense, e a única forma de alcançar alguma mudança é disparando foguetes – e se algumas crianças israelenses morrerem, isso também é ruim, mas 100 vezes mais crianças palestinas já estão sendo mortas. (Nicholas Kristof, New York Times, 20 de julho de 2014, Who's Right and Wrong in the Middle East?)

É óbvio que não há crianças palestinas morrendo em consequência das restrições de Israel para Gaza dado que Israel tem sido cuidadoso em permitir o ingresso mais do que o suficiente de alimentos e remédios. Porém, além disso, o Nicholas Kristof alega que a única forma dos palestinos deixarem de ser “asfixiados … sob o embargo israelense” (para fazer uso da expressão utilizada por ele) é através do disparo de foguetes.

O que Kristof e todos aqueles que falam de modo semelhante ignoram – ou simplesmente não sabem – é que, antes de existir os ataques com mísseis e outros ataques terroristas oriundos da Faixa de Gaza comandada pelo Hamas, não existia nenhum “embargo” da mesma forma que não há nenhum embargo na Cisjordânia.

Ou seja, os mísseis não são uma resposta ao embargo, eles são a causa para o embargo.

Por exemplo, essa notícia a respeito do embargo, segundo o Washington Post (20/09/2007):

JERUSALEM, 19/Set. – O conselho de segurança de Israel na quarta-feira declarou a Faixa de Gaza como uma “entidade hostil” e disse que irá começar a fazer cortes na eletricidade e no combustível do território administrado pelo Hamas num esforço de parar com o disparo quase diário de foguetes em Israel.

MITO #2: Através de suas políticas tipicamente míopes Israel intencionalmente encorajou o crescimento do Hamas.

No final das contas, foi Israel que ajudou a nutrir o Hamas e o seu predecessor na década de 70 e 80. O falecido Eyad El-Sarraj, um proeminente psiquiatra de Gaza, alertou o mandatário de Israel que ele estava “brincando com fogo” ao nutrir militantes religiosos. Segundo o livro “Hamas”, de Berverley Milton-Edwards e Stephen Farrel, a resposta foi: “Não se preocupe, nós sabemos como manobrar as coisas. Nosso inimigo hoje é a OLP.” (Nicholas Kristof, New York Times, 16 de julho de 2014)

FATO: Israel jamais encorajou o Hamas ou o seu rival islamita – a Jihad Islâmica. Israel apoiou a construção de clínicas, mesquitas e escolas religiosas nos territórios, pois assim era a sua obrigação segundo a Convenção de Haia e a Convenção de Genebra que exigem que os impostos arrecadados em territórios sejam utilizados para o benefício dos territórios, e de que sejam respeitadas as leis existentes, entre elas as que incluíam o financiamento de instituições religiosas. Entre os grupos que o governo cooperou nesse sentido estava a assim chamada Irmandade Muçulmana, uma organização sem fins lucrativos registrada em Gaza. A Irmandade Muçulmana, embora rejeitasse a existência de Israel, era explicitamente não violenta naqueles dias, acreditando que a sociedade Islâmica teria de ser fortalecida a longo prazo antes que qualquer conflito pudesse ser iniciado com Israel (Vide, por exemplo: Islamic Fundamentalism in the West Bank, de Ziad Abu-Amr).

Contrastando, a Jihad Islâmica era explicitamente violenta desde a sua fundação em 1980, instando por uma jihad imediata contra Israel e demonstrando pouco interesse na construção de instituições sociais. De fato, ela fora criada a partir da frustração com a política não violenta da Irmandade Muçulmana. O cofundador da Jihad Islâmica, Fathi Shikaki, foi preso por Israel em 1983 e novamente em 1986, e, em 1988, foi deportado para o Líbano (Islamic Fundamentalism, pg. 93-94). Por acaso isso se parece com israelenses “nutrindo” [terroristas] como Kristof repete desvairadamente?

Com o início da intifada a Irmandade Muçulmana temeu perder influência e popularidade para a terrorista Jihad Islâmica que abertamente zombava do movimento por seu posicionamento não violento. Respondendo a isso, sob a liderança do Xeique Ahmed Yassin, a Irmandade Muçulmana criou em 09 de dezembro de 1987 um subgrupo que eventualmente veio a se chamar Hamas e que fora engendrado para competir com a Jihad Islâmica no assassinato de israelenses. Isto quer dizer que, ao contrário do que afirma Kristof, o Hamas essencialmente não existia até 1988, e Israel jamais cooperou com ele.

Na verdade, em maio de 1989, Israel prendeu o Xeique Yassin e o sentenciou a 15 anos de prisão por seu papel no sequestro e assassinato de dois soldados israelenses (Islamic Fundamentalism, pg. 65).

MITO #3: Israel e os Estados Unidos ajudaram a causar a guerra em Gaza por recusar-se a permitir o pagamento dos salários de servidores civis do Hamas em Gaza.

A causa mais imediata para esta última guerra tem sido ignorada: Israel e boa parte da comunidade internacional dispôs um conjunto de obstáculos proibitivos para que o governo palestino “de consenso nacional” fosse formado no início de junho.

Israel imediatamente buscou minar o acordo de reconciliação impedindo que os líderes do Hamas e os moradores de Gaza obtivessem dois dos benefícios mais essenciais: o pagamento dos salários dos 43.000 servidores civis que trabalham para o governo do Hamas … (Nathan Thrall, New York Times,17 de julho de 2014)

FATO: Foi o Presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas quem se opôs ao pagamento dos salários dos empregados do Hamas segundo afirmam diversas fontes jornalísticas. A Associated Press noticiou, por exemplo, que:

Em comentários mais recentes nessa semana, Abbas indicou que ele não tem pressa alguma para pagar os legalistas do Hamas. Ele afirmou que o Hamas deve continuar pagando os salários “até que nós concordemos” com uma solução. Ele também criticou os protestos dos legalistas do Hamas por motivos salariais, afirmando que isso era um “mau sinal”. (AP, 09 de junho de 2014)

MITO #4: As ações de Israel são “desproporcionais” tendo em vista que foram mortos muito mais residentes de Gaza do que israelitas.

Veja, quando militantes em Gaza disparam foguetes em Israel, então Israel tem o direito de responder, porém dentro de alguma proporcionalidade. Mais do que 200 gazenses foram mortos, três quartos dos quais eram civis, segundo autoridades das Nações Unidas; um israelita foi morto. (Nicholas Kristof, New York Times, 16 de julho de 2014)

[Israel] está causando um imenso e desproporcional nível de mortes de civis em Gaza. (Christiane Amanpour, CNN, 04 de janeiro de 2009)

Disparar contra civis, seja o disparo feito pelo Hamas ou por Israel, é potencialmente um crime de guerra. Toda a vida humana é preciosa. Mas os números falam por si mesmos: aproximadamente 700 palestinos, a maioria deles civis, foram mortos desde que o conflito iniciou no final do ano passado. Em contrapartida, em torno de uma dúzia de israelenses foram assassinados, muitos deles soldados. (RashidKhalidi, What You Don't Know About Gaza, Editorial New York Times, 08 dejaneiro de 2009)

FATO: Antes de qualquer coisa, ao contrário da afirmação de Rashid Khalidi, três quartos dos palestinos mortos na época em que ele escrevia [2009] eram combatentes, não civis, inclusive 290 combatentes do Hamas que foram especificamente identificados.

Além disso, é impossível obter conclusões quanto ao certo ou errado baseado no número de pessoas mortas. Consideremos que o ataque japonês à Pearl Harbor vitimou aproximadamente 3.000 americanos. Disso se conclui que os Estados Unidos deveriam ter finalizado o contra-ataque contra as forças japonesas quando um número de mortes semelhante tivesse sido alcançado? Dado que isso não foi feito, isso significa que os Estados Unidos agiram de modo desproporcional, violando a lei internacional, ou até mesmo imoralmente, e os japoneses tornaram-se as vítimas? Obviamente a resposta é não.

Aprofundando esses dados, no Teatro do Pacífico na Segunda Guerra Mundial, mais do que 2.7 milhões de japoneses foram mortos, incluindo 580.000 civis, frente a apenas 106.000 americanos, a vasta maioria dos quais combatentes. Depreende-se disso que o Japão estava certo e a América estava errada? De novo, obviamente, a resposta é não. Apenas o fato de ter mais mortos no seu lado não lhe dá a razão.

Proporcionalidade no sentido utilizado por Nicholas Kristof e, antes dele, pela Christiane Amanpour e Rashid Khalidi é desprovido de significado.

MITO #5: As ações de Israel são ilegais, dado que a Lei Internacional exige proporcionalidade.

A lei internacional … chama ao elemento da proporcionalidade. Quando você tem um conflito entre duas nações ou entre países, há um senso de proporcionalidade. Você não pode ir, matar e ferir 3.000 palestinos quando você tem quatro israelenses mortos no outro lado. Aquilo é imoral, é ilegal. E aquilo não está certo. E isso deve ser interrompido. (Dr.Riyad Mansour, Embaixador palestino para as Nações Unidas, CNN, 03 de Janeiro de 2009)

O jurista Salah Abdul Ati, diretor da Comissão Independente para Direitos Humanos, afirmou que a agressão israelense contra a Faixa de Gaza constitui um crime de guerra e uma violação massiva dos direitos humanos, o que requer medidas legais e investigações. (Al Monitor, 11 de julho de 2014)

FATO: Proporcionalidade na Lei da Guerra não tem nada que ver com o número relativo de baixas em ambos os lados. Ela se refere, sim, ao valor militar do alvo (qual o impacto que a destruição do alvo terá no resultado da batalha ou guerra) frente à ameaça esperada às vidas ou propriedades dos civis. Se um alvo possui um elevado valor militar, então ele poderá ser atacado mesmo quando isso cause morte entre civis.

O que tem de ser “proporcional” (atualmente essa expressão não é utilizada nas convenções relevantes) é o valor militar do alvo frente ao perigo representado [pelo ataque] a civis.

Neste mister, o Artigo 51 do Protocolo 1 Adicional à Convenção de Genebra de 1977 proíbe como sendo indiscriminado:

5(b) os ataques quando se pode prever que causarão incidentalmente mortos e ferimentos entre a população civil, ou danos a bens de caráter civil, ou ambas as coisas, e que seriam excessivos em relação à vantagem militar concreta e diretamente prevista. (1)

Dentro desse critério, os esforços de Israel para destruir mísseis antes que eles possam ser disparados em civis israelenses, mesmo quando [esse esforço] põe em risco civis palestinos, conforma-se perfeitamente dentro dos Regulamentos de Guerra. Não há nenhuma exigência que Israel coloque a vida dos seus próprios cidadãos em perigo para proteger a vida de civis palestinos.

MITO #6: O Hamas não tem outra escolha a não ser posicionar armamentos e combatentes em áreas populadas tendo em vista que a Faixa de Gaza é tão populosa que tudo fica no mesmo local.

[Para o Hamas] não há outra escolha. Gaza é do tamanho de Detroit. E 1.5 milhões vivem aqui onde não há lugar para eles dispararem a não ser desde o âmago da população. (Taghreed El-Khodary, repórter do New YorkTimes em Gaza, para a CNN em 01 de janeiro de 2009)

FATO: Atualmente existe em Gaza uma profusão de espaços abertos, incluindo os sítios esvaziados onde os assentamentos israelitas existiam. A alegação do Hamas, papagaiada pelo jornalista do Times, é um disparate.

Além disso, dispor os seus próprios civis ao redor ou próximo de um alvo militar para agir como um “escudo humano” é proibido pela IVConvenção de Genebra:

Art. 28. Nenhuma pessoa protegida poderá ser utilizada para colocar, pela sua presença, certos pontos ou certas regiões ao abrigo das operações militares. (2)

O Artigo 58 do Protocolo 1 Adicional à Convenção de Genebra de 1977 (a qual a Autoridade Palestina aceitou) aprofunda ainda mais sobre esse aspecto, exigindo que o Hamas remova os civis palestinos das vizinhanças das suas instalações militares, o que inclui também qualquer local onde armas, morteiros, bombas e assemelhados são produzidos, estocados, ou de onde são disparados, bem como de qualquer lugar onde combatentes treinem, congreguem-se ou se escondam. O texto, solicitando às partes do conflito, é este:
(a) … remover das proximidades de objetivos militares a população civil, as pessoas civis e os bens de caráter civil que se encontrem sob seu controle;
(b) evitarão situar objetivos militares no interior ou nas proximidades de zonas densamente povoadas;
(c) tomarão todas as demais precauções necessárias para proteger contra os perigos resultantes de operações militares a população civil, as pessoas civis e os bens de caráter civil que se encontram sob seu controle. (1)

Até mesmo a UNRWA [Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados] sopesou este ponto ao denunciar em 17 de julho o “grupo ou grupos” que haviam escondido mísseis numa escola administrada pela ONU em Gaza.

O Hamas, enquanto governo de facto em Gaza, é o responsável pelos mísseis e outras armas escondidas em construções e áreas civis, e ele têm violado claramente todas as três prescrições mencionadas.

MITO #7: Israel está errado, pois não está lutando de igual para igual: ele possui defesas antimísseis e abrigos contra bombas, ao passo que os palestinos não os possuem.

BEN WEDEMAN, CORRESPONDENTE INTERNACIONAL SÊNIOR DA CNN: Está piorando enormemente. Já está ruim aqui em Gaza onde nós temos um massacre neste momento, Erin [âncora da CNN], com 113 mortos segundo as nossas fontes. Tenham em mente que, é óbvio, os palestinos não tem um sistema iron dome para interceptar os foguetes de Israel que caem, os civis não tem nenhum sistema de alerta de bombardeio que avise a população da vinda de ataques aéreos. Não há bunkers. Não há abrigos contra bombas, não há onde se esconder. (CNN, 11 dejulho de 2014)

FATO: Por que razão o Hamas não construiu abrigos contra bombardeios para os civis em Gaza? Quem os impediu? O Hamas importouquantidades descomunais de cimento, porém desviou-o coercitivamente do setor civil e utilizou-o na construção de bunkers e túneis para os líderes e combatentes do Hamas, juntamente com posições ocultas de lançamento de mísseis e paióis subterrâneos repletos de armamentos inclusive mísseis de longo alcance.

De modo contrário, Israel exige desde o início dos anos 90 que todas as novas residências tenham uma sala de segurança reforçada, e a sua construção de abrigos anti-bombas (frequentemente rudimentares) nas comunidades próximas a Gaza ajudaram a blindar os civis israelenses dos ataques do Hamas, apesar do custo de mais de US$ 1 bilhão.

É irônico que Israel seja criticada por proteger com sucesso seus civis seguindo as regras das leis internacionais, enquanto o Hamas seja retratado como uma vítima por violar as mesmas leis internacionais.

MITO #8: Gaza é uma das áreas “mais densamente povoadas” no planeta.

Críticos afirmam que os bombardeios pesados de Israel em um dos territórios mais densamente povoados no mundo é, em si, o fator principal que coloca a vida de civis em risco. Sarit Michaeli do grupo de direitos humanos de Israel B'Teselem afirmou que, embora o uso de escudos humanos viole a lei humanitária internacional, “isto não dá a Israel a desculpa para também violar a lei humanitária internacional.” (AP via Politico em 12 de juho de2014)

FATO: Gaza está longe de ser um dos territórios mais densamente povoados no mundo – inúmeros locais no planeta, alguns ricos e outros desesperadamente pobres, são mais densamente povoados do que Gaza. Apenas para citar alguns exemplos:

Região
Densidade Populacional (pessoas/mi²)
Gaza
8666
Distrito de Colúmbia
9176
Gibraltar
11990
Cingapura
17751
Hong Kong
17833
Mônaco
41608
Macau
71466
Cairo
82893
Calcutá
108005
Manila
113810
(Fonte – Statistical Abstract of the United States, 2004-2005, Tabela 18 1321; Demographia -- Population Density: Selected International Urban Areas and Components)

MITO #9: Apesar da retirada de Israel de Gaza em 2005, Israel ainda está ocupando Gaza por meio dos controles das fronteiras do território, das águas costeiras, do espaço aéreo e energético.

Apesar da retirada israelense dos assentamentos e bases em 2005, Gaza continua ocupada de maneira concreta e através da lei internacional, suas fronteiras, águas costeiras, recursos, espaço aéreo e suprimento energético são controlados por Israel.

De modo que os palestinos de Gaza são um povo sob ocupação … Seumas Milne, The Guardian, 16 de julho de 2014

FATO: Em termos de fronteira terrestre com Gaza, naturalmente que Israel controla aquelas que são adjacentes a Gaza; a fronteira com o Egito em Rafah é controlada pelo Egito. Além disso, é cristalino segundo a lei internacional que Israel não ocupa Gaza. O embaixador Dore Gold escreveu num relatório detalhado sobre a questão:

O principal documento para a definição da existência de uma ocupação tem sido a IV Convenção de Genera de 1949 “Relativa à Proteção das Pessoas Civis em Tempo de Guerra”. O artigo 6 da IV Convenção de Genebra declara explicitamente que “a Potência ocupante ficará, enquanto durar o tempo de ocupação, obrigada a exercer as funções de governo do território em questão...” Se nenhum governo militar israelense está exercendo sua autoridade ou qualquer das “funções de governo” na Faixa de Gaza, então não há ocupação alguma. (Legal Acrobatics: ThePalestinan Claim that Gaza is Still “Occupied” Even After Israel Withdraws. Embaixador Dore Gold. JCPA. 26 de agosto de 2005)

Contudo como seria se esquecêssemos disso e se considerássemos com seriedade a alegação de Saumas Milne de que Israel é uma potência de ocupação e que em sendo assim é a autoridade soberana legal em Gaza? Neste caso o corpo legal relevante seriam os Regulamentos de Haia, que no artigo concernente afirma:

Tendo a autoridade do poder legítimo passado, de fato, para o comando do ocupante, este deverá tomar todas as medidas em seu poder para restaurar, e assegurar, tanto quanto possível, a ordem e a segurança pública, enquanto respeita as leis em vigência no país a não ser que seja absolutamente impedido. (Artigo 43, Leis e Costumes da Guerra Terrestre (Haia IV); 18 de outubro de 1907) (4)

De acordo com este artigo a incursão israelense em Gaza seria, portanto, totalmente legal enquanto um exercício legítimo da responsabilidade de Israel de restaurar e assegurar a ordem e segurança pública em Gaza. Isto incluiria a remoção do Hamas, o qual, pela lógica de Seumas Milne, é uma autoridade ilegítima em Gaza. Segundo a lei internacional – e os Acordos de Oslo – o Hamas certamente não tem direito a estocar armamentos ou para atacar Israel, e devido a isso Israel está justificada na sua adoção de medidas para desarmar o Hamas e impedi-lo de aterrorizar a população de Israel e a população de Gaza. Esta é a lógica inescapável da posição assumida por Seumas Milne.


Fonte: Mídia Sem Máscara

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Notas:
1 – Redação segundo o portal do Palácio do Planalto. Para fins de comparação / complemento leia a redação em português de Portugal: http://www.gddc.pt/direitos-humanos/textos-internacionais-dh/tidhuniversais/dih-prot-I-conv-genebra-12-08-1949.html
2 – Redação segundo: http://bit.ly/1okWDfy
3 – Vide nota 1.
4 – Tradução não oficial. Não foi possível encontrar o documento com sua redação oficial em português.



Tradução: Francis Lauer