Ex-secretário Nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior disse
que é alvo de perseguição política por causa das denúncias que fez contra o PT
Por volta da 11 horas desta terça-feira, quatro policiais
federais estiveram no escritório do delegado Romeu Tuma Júnior, no bairro do
Bom Retiro, em São Paulo, com ordens para conduzi-lo coercitivamente à
Superintendência da Polícia Federal. Tuma Júnior se recusou a acompanhar os
agentes, alegando que a condução era ilegal.
Mais tarde, ele compareceu à sede da PF para prestar
esclarecimentos sobre o livro Assassinato de Reputações — Um Crime de Estado
(Topbooks; 557 páginas), que narra os bastidores do que ele viu, ouviu e,
principalmente, acompanhou de perto quando ocupou o cargo de ex-secretário
Nacional de Justiça do governo Lula
Tuma Júnior afirmou que passou cerca de 40 minutos na sede
da PF, mas não respondeu a nenhuma pergunta. Ele disse que já havia prestado
esclarecimentos sobre o conteúdo do livro em procedimento aberto pela Delegacia
Fazendária no ano passado – não há inquérito contra ele. "Hoje só
registrei meu repúdio, já havia sido ouvido. Apontei minha repulsa em se
conduzir um advogado coercitivamente sem comunicar à OAB. A polícia está
aparelhada, a gente nunca sabe o que vai acontecer", afirmou.
Na chegada dos policiais ao escritório de Tuma Júnior, houve
discussão e muito bate-boca. O delegado Fabrizio Galli, da Delegacia
Fazendária, afirmou que Tuma Júnior recebeu intimações prévias, mas não
compareceu para prestar depoimentos.
Em seu livro, o delegado revelou que a estrutura do governo
petista era usada para produzir dossiês contra adversários políticos. Ele
também teria ouvido do ministro Gilberto Carvalho, ex-chefe de gabinete de
Lula, a confissão de que o ex-prefeito de Santo André Celso Daniel teria sido
assassinado depois de descobrir um esquema clandestino de arrecadação de
dinheiro para beneficiar o PT. Atual secretário-geral da Presidência da República, Carvalho,
segundo o relato do delegado, teria confessado também ter transportado dinheiro
de corrupção para abastecer o caixa eleitoral do PT.
Tuma Júnior se recusou a acompanhar os agentes, alegando que
a condução era ilegal. Ele disse que um dos federais informou apenas que estava
cumprindo “ordens de Brasília”. “Estive lá na PF um vez e nem inquérito havia”,
disse o delegado. Isso é perseguição política”, afirmou.
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