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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

SEPARATISMO, ELES NÃO MERECEM ESTA INGRATIDÃO!

Por Cel  Paulo Ricardo da Rocha Paiva

Você sabe de onde eu venho? Venho do morro, do engenho, das selvas, dos cafezais, da boa terra do coco, da choupana onde um é pouco, dois é bom, três é demais. Venho das praias sedosas, das montanhas alterosas, dos pampas, do seringal, das margens crespas dos rios, dos verdes mares bravios, da minha terra natal.

Alma brasileira!  Neste momento de ameaça separatista que corre a Pátria de todos nós, volto os olhos para esta canção de bravos, de irmãos de todos os recantos desta nossa mãe gentil. Do silêncio dos tempos passados, parece que estou vendo os cidadãos fardados, que foram nossos “pracinhas”, voluntários do Oiapoque ao Chuí que, irmanados, a cantam com timbre de heróis!

Por mais terras que eu percorra, não permita Deus que eu morra, sem que volte para lá; sem que leve por divisa esse "V" que simboliza a vitória que virá. Nossa vitória final, que é a mira do meu fuzil, a ração do meu bornal, a água do meu cantil, as asas do meu ideal, a glória do meu Brasil.

Morreram no cumprimento do dever 450 praças, 13 oficiais e 8 pilotos. Feridos nos combates foram aproximadamente 12 mil. Imaginem como devem estar estes guerreiros padecendo, ouvindo clamores separatistas ecoando pelos “brasis” que defenderam com unhas e dentes em campos de batalha na Europa. Eles não lutaram pelo nordeste, pelo sul, pelo centro-oeste, pelo norte ou pelo sudeste. Sua luta foi pelo Brasil, uno e indissolúvel, herdado do grande duque, o “pacificador” que perdoava e anistiava os compatriotas desavisados, inoculados pelo mal dos “cucarachos”, que hoje amargam seu destino de republiquetas sem expressão, condenadas a um protagonismo de segunda.

Eu venho da minha terra, da casa branca da serra e do luar do meu sertão; venho da minha Maria, cujo nome principia na palma da minha mão. Braços mornos de Moema, lábios de mel de Iracema, estendidos para mim, ó minha terra querida, da Senhora Aparecida, e do Senhor do Bonfim!

Braços mornos de Moema! Minha gente, foram nordestinos que assim cantaram, lábios de mel de Iracema... mas, para eles, também era sua a terra bandeirante querida, da Senhora Aparecida, assim como a do Senhor do Bonfim! Com certeza, os 686 baianos, 651 pernambucanos, 377 cearenses, só para exemplificar a participação nordestina na FEB, não se julgam menos filhos da Senhora Aparecida do que os 3389 irmãos paulistas que, a eles irmanados, galgaram juntos as alturas do Monte Castelo, em 21 de fevereiro de 1945! Fico a imaginar a indignação destes heróis quando seus filhos, netos e bisnetos, cometem este sacrilégio de levantar a ideia infame da cizânia separatista no seio da Pátria pela qual, ombro a ombro, verteram sangue estes descendentes, tanto dos audazes bandeirantes como dos nordestinos que expulsaram os holandeses, quando nosso” impávido colosso” ainda nascia!

Por mais terras que eu percorra, não permita Deus que eu morra, sem que volte para lá; sem que leve por divisa esse "V" que simboliza a vitória que virá. Nossa vitória final, que é a mira do meu fuzil, a ração do meu bornal, a água do meu cantil, as asas do meu ideal, a glória do meu Brasil.

Separatismo porque votam mal? Por Deus! Quem não vota mal neste pobre Brasil infeliz? A gauchada mesmo, volta e meia, coloca um “comunopetista” no governo do estado. O Rio de Janeiro então é outra lástima! Que se diga: nosso mal não é regional, é NACIONAL! Mas mesmo na Guerra Farroupilha não faltaram gaúchos de visão prospectiva quanto ao destino de grandeza da grande Pátria Brasileira.  Davi Canabarro, considerado então como “o melhor cabo-de-guerra da República Riograndense”, assim se fez entender quando o argentino Rosas lhe ofereceu auxílio: -“ Senhor! O primeiro soldado de vossas tropas que atravessar a fronteira, fornecerá o sangue com que será assignada a paz de Piratini com os Imperiaes. Acima do nosso amor à república collocamos o nosso brio, a integridade da Pátria. Si puzerdes agora os vossos soldados na fronteira, encontrareis hombro a hombro, os soldados de Piratinin e os soldados do senhor D. Pedro II. ” Irmãos deste imenso País! E os “pagos” não deixaram por menos: foram 1880 que de lá saíram para a Itália. As asas de seu ideal, as mesmas de seus irmãos, nordestinos, paulistas e de todos os demais estados da federação, já que, honra seja feita, nenhum deles deixou de fornecer voluntários para a guerra! E ainda existem imbecis pregando separatismo! Malditos sejam!

Você sabe de onde eu venho? É de uma Pátria que eu tenho, no bojo do meu violão, que de viver em meu peito, foi até tomando jeito de um enorme coração. Deixei lá atrás meu terreno, meu limão, meu limoeiro, meu pé de jacarandá, minha casa pequenina, lá no alto da colina, onde canta o sabiá.

Isto é Brasil minha gente! Eles, os “febianos”, respiravam isto e eles exigem que nós continuemos aspirando esta magnitude verde e amarela. Nossa luta não é entre nós, é contra as “bandeiras vermelhas”, aquelas empunhadas pelos que já abdicaram da cidadania nacional pela “internacional socialista”!  O alto da colina, devemos mantê-lo para o sabiá e não entregá-lo de mão beijada ao carcará secessionista.  Esta é a grande Pátria que nós ainda temos e que devemos legar à nossa descendência. Por isto brasileiros lutaram, por isto devemos lutar!

Por mais terras que eu percorra, não permita Deus que eu morra, sem que volte para lá; sem que leve por divisa esse "V" que simboliza a vitória que virá. Nossa vitória final, que é a mira do meu fuzil, a ração do meu bornal, a água do meu cantil, as asas do meu ideal, a glória do meu Brasil.

Mas os paulistas e nordestinos veteranos da FEB, aqueles muitos integrantes do valoroso 6ª RI-Regimento Ipiranga, Caçapava/SP, não acreditam no que estão a ouvir! Eis que hoje, agora, o leviatã da discórdia se manifesta naquele grande estado, novamente de forma insidiosa: -“Movimento São Paulo Independente! Só há uma saída para o desenvolvimento paulista: a INDEPENDÊNCIA. Uma sandice sem pé nem cabeça, irresponsável, que contraria todos os requisitos reconhecidamente indispensáveis para o porvir de uma grande potência. Interessante é que, em seguida, se apresenta uma justificativa neste teor: -“Além de sugar os recursos e as riquezas geradas pelos paulistas, o governo brasileiro ainda atrapalha o desenvolvimento de nossa Pátria através de seu modelo político defasado e burocrático, o que acaba abrindo brechas para corrupção e até mesmo atrasando as obras muitas vezes por motivos fúteis. ” O grande culpado é identificado com todas as letras, o governo brasileiro, e se prefere culpar o norte/nordeste brasileiro. Por que São Paulo não sai gigantescamente para as ruas, como em 1964, e exige o impeachment da governante?  Que se diga, naquele ano, a participação decisiva do povo paulista foi definitiva para a queda do projeto comunosocialista de João Goulart.

Venho do além desse monte, que ainda azula o horizonte, onde o nosso amor nasceu, do rancho que tinha ao lado, um coqueiro que, coitado, de saudade já morreu. Venho do verde mais belo do mais dourado amarelo, do azul mais cheio de luz, cheio de estrelas prateadas, que se ajoelham deslumbradas, fazendo o sinal da Cruz!

Sou filho de ex-combatente e a primeira imagem desta grandiosidade da Pátria me foi estampada pelo meu pai.  Hoje, meu velho morreria de desgosto vendo a que estão querendo reduzir o sonho da esmagadora maioria dos brasileiros que atravessaram o Atlântico para lutar na Europa, o sentimento de fé quanto ao destino de grandeza da “Terra de Santa Cruz”.  Vicejava neles a crença de que, na segunda metade do século, o Brasil evoluiria de uma potência continental para outra do porte de uma França ou de uma Inglaterra, com poder militar compatível para manter sua soberania plena e seus recursos naturais, sem temer ameaças de quem quer que fosse. Ela não se realizou.  Já estamos chegando em 2015 e, ao que tudo indica, aquela visão está comprometida pelos maus brasileiros que se assenhorearam do País, sob as vistas subservientes, não das Instituições Armadas , mas de seu “alto” comando, absolutamente alheio ás pressões dominantes que estão fazendo ruir o sentimento de nacionalidade. Oficiais-generais, até provas em contrário, meros assistentes fortuitos do festim diabólico bancado pela politicalha e pelos algozes das FFAA, engolindo infâmias e injustiças, deixando para trás companheiros que lutaram contra as guerrilhas urbana e rural, e isto para que todos nós pudéssemos ministrar a instrução peculiar programada pelos quartéis da vida.

Por mais terras que eu percorra, não permita Deus que eu morra, sem que volte para lá; sem que leve por divisa esse "V" que simboliza a vitória que virá. Nossa vitória final, que é a mira do meu fuzil, a ração do meu bornal, a água do meu cantil, as asas do meu ideal, a glória do meu Brasil.

Parodiando a profética advertência, contida na proclamação do Duque de Caxias aos farrapos, em 17 de março de março de 1843 e, em desagravo aos veteranos das Forças Armadas Brasileiras na 2ª GM, que se diga, alto e bom som aos separatistas desavisados: -“Lembrai-vos que a poucos passos de vós está o inimigo de todos nós, o inimigo da nacionalidade e da tradição. Não pode tardar que nos meçamos com os guerrilheiros de Lula e Dilma, guardemos pois nossas espadas e nosso sangue. Vede que estes traidores da Pátria exultam com essa triste cizânia com que nós mesmos nos estamos enfraquecendo e destruindo. Abracemo-nos e unamo-nos para marcharmos, não peito a peito, mas ombro a ombro, em defesa da Pátria, que é nossa mãe comum!"



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