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domingo, 21 de setembro de 2014

Partidos têm donos

Por Ernesto Caruso 

Nesse particular o PT é bom exemplo a ser lembrado e péssimo exemplo a ser seguido como símbolo de democracia. Ganhou popularidade e com persistência, apoio financeiro, “banho de loja” e culto à personalidade chegou ao poder e se lambuzou (outra estória).

Faz tempo que Lula manda no partido. Os nomes que indica para os cargos eletivos de maior expressão são aceitos aparentemente sem contestação. Dilma Roussef foi o primeiro teste e, sucesso ao chegar à Presidência da República sob a luz do padrinho Lula. Praticamente uma desconhecida espertamente lançada antes dos outros partidos. Com Fernando Haddad imposto como candidato à Prefeitura de São Paulo comemorou o resultado nas urnas.

Nesta eleição de 2014, lançou como candidato ao governo de S. Paulo, o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, porta-bandeira do programa encomendado ao ditador cubano, ao importar 14 mil mais ou menos médicos da ilha da fantasia dos irmãos Castro. Não anda bem nas pesquisas com os respingos do óleo negro em mar de lama.

Os outros partidos que formam a base aliada e comparecem ao banquete do governo Dilma/Lula tem os seus donos e caciques que comandam o processo, são nomeados ministros daí a enxurrada dos 39 monstrengos que chocam qualquer estudante de Administração ao meditar sobre as atividades de coordenação e controle. Os malfeitos são manchetes e notícias policiais e os comentários espelham o insucesso nos resultados econômicos.

Os 39 poderiam ser noventa ou cem. Pouco importa. Meia dúzia, mais ou menos, comanda o processo com tentáculos sobre o Congresso Nacional. Risível a propaganda de candidatos, não incluindo o Tiririca e os sérios, que juram e prometem fazer escola, posto médico e creche, reduzir imposto, aumentar salário. Deputados e senadores falam o que querem e votam como lhes mandam. Reprovável ação do toma lá, dá cá.

Alvíssaras! A “presidenta” Dilma proclamou que os partidos são importantes para a democracia. Aprendeu que o partido único, próprio dos governos totalitários comunistas, lição do seu passado na guerrilha urbana Castro-Che Guevara não é a melhor solução. Registre-se, presa por tais práticas e não por “crime de opinião”.

Quando esbraveja que o Congresso deve ser pressionado para aprovar a realização do plebiscito em prol da reforma política como remédio contra a corrupção e com isso pretender eleger uma assembleia constituinte, envereda por perigoso caminho modelo Chávez/Maduro/bolivariano e substituir a Constituição Cidadã de 1988.

Todo o cuidado é pouco com apelos do tipo conversa mole e falsa: “Se você é contra a corrupção e o aparelhamento máquina pública pelos partidos, Constituinte já.”. E mais ênfase em rótulos marcantes da pregação marxista: “Plebiscito Popular (?!) por uma Constituinte Exclusiva Soberana do Sistema Político.”.

Como divulgado, as organizações alinhadas com o plebiscito têm como meta colher 10 milhões de assinaturas. Até em fila de banco se vê. Iludidos e ansiosos por melhores condições de vida na assistência médica, educação, transporte e segurança, assinam. Quem não é contra a corrupção? Irresistível o apelo: “basta assinar e colocar o RG”.

Lula falando da reforma política (http://youtu.be/Yt5cXEXtVt0) condena o financiamento privado e deseja que seja transformado em crime inafiançável e assim radicalizar para moralizar a política. Pode? O PT tem recebido recursos dessas fontes muito mais do que os outros partidos e o mensalão, já condenado pelo STF, foi o resultado da compra de votos no parlamento.

Não soam bem o discurso da moralização e a necessidade de nova Carta Magna. Pode ser cortina de fumaça para encobrir os malfeitos da Petrobras em pauta, mas com o perigo maior de uma Constituição bolivariana.



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