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sábado, 16 de agosto de 2014

Na rota do desastre

Por Luiz Sérgio Silveira Costa
 
Miriam Leitão não foi à/ao psiquiatra. O resultado foi que o desvario e a doença voltaram a se manifestar. Na sua coluna do dia 14, comentando a lamentável e trágica ausência de Eduardo Campos (1), escreveu: O Brasil tem essa escassez de bons quadros políticos por alguns motivos sobre os quais devemos refletir. A razão original, sem dúvida, é a ditadura. O longo período de cassações e autoritarismo interrompeu carreiras, desviou e dizimou lideranças e impediu o aparecimento de novos líderes. E (arre)matou: Dado que o passado não podemos mudar – a ditadura ocorreu e deixou suas sequelas insanáveis, algo imutável -, temos que trabalhar para superar o desânimo que tem afastado os jovens da política.

A ditadura acabou em 1985, há quase trinta anos, e ela continua tendo assombrações, fruto dessa mente recalcada... Não há lideranças novas porque o povo não quer. O exemplo emblemático é o de Arruda, candidato a governador de Brasília. Filmado e reprisado recebendo bolos de dinheiro desviado, processado pela lerda Justiça, tem maioria nas pesquisas de voto, porque o povo o quer, certamente pensando em alguma benesse indevida. Esse é o povo brasileiro, eu em primeiro, o País que se exploda, em sua escancarada vira-latice!

Por falar em Justiça, no dia 15 foi a vez de o novo presidente do STF, o notório e piedoso Lewandowski, defender aumento de salário para os magistrados, justamente a classe de servidores do Estado mais aquinhoada nesse quesito, cujo começo de carreira os contempla com... “míseros” R$ 24 mil! E é só o começo! E os magistrados estão peitando o Congresso para criar o adicional por tempo de serviço, mais um penduricalho que, certamente, vão julgar que estará fora do teto constitucional!

Lembrando Miriam Leitão, no caso da Justiça, não faltam novas lideranças que queiram receber esse salário que, convenhamos, deve realmente ser pouco, pois há os que precisam de mais, e se corrompem, como o Lalau. Lewandowski ainda atribuiu aos 18 mil juízes que atuam silenciosamente, sem que ninguém perceba, em condições ruins, inclusive salariais, o fato de o Brasil ser ainda uma ilha de tranquilidade, num mundo extremamente conflagrado....

Apesar da desfaçatez sobre os salários, acertou na tranquilidade. Enquanto o Arruda segue firme na corrida, a Justiça se arrasta – como disse Gil “como a procissão, que nem cobra pelo chão” -, com seus demasiados escalões e inúmeros recursos, agravos, embargos e procrastinações, com o País se destruindo moral e eticamente, enquanto os juízes permanecem na sua tranquilidade insular, o que não parece ser verdade, pois estão intranquilos quanto aos seus salários....

Por que Lewandoswski não perorou sobre isso?

Por que não falou sobre a vergonha que são os precatórios, em que o povo que é punido indevidamente pelo Estado leva anos e anos para receber, com muitos morrendo pelo caminho sem obter a devida reparação?

Por que, com o poder que tem sobre os congressistas, a maioria com rabo preso na Justiça, não insta o Legislativo a votar leis que modernizem as leis e a processualística e tornem a Justiça ágil?

Por que não pensar no País e nos desfavorecidos, em vez de apenas no aumento voraz de suas regalias e benesses?

Quê condições ruins são essas, com esses palácios de granito e luxuosos gabinetes, especialmente nos escalões superiores?

Enquanto na Argentina os abutres são externos, aqui eles são internos. E no seu vôo, sob a égide da cupidez, da vaidade, da desfaçatez e do impatriotismo, não conseguem visualizar que estão “seguindo na Echo Uno, na pista 35”...

Aécio Neves disse que a morte de Eduardo Campos foi irreparável e incompreensível. 

Comungo dessa dor e dos adjetivos. Chego, mais uma vez, a duvidar da infinita bondade de Deus. Quantos canalhas não poderiam ter sido escolhidos, mas Deus resolveu enlutar famílias decentes e tornar o  Brasil menos esperançoso...


Fonte: Alerta Total

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Luiz Sérgio Silveira Costa é Almirante reformado.

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