Por Reynaldo Rocha
Marina escolheu o PSB por falta absoluta de opção. Continua
apoiando petistas do Acre e do Rio de Janeiro.
Continua sem saber que economia é ciência e não slogan de
sonháticos e pesadeláticos.
Um dia o prefeito da maior capital do país se definiu como
alguém que não era de centro, nem de direita e nem de esquerda. Entendi que ele
era de baixo.
Agora temos uma política profissional – sempre viveu disso –
repetindo o discurso de Collor: cuidado com os políticos (os outros). O perigo
maior é ela própria.
Messiânica, com ar de retirante de butique, seringueira de
Brasília e acusadora de todos os que ousam discordar do que diz, Marina Silva
faz lembrar o que de pior temos nestas terras tupiniquins: o antigo PT, dono de
ética e das verdades. Deu no que sabemos. Difícil escolher entre o descaramento
explícito e a desfaçatez silenciosa.
Uma escolha entre Dilma e Marina não é sequer um plebiscito.
É uma roleta russa. Envolta em panos (caros) e echarpes (mais ainda), Marina se
porta frente aos marineiros como guru a ser idolatrado. Concorda com tudo e não
assume nada. Diz platitudes que, se não têm consistência, ao menos entendemos.
Entendemos?
Como uma madre Teresa do Acre, cultiva a figura que tenta
ser uma Quixote de saias. Mesmo sendo um Sancho Pança famélico.
Não é contra nada. Mas sempre longe de ser a favor de algo,
pois para ser a favor é preciso ter ideias.
Dizer-se sucessora de dois ex-presidentes é o cúmulo da
prepotência. Quer ser a continuidade e oposição ao mesmo tempo. Quer ser
herdeira sem ter sido aliada de um deles. Pelo outro foi usada e usou a imagem
de pobres e nordestinos. Uma falta de vergonha e compostura que envergonha
qualquer povo da floresta, da cidade ou do butequim.
Quem em sã consciência é contra a luz elétrica? Ter como
programa o apoio à luz elétrica é tão assustador quanto pretender ser
presidente e contar com quadros (que a Rede de Embalar Idiotas não tem) de
outros partidos. Um ministério com Aloysio Nunes e José Dirceu? Com Álvaro Dias
e Ideli? Todos irmanados em mantras matinais quando a salvadora e casta
presidente adentrar qualquer ambiente?
Marina Silva é um engodo. A Rede sabe disso. Eduardo Campos
também sabia. O que ela tem de valioso são os votos de quem, sem entender o que
diz, prefere uma frase com pé e sem cabeça a frases sem uma coisa nem outra,
como as despejadas por Dilma. É pouco. Muito pouco.
Tancredo morreu e herdamos Sarney. Eduardo deixou essa coisa
amorfa e arrogante que se julga a nova dona do Brasil
Triste destino nos tem dado a Velha Senhora. Joga com a vida
e morte escolhendo o absurdo para além da morte em si.
Marina escolheu o PSB por falta absoluta de opção. Continua
apoiando petistas do Acre e do Rio de Janeiro. Continua sem saber que economia
é ciência e não slogan de sonháticos e pesadeláticos.
Continua a criar uma seita, que neste início é ainda mais
sectária que o PT.
Acha que em se plantando tudo dá, mesmo que seja no quintal
das casas dos protegidos pela falta de estrutura. Não enxerga o agronegócio.
Assim como o idiotizado Suplicy (isso explica a amizade que os une) é
monotemática. Alguém se lembra de UMA ÚNICA palavra de Marina sobre a saúde e os
médicos cubanos? Ou a agressão a Yoani Sanches? Política fiscal? Inflação?
Política de desenvolvimento da indústria? Agências reguladoras? Sobre os 39
ministérios e Ali Lula Babá? Sobre a amante Rosemary? Sabe-se o que ela pensa
sobre política externa? Infraestrutura? Exportações? Política de emprego e
renda?
São detalhes para os marineiros. Na visão tacanha desse
grupo, que lembra antigos bandos de hippies em Arembepe, mais importantes são
os povos da floresta, a plantação de mandioca e a sustentabilidade que NUNCA
foi explicada com clareza.
Marina é insustentável. Insuportável. Despreparada. Fruto de
um destino cruel com Eduardo Campos. Dona da verdade. Aproveitadora de partidos
e lutas que não são dela.
Marina é – esta sim – um Collor repaginado.
O Caçador de Marajás saiu do Planalto a pontapés do Planalto
(aliás, onde estava Marina naquela época?). Quem está tentando entrar é a
Protetora das Saúvas, uma praga que agora age em rede.
Publicado na coluna de Augusto Nunes.
Fonte: Mídia Sem Máscara
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