Janira Rocha, deputada estadual pelo PSOL
(Carlo Wrede/Ag. O
Dia/VEJA)
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Janira Rocha ficou fora do horário eleitoral gratuito na TV
e no rádio. Partido diz preferir dar espaço a candidaturas que
"potencializem o desempenho" da sigla
A deputada estadual Janira Rocha (PSOL) ficou sem apoio do
próprio partido para concorrer às eleições deste ano. Depois de dar carona a
black blocs foragidos da Justiça, o que pode levá-la a enfrentar mais um
processo por quebra de decoro, a parlamentar foi excluída nesta quinta-feira do
horário eleitoral gratuito na televisão e no rádio.
Janira conseguiu 6.442 votos na eleição de 2010. Só foi
eleita porque Marcelo Freixo obteve 177.253 votos e o partido conseguiu atingir
o quociente eleitoral com votação suficiente para levar mais um deputado para a
Assembleia Legislativa do estado do Rio de Janeiro (Alerj). Desta vez, os
dirigentes partidários não apostam na eleição de Janira. "Teremos 20 segundos
em cada programa na televisão. Vamos concentrar a propaganda em um número menor
de pessoas. Ela não teve grande votação em eleições passadas. Optamos por
candidaturas que avaliamos que podem potencializar o desempenho do
partido", afirmou Rogério Alimandro, presidente do PSOL no estado do Rio
de Janeiro.
A exclusão do horário eleitoral motivou reclamações de
Janira em uma rede social. "Isto ocorre porque pertenço, nos debates
internos, à corrente minoritária aqui no Rio de Janeiro", afirmou a
deputada.
A parlamentar já teve a conduta questionada até por
correligionários. No dia 21 de julho, a deputada deu carona, em veículo
oficial, à advogada Eloisa Samy e ao black bloc David Paixão para fugir de
cerco policial no Consulado do Uruguai no Rio de Janeiro. A dupla passou o dia
no local à espera da análise de um pedido de refúgio político. Assim que a
demanda foi rejeitada pelo Uruguai, partiram em fuga no carro da deputada. Isso
evitou que a advogada foragida fosse presa – havia, no momento, um mandado de
prisão preventiva contra ela. Depois, Eloisa conseguiu o direito de responder a
processo por associação criminosa em liberdade. A conduta da Janira é analisada
pela Corregedoria da Assembleia Legislativa e pode resultar na abertura de um
processo por quebra de decoro.
Se for mesmo aberto o processo disciplinar, será a segunda
ação por quebra de decoro em trâmite na Casa. Ela ainda vai ser julgada pela
acusação de reter salários de funcionários comissionados. Também pode responder
a processo penal pelo crime de favorecimento pessoal – a depender do parecer,
ainda pendente, do procurador-geral de Justiça do estado do Rio de Janeiro,
Marfan Vieira.
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