Por VEJA
Sininho e Game Over: amores roubados (Fabio Motta/AE)
|
Em depoimento à polícia, jovem afirmou que Sininho
"roubou" seu namorado e contou que black blocs impediram que ela
consumasse seu plano de atear fogo ao prédio da Câmara dos Vereadores do Rio
Uma traição amorosa envolvendo Elisa Quadros Pinto Sanzi, a
Sininho, ajudou a polícia do Rio de Janeiro a identificar os black blocs que
organizaram atos violentos no Rio de Janeiro. Sininho e mais 22 ativistas que
tiveram ordem de prisão preventiva decretada na última sexta-feira obtiveram o
direito de responder em liberdade ao processo por associação criminosa armada.
A líder dos black blocs e os ativistas Camila Jourdan e Igor D'Icarahy deixaram
a prisão nesta quinta-feira – 18 estavam foragidos e outros dois continuam
presos pela morte do cinegrafista Santiago Andrade.
Sininho é acusada em depoimento de ter "roubado" o
companheiro da ativista Anne Josephine Louise Marie Rosencrantz. Em represália,
a traída relatou à polícia as articulações e os atos praticados pelos vândalos
mascarados, como a tentativa de incendiar a Câmara de Vereadores do Rio.
O depoimento da estudante Anne Josephine, de 21 anos, foi
prestado à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática no dia 11 de junho
deste ano, na condição de testemunha. Ela contou manter relacionamento antigo
com Luiz Carlos Rendeiro Júnior, o Game Over, de 25, com quem tem um filho de
dois anos. Ele foi um dos 23 black blocs beneficiados pelo habeas corpus.
No ano passado, Game Over começou a namorar Sininho. Quando
ela foi presa em flagrante, em outubro do ano passado, acusada de depredações,
o rapaz foi fotografado abraçando-a. Sininho, chorosa, estava em um ônibus
cheio de detidos. Colocou a cabeça e os braços para fora, agarrando-se ao então
namorado. Ele, do lado de fora, parecia tentar consolá-la.
A divulgação da imagem incomodou Anne Josephine, que contou
ter ouvido de Sininho a confirmação do romance com Game Over. "Sininho diz
que ela e Game Over tinham um romance revolucionário", declarou a
depoente.
O antagonismo entre Sininho e Anne Josephine acirrou-se no
decorrer das manifestações. A estudante contou no depoimento que a rival
costumava criticá-la. "Quando começou a frequentar os protestos, Sininho
disse que a declarante deveria respeitar a hierarquia do movimento, que teria
que conquistar seu espaço e não aproveitar de ser esposa de Game Over",
informa a transcrição do depoimento anexado ao volume três do inquérito
policial.
Anne Josephine contou à polícia que parte dos manifestantes,
entre eles Game Over, impediu que Sininho consumasse o plano de atear fogo ao
prédio da Câmara, na Cinelândia (centro do Rio), na noite de 7 de outubro
passado.
"Na época em que começaram os atos violentos nos
protestos, a declarante viu Sininho mandando manifestantes buscar três galões
de gasolina. (...) Viu Sininho subindo a escada da Câmara e alguns
manifestantes atrás dela carregando os três galões, de aproximadamente dez
litros de gasolina. Alguns manifestantes comentaram que a atitude de Sininho
poderia fazer com que eles fossem presos, que isso não havia sido combinado
pelos manifestantes."
A depoente disse à polícia que "os galões de gasolina
seriam utilizados para incendiar a Câmara" e que "Game Over e outros
manifestantes ficaram contra Sininho e mandaram retirar os galões." Ao
final do depoimento, Anne Josephine detalha as funções e o comportamento dos
manifestantes apontados pela Polícia Civil como líderes da organização. Afirma
ainda ter presenciado o consumo de drogas, como cocaína, por membros do grupo.
(Com Estadão Conteúdo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário