Por Paulo Roberto Gotaç*
E, finalmente, chegamos ao pior dos mundos: crescimento do
PIB raquítico no trimestre e inflação persistente.
O que espanta é a manifestação do Ministro da Fazenda, ao
apontar a queda do consumo e a restrição ao crédito como os principais fatores
determinantes para o resultado.
Mesmo sem possuir cursos sofisticados de teoria econômica,
qualquer cidadão com nível mediano de informação desconfia ser equivocado seu
posicionamento ao insistir nesses dois aspectos como sendo as molas propulsoras
do crescimento.
Das duas uma: ou Guido Mantega é tão incompetente que não é
capaz de reconhecer que desenvolvimento baseado em tais parâmetros deve constituir
uma estratégia temporária, nunca um princípio básico a ser constantemente
perseguido, em detrimento dos realmente fundamentais, mas com pouco apelo
populista.
Ou passou a assumir definitivamente um papel preponderante
na parafernália de encenações políticas destinadas a enganar o eleitorado de
baixo nível, predominante por aqui, visando à reeleição de Dilma, deixando de
lado o interesse nacional e postergando a implantação dos fundamentos
econômicos corretos que o país implora, condenando-o a mais quatro anos de
atraso e perda de prestígio no âmbito internacional.
A primeira hipótese é bastante improvável, face à sua
formação acadêmica, certamente impecável.
Resta a segunda, mais plausível, e que ratifica o divórcio
entre as necessidades urgentes do Brasil e o apego a cargos, com manutenção de
poder a qualquer custo, tão característica da baixa qualidade e da ausência de
espírito público de nossas autoridades.
Só nos resta torcer para que o agronegócio continue a salvar
a pátria e esperar que os resultados das angustiantes eleições que se aproximam
tragam um sopro de esperança.
Fonte: Alerta Total
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*Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.
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