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quarta-feira, 4 de junho de 2014

Lula é mais bem avaliado que Barbosa em pesquisa que mostra queda de confiança nas Forças Armadas

 
Embora com amostragem pequena para o tamanho do Brasil (1.003 entrevistados acima de 18 anos de idade), o rigor científico de uma pesquisa do Pew Research Center dos EUA demonstrou como é violenta a manipulação imagética de propaganda política no Brasil. Apesar do tsunami de escândalos contra o PT, os petistas e o governo, o mito Luiz Inácio Lula da Silva consegue uma avaliação favorável de 66%. O Apedeuta conseguiu a façanha de ser o mais bem avaliado político do Brasil.

Só os longos anos de propaganda, construindo a imagem de um estadista popular, nos moldes adotados pelos construtores da imagem de Getúlio Vargas, nos tempos do Estado Novo (1937-1945), consegue justificar que Lula tenha superado até o futuro ex-presidente do Supremo Tribunal Federal. Joaquim Barbosa, que se aposenta, tem 60% de aprovação favorável. Curiosamente, para alegria máxima de Lula, o pior avaliado de todos é seu amigo-inimigo, o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso. FHC é reprovado por 67% dos pesquisados pela Pew. Lula só fica escaldado porque, em 2010, tinha 84% de aprovação, conforme pesquisa idêntica.

Um outro dado assustador da pesquisa é contra as Forças Armadas – que costumam ser bem avaliadas na maioria das enquetes. No levantamento de 2010, as instituições militares tinham 66% de aprovação. Agora, o percentual desabou para 49%. A mídia – sempre atacada pela propaganda ideológica petista, a exemplo da guerra assimétrica contra os militares – também teve desprestígio. Caiu de 81% de avaliação positiva em 2010 para 69% na pesquisa feita entre os dias 3 e 10 de abril deste ano. Só os líderes religiosos continuaram com o o mesmo prestígio de quatro anos atrás, quando tinham 67% e agora subiram um pouquinho para 69%.

Uma informação da pesquisa Pew – presente em outros levantamentos parecidos – confirma o maior problema dos marketeiros do governo na campanha reeleitoral. O pessimismo do brasileiro aumentou muito. Nada menos que 85% dos entrevistados estão preocupados com a carestia – o fenômeno da alta de preços, equivocadamente confundido com a “inflação” (que tem mais a ver com a desvalorização da moeda). Nada menos que 72% estão insatisfeitos com a situação atual do Pais. O percentual coincide com outras pesquisas, que oscilam entre 65% e 75% de vontade manifesta em troca de cadeiras no governo federal.

Nada menos que 67% dos entrevistados consideram a situação econômica ruim. O dado é impactante contra a aventura reeleitoral de Dilma Rousseff. Os brasileiros parecem divididos sobre a Presidenta: 52% acham a influência de sua gestão negativa para o Brasil. Enquanto 48% a consideram positiva. Na pesquisa Pew de um ano atrás, 55% estavam insatisfeitos com os rumos do País e do governo. O índice era pouco maior que os 50% registrados em 2010, último ano do governo Lula e início da série histórica da pesquisa do prestigiado instituto norte-americano. Apesar do pessimismo, 63% acreditam que as condições vão melhorar nos próximos 12 meses.

Pessoalmente, Dilma é vista de forma mais favorável (51%) do que seus dois principais adversários nas eleições deste ano. Dos entrevistados, 27% veem Aécio Neves (PSDB) favoravelmente, contra 53% negativamente. Já Eduardo Campos, do PSB, 24% têm visão favorável e 47%, desfavorável. Um em cada cinco entrevistados não tem opinião formada sobre Aécio e um a cada quatro, sobre Campos. Marina Silva, companheira de chapa do socialista, tem avaliação favorável igual à de Dilma (51%), mas recebe menos notas negativas (37%, contra 49% da presidente).

Pesquisas não são verdades absolutas. Mas indicam tendências. O risco de o PT perder é alto. Mas, mesmo perdendo, o mito Lula ainda continua com a imagem preservada. A máquina de propaganda petralha ri à toa...

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