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terça-feira, 3 de junho de 2014

Aos poucos a máscara vai caindo

Por Pedro Vitor Souza*

Flatuff-Maduro-DilmaJá se passaram 50 anos desde o golpe militar e ao que parece o brasileiro não tem dado o devido valor à liberdade que conquistou. Embora não seja incomum ouvir, principalmente em discursos políticos, palavras tristes de lembrança da época em que esse país vivia em um regime autoritário, mas nas urnas eletrônicas a população brasileira há anos tem votado contra a democracia. Muitos alertas foram dados. A nefasta história política e ideológica da nossa presidente, hoje, é conhecida e muitas vezes divulgada. Infelizmente, parece ter sido em vão, pois tais alertas simplesmente foram ignorados, ou não chegaram ao conhecimento da maior parte da população. Portanto, com este intuito, farei aqui um pequeno balanço das medidas totalitárias tomadas pelo Partido dos Trabalhadores nos anos em que se instalou no governo federal.

Deve-se notar primeiramente que durante os 12 anos de governo do PT ocorreram notáveis aproximações do Brasil com regimes que não tem apreço nenhum pela democracia, sendo que este ponto foi citado, por José Serra, nas ultimas eleições, na qual fazia oposição a então candidata Dilma Rousseff. A verdade é que financiamos obras em Cuba e nutrimos relações com países como Irã. Somos grandes parceiros da Venezuela, Rússia e até mesmo da China.  Seria até justificável, se tais parcerias ao menos fossem importantes para o comércio internacional, ou se a sobrevivência da econômica do Brasil estivesse intrinsecamente ligada a algum destes países. Mas o que vemos, na maioria das vezes, é justamente o contrário. A Venezuela, por exemplo, atua como uma verdadeira sanguessuga, pois tem a sua economia drasticamente prejudicada pelo sistema socialista vigente, e nenhuma riqueza tem a oferecer ao Brasil.

Outra relação que diz bastante sobre as verdadeiras características ideológicas e os planos de dominação do PT é a ligação, não apenas ideológica, com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Nenhum governante do partido tomou medidas de combate a este grupo terrorista durante todo esse tempo, enquanto, com um olhar nas estatísticas, verificamos que o consumo de drogas ilegais no país subiu vertiginosamente durante os últimos anos. Não entrarei em discussão sobre legalização ou legitimação da proibição do consumo de droga alguma, pois posições das mais variadas a esse respeito estão presentes mesmo no meio liberal, apenas posso dizer que, sendo hoje proibido, foi delegada ao estado a função de impedir entrada das drogas ilegais nas fronteiras legais do país, mas isto não está acontecendo. O estado, dominado por um partido ligado as FARC, tem cada vez policiado menos as suas fronteiras, consequentemente facilitando o consumo e venda dos mesmos ativos ilegais e maximizando o lucro dessa organização criminosa, que tem no narcotráfico um dos seus principais meios de arrecadação de fundos. Vale lembrar também que um dos chefões das FARC, o falso Padre Olivério Medina, mora no Brasil na condição de “refugiado político”, 0desde 2006. Dele se diz ser um “ex-terrorista”.

A Secretaria Nacional de Justiça teve sua função totalmente distorcida pelo atual governo e seu antecessor, o presidente Lula, sendo hoje uma instituição que em constante descrédito. Cito aqui o livro Assassinato de Reputações, de Romeu Tuma Jr, no qual o autor afirma que recebia ordens para atacar os adversários políticos do PT, do Palácio do Planalto, da Casa Civil, e até mesmo do próprio Ministério da Justiça. Vazando documentos considerados sigilosos. Essas são apenas algumas das muitas medidas autoritárias tomadas no âmbito da justiça. Podemos olhar para o próprio Supremo Tribunal Federal, que hoje opera sem autonomia nenhuma, com ministros indicados apenas com o objetivo de favorecer os interesses da presidência da república, muitas vezes tornando mais lento o andamento de alguns processos e até mesmo mudando o resultado, por maioria de circunstância. O aparelhamento avança em todas as direções e chegou até aos órgãos que nunca foram usados para fazer política desta forma, como a Receita Federal, com a tal contabilidade criativa, usada para camuflar o fracasso do governo em controlar o gasto público, e o IPEA, que costuma ser conhecido pelos seus técnicos sérios, muitos com trabalhos reconhecidos internacionalmente, e que tem suas pesquisas usadas para promover a luta de classes e seguir com a política de vitimização de alguns grupos.

No âmbito econômico este governo se mostra um desastre. Aumentou-se o gasto público de maneira irresponsável, todas as políticas de “estímulos” tem se mostrado fracassadas, além do que, o velho método de se presentear com juros do BNDES apenas os “amigos do rei”, ou no caso, da rainha, continua em vigor e avança constantemente. A inflação tem se descontrolado paulatinamente; devo alertar que não faz tanto tempo assim em que a nação sofria com um descontrole inflacionário que, com as variações de valor da moeda, prejudicava todo o conjunto das pessoas, além, é claro, de ser um dos mais poderosos concentradores de renda conhecidos, o que nos faz refletir sobre as promessas de diminuição de desigualdade social repetidas interminavelmente pelos políticos do Partido dos Trabalhadores. Ora, como diminuir a desigualdade social, estimulando um grande concentrador de renda, como a inflação? E não para por ai, desde o governo do presidente Itamar Franco, importantes mudanças no que se diz respeito às políticas econômicas vinham acontecendo, como privatizações, lei de responsabilidade fiscal, diminuição de alguns tentáculos do estado, e o gasto público estava, de certa maneira, enxugado. Depois de tantos anos é possível afirmar veementemente que o atual governo retrocedeu em todas as áreas. Alguns desses retrocessos têm terríveis efeitos de longo prazo, mas mesmo hoje, no curto prazo, já é possível notar a perda constante da competitividade do país e um crescimento pífio dos setores da economia.

As estatais; aquelas que há tempos deveriam ter sido todas privatizadas, hoje operam no vermelho e tem seu valor diminuído. O aparelhamento também chegou a elas. Servem basicamente como cabides de emprego e também como meios do partido executar suas medidas populistas. Os bancos estatais costumam baixar juros na marra, prejudicando todos os bancos privados.  Sem falar a Caixa Econômica Federal, nos últimos anos, tem emprestado dinheiro e feito financiamentos a pessoas que provavelmente não terão meios de paga-los. Se atualmente o governo já usa a tal contabilidade criativa pra mascarar seus gastos exacerbados; o que sugere que a situação financeira é ruim, então imagine só quando a conta da Caixa Econômica chegar? Este é apenas um exemplo. Diversas irregularidades pairam sobre as estatais. A própria Petrobrás compra sucata a preço de ouro em Pasadena, e ao que parece esta é só a ponta ao iceberg.

Não podemos esquecer-nos da tão falada Copa do Mundo de Futebol, onde o Estado mostra todo o seu poder, usando o dinheiro pelo qual trabalhamos e que por eles foi confiscado, via imposto, para fazer algo que a grande maioria dos brasileiros considera inútil. De certa forma, a rejeição que o evento tem desperta alguma esperança de mudanças, tendo em vista que inicialmente a realização do evento era uma medida populista, que deixaria o país em um clima de festa e facilitaria a reeleição da senhora Rousseff, porém, ao que parece, está ocorrendo o efeito contrário.

Em contrapartida, há algum sentimento de esperança. Lembro-me que foram (e são) propostas inúmeras regulamentações que visam censurar e controlar de maneira autoritária tudo o que pode ser usado de arma contra a coerção estatal. Estatuto do desarmamento, marco civil da internet e, mais recentemente, Lula chegou a dizer, sob aplausos da mesma esquerda que lutava contra o regime militar, que o Brasil precisa de um marco regulatório da imprensa. Essas e outras medidas têm nos mostrado a verdadeira face (totalitária) destas pessoas que tomaram de assalto todas as instituições públicas do país. Como costumo ser otimista, tenho esperança de que, com o cair da máscara que eles próprios criaram, este partido seja retirado pelos mesmos votos que o colocou lá, para que possamos sonhar em voltar a crescer e possamos, ao menos, dormir em paz, com nossas liberdades básicas garantidas. Não temos grandes oposicionistas no país e os poucos não ousam hastear bandeiras mais liberais do que as comumente levantadas. Nenhum partido político nunca foi tão nocivo às liberdades como o PT é hoje, como nota-se neste pequeno balanço.




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*Pedro Vitor Souza é Estudante

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