“Havia ameaças de morte, com telefonemas para o gabinete e a
casa dele, com frases covardes como: ‘Sua hora está chegando.’”
A declaração é do chefe de gabinete da presidência do
Supremo Tribunal Federal (STF), o diplomata Sílvio Albuquerque Silva,
explicando a aposentadoria do ministro Joaquim Barbosa, após dizer que ele
chegou ao seu limite de cansaço.
Foi o bastante para que o militante petista Emir Sader,
organizador do livro chapa-branca sobre a primeira década do PT no poder, 10
anos de governos pós-neoliberais no Brasil: Lula e Dilma, eternamente empacado
nas vendas, como já escrevi aqui, disparasse no Twitter:
Captura de Tela 2014-05-30 às 17.36.29Já imaginou se um
reacionário fala isso? Se Rachel Sheherazade comenta algo assim na TV? O
escândalo que a militância esquerdista faria, gritando “apologia do crime!” e
“incitação à violência e à justiça com as próprias mãos!”, como já fez por
muito menos (ou nada) – já imaginou? Pois é.
E não é que Sader, na prática, apenas endosse ameaças por
telefone. Ele as considera pouco, ou melhor, “suspiros de amor” perto das
“monstruosidades” de Joaquim Barbosa, cujo nome ele providencialmente omite
para evitar um processo. O que estaria acima, então, de ameaças por telefone na
escala da delinquência, de forma a se converter em uma suposta reação
proporcional a esta “monstruosidade” que é para os petistas o cumprimento da
lei, já que não houve uma condenação sequer dos “companheiros” mensaleiros
feita sem provas?
Ameaça ao vivo? Agressões verbais na saída de um bar, como
as do millitante Rodrigo Grassi, o “Pilha”, então assessor parlamentar da
deputada federal Érika Kokay? Ou logo “um tiro na cabeça”, como desejava outro
militante (da Comissão de Ética do PT!) no Facebook, Sérvolo de Oliveira e
Silva, que só agora, com a PF em seu encalço, se diz arrependido da “maior
idiotice” que já fez na vida? Se ameaças por telefone são “suspiros de amor”,
imagino que fazer uma montagem racista em que a imagem de Barbosa apareça
associada à de um macaco, como fez o Blog da Dilma, não seja lá para Emir Sader
mais do que um beijinho no ombro.
A campanha sórdida da militância real e virtual petista
contra Joaquim Barbosa, que obriga o ministro a se precaver para não virar outro
Celso Daniel, é apenas mais uma prova do quão cínica, (in)justiceira e
monstruosa é essa gente.
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