Por Julio Severo
Instituição fundada por pastor e que começou ordenando
pastores agora se envolve com satanismo
Missa Negra
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Com o secularismo crescendo nos Estados Unidos, satanistas
parecem cada vez mais dispostos a desafiar os cristãos buscando tempo e espaço
igual na esfera pública, sob o pretexto da liberdade religiosa.
Agora, com o patrocínio de um grupo estudantil, a
Universidade de Harvard vai permitir que o Templo Satânico de Nova Iorque
realize uma Missa Negra nas dependências da universidade na segunda-feira (12
de maio de 2014).
A missa será feita no subsolo do Salão Memorial. Mas quem
está fazendo objeções ao evento não são as igrejas evangélicas, muito menos as
igrejas calvinistas. Fortes objeções estão vindo da Igreja Católica.
Quem tinha a obrigação de fazer oposição feroz são os
calvinistas. De acordo com Wesley Campbell, a Universidade de Harvard foi
fundada para levar os estudantes a conhecer Deus. Harvard, que foi estabelecida
em 1636, foi nomeada em homenagem ao pastor calvinista John Harvard (1607–38),
que deixou como herança para a universidade toda a sua biblioteca e metade de
sua propriedade. Embora nunca tivesse filiação formal a uma igreja, Harvard
treinava principalmente pastores calvinistas. Hoje, embora nunca confesse
formalmente que é marxista, Harvard treina principalmente esquerdistas.
Com a Missa Negra, Harvard chega ao ápice do distanciamento
de suas origens. As cerimônias de Missa Negra costumam profanar o pão da Santa
Ceia. Esse é um aspecto da cerimônia que os católicos interpretam como ataque
principalmente à Igreja Católica.
No entanto, muito mais do que a Igreja Católica, as igrejas
calvinistas deveriam ter muito mais interesse em denunciar a Missa Negra em Harvard. Pelo menos
no Brasil, grupos calvinistas passam, através de blogs e sites, o tempo inteiro
quase que só denunciando seus vizinhos evangélicos, os neopentecostais, como se
eles fossem obrigados a adotar o calvinismo ou estivessem profanando a Bíblia,
Calvino, a Reforma e toda as suas outras tradições e teologias.
A blogosfera calvinista brasileira é ativa, permanentemente
atenta e vigilante com relação às “heresias” pentecostais e neopentecostais,
mas estranhamente omissa diante dos graves problemas — especialmente o
liberalismo teológico da Teologia da Missão Integral — que grassam em seu
próprio meio.
Se, em vez de pastores calvinistas, Harvard tivesse
inicialmente ordenado pastores pentecostais ou neopentecostais, a blogosfera
calvinista não perderia a oportunidade de apontar isso como referência
importante dos malefícios do pentecostalismo e neopentecostalismo.
Será que o alastramento do satanismo oferece, na perspectiva
desses calvinistas tendenciosos, menos ameaça do que o neopentecostalismo?
Seja como for, o Templo Satânico de Nova Iorque está
satisfeito de ocupar esse espaço outrora “calvinista,” e parece particularmente
determinado a promover o satanismo sob a desculpa de apoiar a liberdade
religiosa.
A decisão de se permitir uma Missa Negra dentro da
Universidade de Harvard ocorre num momento em que o Templo Satânico de Nova
Iorque requisitou a instalação de uma estátua de Baphomet de mais de 2 metros de altura,
fundida em bronze, num lugar de honra na frente do prédio do governo do estado
de Oklahoma. A estátua satânica ficará ao lado do monumento dos Dez Mandamentos
que foi erigido em 2012.
Estátua de Baphomet
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Lucien Graves, que já foi estudante de Harvard e é hoje
porta-voz do Templo Satânico de Nova Iorque, disse ao noticiário televisivo ABC
News que os esforços para erigir a estátua de Baphomet no prédio do governo
estadual refletem a iniciativa da organização satânica de “celebrar o progresso
dos EUA como uma nação pluralista fundada no Estado laico.”
Graves disse: “A mensagem por trás do nosso monumento tem
muito mais relação com a formação dos valores constitucionais dos EUA do que os
Dez Mandamentos possivelmente têm.”
A presença do monumento dos Dez Mandamentos no prédio do
governo estadual tem causado mal-estar entre militantes esquerdistas. Ryan
Kiesel, diretor-executivo da filial da ACLU (sigla em inglês que significa
União das Liberdades Civis Americanas) em Oklahoma, disse que o monumento tem
de ser removido, pois viola a separação entre Estado laico e Cristianismo. A
ACLU entrou com uma ação legal para remover os Dez Mandamentos.
No entanto, a ACLU não mostrou interesse em entrar com um
processo para remover a estátua de Baphomet.
Na quinta-feira passada, a Arquidiocese de Boston pediu que
Harvard cancelasse o evento, dizendo numa declaração: “A comunidade católica de
Boston expressa sua profunda tristeza e forte oposição ao plano de realizar uma
‘missa negra’ no campus da Universidade de Harvard.”
Se a arquidiocese tivesse o mesmo espírito belicoso da
blogosfera calvinista brasileira, apontaria não só que Harvard ordenava
originalmente pastores calvinistas, mas também que a maior denominação
calvinista dos EUA — a Igreja Presbiteriana dos EUA (conhecida pela sigla
PCUSA) — é completamente omissa a eventos esquerdistas e satânicos em Harvard e
é até mesmo envolvida nessa apostasia.
Se a PCUSA estivesse espiritualmente bem, poderia também dar
uma declaração pública mais ou menos assim: “A comunidade calvinista dos
Estados Unidos expressa sua profunda tristeza e forte oposição ao plano de
realizar uma ‘missa negra’ no campus da Universidade de Harvard.”
Em vez disso, a PCUSA ordena pastores gays, apoia o aborto e
promove boicotes contra Israel — o que não a deixa espiritualmente muito
distante do que acontece em
Harvard. Tiveram origens semelhantes e hoje estão basicamente
no mesmo “espírito.”
Dá para imaginar uma universidade que leva o nome de um
pastor calvinista e começou formando pastores calvinistas agora realizando
Missa Negra?
Com informações do WND.
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