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quinta-feira, 8 de maio de 2014

Um petista é sempre um aristocrata, mesmo na cadeia


Há dias a Comissão de Direitos Humanos da Câmara, sob o diligente comando de petistas, é claro!, foi visitar José Dirceu na Papuda. Sabem como é… Faz-se necessário saber como vive esse varão de Plutarco, se está sendo maltratado, essas coisas. Encontraram-no vibrando com a partida entre o Real e o Atlético de Madrid, numa cela diferenciada, maior do que a dos outros, que não é obrigado a dividir com ninguém. Em algum canto, conta haver uma goteira, coisa tratada como crime de lesa- humanidade em alguns círculos.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirma em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal que há, sim, evidências de que os mensaleiros recebem tratamento diferenciado na prisão: “Há indicativos bastante claros que demandariam uma atitude imediata das autoridades”, escreve.

Em março, em duas reportagens, a VEJA revelou que os mensaleiros petistas gozam de claros privilégios na cadeia. Dirceu, por exemplo, passa a maior parte do tempo na biblioteca, área a que poucos detentos têm acesso. Lê livros e faz, sei lá como chamar, monografias. O esforço lhe rende dias a menos na prisão. Também a comida seria diferenciada. Os horários de visitas não seguem as normas. Delúbio Soares, por sua vez, é o rei do Centro de Progressão Penitenciária. Desfruta até de uma feijoada no fim de semana, privilégio não concedido aos presos sem pedigree. Segundo os círculos dirceuzistas, informações como essas têm origem na tal “mídia golpista”, mancomunada com Joaquim Barbosa, o demônio. Pois é…

A gente percebe que o padrão dos petistas dentro de uma cadeia não é diferente daquele seguido fora dela. Não importa o lugar onde estejam os companheiros, a sua concepção de vida e de mundo é, digamos assim, aristocrática, distinta do reles igualitarismo republicano. Sempre que são flagrados numa falcatrua qualquer, qual é o padrão? Eles tentam nos convencer de que estavam empenhados numa operação de salvação do Brasil e que os eventuais malfeitos são parte desse processo de mudança. Ou por outra: seus crimes têm de ser vistos por uma ótica diferenciada.

Tome-se o exemplo do mensalão: tudo seria, dizem, caixa dois de campanha, uma imposição de um sistema com o qual não compactuariam, que teriam herdado, o que os teria forçado, imaginem!, a seguir os hábitos e costumes de seus adversários. Entenderam? Até mesmo quando eles admitem se igualar aos outros nos vícios, tentam nos provar que é por superioridade do espírito.


Ora, por que presos tão especiais seriam tratados como o resto da ralé, os simplesmente humanos, né?

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