Por ucho.info
Chumbo grosso – Nos últimos dias, o senador Roberto Requião
(PMDB) vem tentando vender a ideia de que as quase infindáveis lambanças
produzidas pela dupla André Vargas-Alberto Youssef feriram de morte a
candidatura da petista Gleisi Hoffmann (PT) ao governo do Paraná. A única
alternativa para a oposição ao governador Beto Richa (PSDB) seria a candidatura
do próprio Requião.
Os argumentos do ex-governador para tentar sepultar a
candidatura de Gleisi são fortes. Vargas, apontado como sócio de Youssef no
Labogen, trambique farmacêutico criado para lesar o Ministério da Saúde, é o
coordenador da campanha de Gleisi. Já Youssef foi o doleiro do esquema de
corrupção da Petrobras. Um dos beneficiários desse esquema, através do grupo
Schahin, associado à construtora Camargo Corrêa, teria sido o marido de Gleisi,
o ministro Paulo Bernardo da Silva (Comunicações).
O PT sentiu o golpe desferido por Roberto Requião e começa
dar um pesado troco. Os petistas estão distribuindo material relativo aos
escândalos de corrupção da era Requião. Entre eles, a montanha de dólares do
irmão do senador, Eduardo Requião, psicanalista que foi nomeado pelo então
governador paranaense para a superintendência do Porto de Paranaguá. Arrogante
e despreparado, Eduardo fez uma administração desastrosa, até que a gestão
virou caso de polícia. Isso porque uma empregada do irmão do ex-governador
começou a comprar imóveis, caminhões e automóveis de luxo.
A explicação para o caso não poderia ser mais
comprometedora. Ao fazer limpeza nos armários da casa de Eduardo Requião, a
empregada deparou-se com milhões de dólares empilhados. Começou a furtar parte
da fortuna e a quantidade de dinheiro nos armários era tão grande que o dono do
apartamento não se deu conta do roubo. Só começou a desconfiar quando o padrão
de vida da serviçal registrou melhora espetacular e meteórica. Em nova
ilegalidade, Eduardo Requião usou a Polícia Civil do Paraná para recuperar o
dinheiro. A mando do irmão do governador, os policiais teriam cometido excessos
para reaver o dinheiro.
A explicação para a origem da dinheirama nos armário do
irmão de Requião começou a aparecer em operações da Polícia Federal no Porto de
Paranaguá. Entre as quais, a Operação Dallas, que investigou esquemas de
corrupção no porto. Só a compra de uma draga chinesa teria rendido uma bolada
de US$ 5 milhões a Eduardo Requião.
O PT do Paraná acredita que tem muita munição contra Requião
se a ideia do peemedebista é questionar a candidatura de Gleisi Hoffmann pelo
aspecto ético.
Lembram que outro irmão de Requião, ao qual o ex-governador
entregou a Secretaria da Educação, Maurício Requião, é investigado por ter
comprado milhares de aparelhos de televisão superfaturados para as salas de
aula das escolas públicas do Paraná.
O próprio Requião, que cultiva um discurso esquerdista, diz
seguir a Carta de Puebla, mas é um voraz acumulador de salários pagos pelo
contribuinte. Acumula o salário de senador (R$ 26,7 mil) com o de governador
aposentado (R$ 24,8 mil). Viaja pelo mundo todo mundo à custa do contribuinte
(foi o senador que mais gastou com viagens ao exterior) sempre na primeira
classe.
Lembram que o discurso esquerdista não impediu que Requião
desfrutasse de um estilo de vida de aristocrata rural quando era governador.
Morava na Granja do Canguiri (propriedade rural do governo do Paraná) e tinha à
disposição, para os momentos de lazer, 15 cavalos, todos bancados com dinheiro
do contribuinte. Essa tropa mantinha ocupada uma grande equipe da Polícia
Militar. Os soldados, que deveriam cuidar da segurança pública, foram
encarregados de atuar como cavalariços do então governador.
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