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segunda-feira, 5 de maio de 2014

Manifesto do PSB, o partido de Eduardo Campos, defende a socialização dos meios de produção, cai nas redes sociais e abre uma crise na campanha.


A coordenação da pré-campanha do presidenciável Eduardo Campos demonstra preocupação com trechos do manifesto do Partido Socialista Brasileiro (PSB) que defendem a "socialização dos meios de produção" e limites à propriedade privada.

Para tentar anular ataques, a coordenação propõe alterar o documento de fundação do partido. Uma mensagem já circula na internet com críticas ao manifesto do PSB, a fim de atingir Campos.

O tema foi exposto em e-mail enviado ontem pelo coordenador de comunicação da pré-campanha, Alon Feuerwerker, ao próprio Campos. A mensagem foi flagrada pela Folha durante evento do pessebista com a Juventude do PPL (Partido Pátria Livre), no Rio.

No e-mail, Feuerwerker reencaminha uma mensagem enviada por um colaborador que descreve o ataque ao partido que circula na internet. O coordenador questiona Campos, presidente nacional do PSB, se é possível alterar o manifesto do partido na convenção em junho.

"Tem como mexer nisso na convenção de junho?", diz o e-mail do coordenador.

O evento será o mesmo em que Campos será oficializado candidato à Presidência, tendo como vice Marina Silva.

A sequência de fotos não mostra a resposta de Campos.

Feuerwerker confirmou o envio do e-mail, mas não quis se estender em relação à preocupação da campanha com o documento. "Apenas reencaminhei um e-mail que recebi. Ele não respondeu."

Procurada, a assessoria de Campos não respondeu às ligações da reportagem.

O manifesto do PSB --partido extinto pela ditadura militar em 1965-- é datado de abril de 1947. Em seu item 7, afirma: "O objetivo do Partido no terreno econômico é a transformação da estrutura da sociedade, incluída a gradual e progressiva socialização dos meios de produção, que procurará realizar na medida em que as condições do país a exigirem".

O programa diz que "a socialização realizar-se-á gradativamente, até a transferência, ao domínio social, de todos os bens passíveis de criar riquezas, mantida a propriedade privada nos limites da possibilidade de sua utilização pessoal, sem prejuízo do interesse coletivo".

Após a refundação da legenda, em 1985, o manifesto foi mantido.

DISCURSO PADRÃO

A troca de e-mails também traz um texto classificado de "discurso padrão" de Campos, de ataque à política econômica do governo federal. O mote é mostrar que "o Brasil vinha melhorando, e parou de melhorar".

O documento expõe a estratégia do pessebista em apontar o que considera retrocessos da gestão Dilma Roussef no combate à inflação, à desigualdade social e no crescimento do país.

"Achávamos que tínhamos derrotado a inflação, e vemos a inflação bater à porta dos assalariados. É um Brasil que achava que havia terminado o tempo de crescer pouco, e o país volta a crescer menos que a América Latina e o mundo", disse Campos à Juventude do PPL, reproduzindo roteiro. O pessebista afirmou que o país perdeu "o rumo estratégico".

"Em 2010, saímos da crise usando os remédios keynesianos clássicos que animaram a economia. Talvez ali não fizemos um debate de profundidade, de ter uma pauta estratégica além de ganhar a eleição. Parecia que a presidenta ia fazer isso em 2011, mas não fez. Houve o contrário. Cresceu a sensação de que as mudanças para melhor foram interrompidas", disse Campos. Ele criticou o controle do preço da gasolina para segurar a inflação. Da Folha de S. Paulo desta segunda-feira


MEU COMENTÁRIO: Deve-se assinalar que Alon Feurwerker, o coordenador de comunicação de campanha de Campos é jornalista e já trabalhou na Folha de S. Paulo.

Sobre o fato de que o PSB é socialista já está no nome. E, como o programa do partido de Eduardo Campos defende a "socialização dos meios de produção", indústrias, fábricas, agronegócio, e coloca "limites" na propriedade privada, deve ser descartado liminarmente por todos os brasileiros que desejam a democracia, a liberdade econômica e política. Chega de comunismo!

Essa história de Campos afirmar que estava tudo bem nos tempos de Lula, é no mínimo uma afronta. Só para começo de conversa, foi naqueles malfadados tempos é que se consumou o esquema do mensalão. E tem ainda o famoso caso dos aloprados, dos cartões corporativos e mais um tonelada de corrupção. Campos foi ministro de Lula. Sem esquecer que foi o governo Lula, a que serviu Campos, que trouxe a Copa do Mundo para o Brasil. Enquanto todos sabem que Lula continua manipulando todo o esquema do PT, que inclui obviamente o Palácio do Planalto.

Se Campos realmente pretende ser alternativa ao desgoverno do PT tem de fazer uma expiação pública. Tem de renegar a vagabundagem socialista.

Deve-se ainda notar que Aécio Neves subiu na última pesquisa depois que bateu de frente contra o governo do PT, posicionando-se muito claramente no episódio da CPI da Petrobras, por exemplo.

Outra infeliz afirmação de Eduardo Campos, que o iguala de cima a baixo, aos tarados ideológicos do PT, foi afirmar que não concorda com a diminuição maioridade penal.

E o desastre do desastre de Eduardo Campos é quando mantém aquele discurso ambíguo, ao lado da bruxa ecochata, espécie de caboclo tranca-rua. Parece que Campos está absorvendo o discurso marinista por osomose.

O atraso fenomenal do Brasil se deve a essa visão de mundo canhestra pautada por um sistema político e econômico que nunca deu e nunca dará certo em nenhum lugar do mundo, que é o socialismo.

Outro assunto que os candidatos de oposição têm de abortar diz respeito a tal "bolsa-família". Trata-se de um debate bizarro, completamente idiota. Não se trata de acabar com esse programa social. Mas convenhamos, não se pode fazer dele o vértice de uma campanha eleitoral presidencial num país de 200 milhões de habitantes, quando se sabe que as carências existem justamente pela prevalência desse debate obtuso. Inclusão social ocorre em grande escala pelo dinamismo econômico. O estatismo, o bolsismo, cotas disso e daquilo, de política de gênero, terceiro-mundismo e bobagens assemelhadas constituem o gargalo que impede o Brasil de sair desse atoleiro do atraso.

Não há até hoje nenhum exemplo concreto de que ajutórios estatais variados transformaram um país paralítico numa potência econômica. O que leva a prosperidade geral é o fortalecimento da economia e isso se deve fundamentalmente na diminuição do tamanho do Estado. Gigantismo estatal é o primeiro passo para o comunismo. Decididamente não funciona.

Se o Eduardo Campos entrou para valer nessa empreitada tem de pegar o programa do PSB e jogar no lixo. Não sem antes espicaçá-lo.

E para finalizar, fica uma indagação: caso haja segundo turno e Aécio Neves dispute com a Dilma, que fará Eduardo Campos? Volta para o colo de Lula ou apoia Aécio?


Se o pernambucano não definir isso hoje mesmo, pode enfiar a viola no saco.

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