
Uma professora chamada Patrícia Secco, informa Chico
Felitti, na Folha, decidiu reescrever clássicos da literatura brasileira.
Segundo ela, os estudantes se desinteressam de alguns livros porque certas
palavras são difíceis. E ela, então, se propõe a reescrevê-los. A primeira
vítima será “O Alienista”, de Machado de Assis, a história do médico de loucos
que terminou, ele próprio, no hospício.
Infelizmente, a obra de Machado é de domínio público. Não se
pode impedir ninguém de fazer essa besteira. O problema é que Patrícia vai
assassinar Machado, na prática, com dinheiro público, já que conseguiu apoio da
Lei Rouanet, do Ministério da Cultura.
Assim, esta senhora vai reescrever o maior escritor
brasileiro com o apoio do estado brasileiro. Haverá uma tiragem de 600 mil
livros, a serem distribuídos nas escolas pelo Instituto Brasil Leitor.
Ora, literatura não é só o que se diz. Também é como se diz.
Uma das funções da escola é ampliar o vocabulário dos alunos. Além de todas as
particularidades de estilo, um escritor do fim do século 19 não escrevia e não
pensava como um do século 21. Estamos diante de uma violência cultural.
Eis o erro fundamental. Em vez de o governo petista
construir uma escola à altura de Machado de Assis, decidiu destruir Machado de
Assis para deixá-lo à baixura — sim, a palavra existe! — da escola brasileira.
É o fim da picada! A educação em nosso país é que está no
hospício. A educação é que virou coisa de loucos.
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