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sexta-feira, 2 de maio de 2014

Dilma mentiu sobre aumento da Bolsa Família, afirma Aécio.

 
As comemorações do Dia do Trabalho no maior colégio eleitoral do país foram marcadas ontem pela hostilidade do público com os representantes do governo e por ataques de políticos da oposição à presidente Dilma Rousseff.

Recepcionado pelo deputado Paulinho da Força (SDD-SP), principal liderança política da central, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) atacou o reajuste dado à Bolsa Família, por Dilma Rousseff, em pronunciamento na noite anterior.

"A presidente da República, infelizmente, mente aos brasileiros no momento em que diz que o reajuste de 10% no Bolsa Família permite que a remuneração alcance aquele patamar mínimo estabelecido pela ONU [Organização das Nações Unidas], de US$ 1,25 por dia, com uma renda mínima para se estar acima da linha da pobreza", afirmou Aécio no ato da Força. "O valor teria que chegar a R$ 83 e não a R$ 77", disse. O reajuste no Bolsa Família ainda será detalhado pelo governo. Procurado, o Planalto não comentou a fala de Aécio até a conclusão desta edição.

No pronunciamento na quarta, Dilma atacou a oposição e anunciou outras medidas de interesse dos trabalhadores, como o reajuste da tabela do Imposto de Renda e a promessa de manter a valorização do salário mínimo. "A presidente foi ontem à televisão falar que quer dialogar com o trabalhador, mas hoje está fechada no palácio. Não veio olhar para vocês e explicar porque a inflação voltou, o crescimento sumiu e a decência anda em falta no atual governo", disse Aécio.

Com a correção de 10% nos benefícios do Bolsa Família, não haverá ganho real, já que a inflação acumulada entre o último reajuste, em 2011, e o mês de março foi de 19,6% (segundo o INPC). Em 2011, o governo aprovou um aumento de 19,4% no programa de transferência de renda, que representou, à época, um aumento real (descontada a inflação) de 8,7%.

A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, se reuniu ontem com assessores para fazer o decreto do reajuste, mas o texto não ficou pronto e deve sair hoje. O governo não detalhou como será o acréscimo de 10%. Dilma anunciou o reajuste em pronunciamento no Dia do Trabalho, em medida considerada eleitoreira pela oposição. DEM e PSDB prometem representação contra ela no Tribunal Superior Eleitoral por campanha antecipada.

Em nota, o PSDB afirmou que a correção "adequada" do benefício deveria seguir a inflação acumulada nos três primeiros anos do governo Dilma, o que somaria um valor "pelo menos duas vezes maior" que o anunciado. O programa atende famílias em situação de pobreza (renda per capita de até R$ 140 ao mês) e de extrema pobreza (até R$ 70). O valor médio do benefício é de R$ 152,75, associado a contrapartidas como frequência escolar dos filhos.


Segundo a proposta de orçamento deste ano, serão transferidos R$ 23,9 bilhões a cerca de 13,8 milhões de famílias. Se o reajuste de 10% for linear, ou seja, atingir todos os benefícios do programa, o valor gasto chegará a R$ 26,3 bilhões em 2015.(Informações da Folha de São Paulo)

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