Bem, vamos lá. Vou publicar abaixo um vídeo, que me foi
enviado por um leitor, e lhes peço, de saída, moderação nos comentários —
aquela mesma que não tiveram essas pobres criaturas que vocês verão abaixo e,
claro!, aqueles que as colocaram no ar. No dia 5 de maio, há uma semana, a TVE
do Rio Grande do Sul — SIM, A TV EDUCATIVA — convidou um grupo chamado
“Putinhas Aborteiras”. Elas se dizem partidárias do “anarcofunk”. Cantaram isto
aqui, ó — advirto que são cenas fortes… Volto em seguida.
Voltei
Falo um pouco sobre a, por assim dizer, “arte” das moças.
Não tenho nem raiva nem asco. Tenho é pena! Sempre que a ignorância consegue
ser assim tão evidente, tão escancarada, tão alvar, como não perguntar o que
terá dado de errado no meio do caminho? De algum modo, elas são vítimas. Nem
que seja da própria estupidez. Como é? Se o papa fosse mulher, o aborto já
teria sido liberado? Por quê? Isso quer dizer que todas as mulheres são, então,
favoráveis ao aborto? Ou, pior, estão a sinalizar que o homem não deve ter,
nessa questão, nem direito de voz nem de voto? Como conciliar essa sabedoria
com a paternidade responsável?
“Ei, papa, levante o seu vestido/ quem sabe aí embaixo não
está o Amarildo?” Não são versos nem anárquicos nem ousados. São apenas burros,
desinformados. A Igreja esteve entre as
instituições que mais pressionaram para que se chegasse aos assassinos do
pedreiro.
Essas bobalhonas tão orgulhosas da própria burrice
certamente não sabem que, a cada ano, 100 mil “Amarildos” morrem na África, na
Ásia e no Oriente Médio apenas porque são… cristãos! Ignoram certamente que a
Igreja Católica é o maior hospital do mundo, o maior orfanato do mundo, a maior
rede de caridade do mundo, a maior escola do mundo… O trabalho dos cristãos
salva milhares de vidas todos os dias. Mas isso é apenas informação. E elas não
têm tempo para isso.
Santo Deus! Essas coitadas deveriam ler, sei lá, Marcuse
para saber como o palavrão pelo palavrão, longe de ser um sinal de libertação,
é a mais pura expressão do recalque. Na busca desesperada para ofender a “moral
burguesa”, apenas se degradam. De resto, poderia haver nessa coisa que fazem
alguma elaboração. Os versos, ainda que infames no conteúdo, poderiam ter
alguma elaboração. É tudo de uma pobreza à altura da “mensagem”.
Eh, Tarso Genro!
Eis aí o Rio Grande do Sul governado por Tarso Genro, o
teórico que, já lembrei aqui, escreveu um livro chamado “Lênin, Coração e
Mente”. Foi o único homem no mundo a ter encontrado um “coração” no facinoroso.
Vejam lá! A emissora pública do Rio Grande do Sul leva ao ar
um grupo que convida:
“Sou anarquista doida, pichadora e ‘vida loca’/
Não vem com moralismo, tu não vai calar minha boca/
Vem vandalizar, deixa de ser bundão/
Se rola prejuízo, é na conta do patrão”
Que perigo essas moças representam? Nenhum! A questão é
saber se uma TV pública tem o direito de, com os impostos pagos pelos gaúchos,
abrir espaço para uma turma que prega abertamente o vandalismo e a violência.
Tem? Mais: a TVE do Rio Grande do Sul levaria ao ar um grupo que atacasse, por
exemplo, espíritas, macumbeiros, muçulmanos ou judeus? Por que a agressão aos
católicos é aceitável?
E notem que nem entro no tratamento demencial dispensado por
essas moças à questão do aborto. Aí, pobrezinhas!, é preciso coragem não para
defender o assassinato de crianças, mas para enfrentar alguns livros.
Agora aguardo os próximos passos da TVE. Depois das
“Putinhas Aborteiras”, há o risco de termos Tarso Genro declamando seus poemas
numa espécie de “Sessão Privê”. E ele, então, poderia lambuzar a tela com
delicadezas como esta:
“Quanto te esperei e quanto sêmen
inútil derramei até o momento”.
Vocês, gaúchos, botaram lá o poeta de mão cheia. E só vocês
podem tirá-lo. Faltam cinco meses. O grupo “As Putinhas Aborteiras”
transformou-se no emblema de um jeito de governar, acho eu. Tarso certamente
não vai ficar ofendido de eu falar assim. Se ele acha que os gaúchos merecem
pagar por isso e se ele considera que essa é uma boa atração para a sua TV
Educativa, é sinal de que aprecia o trabalho. Não é de estranhar que o Estado
seja o que mais resiste a pagar o piso salarial dos professores. Tarso nutre
ideias muito próprias sobre o que seja “educação”.
Atenção! Gente que age nesse limite da provocação barata
conta com o erro de seus supostos adversários para depois acusar jogo bruto.
Assim, comentem com comedimento, por mais que o conjunto da obra seja
asqueroso. Não aceitarei que se devolvam aqui as agressões que Tarso Genro
permitiu que fossem levadas às casas dos gaúchos.
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