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quarta-feira, 2 de abril de 2014

Sessão solene acaba em conflito na Câmara.

Faixa colocada no plenário da Câmara deu início a tumulto entre parlamentares - Agência Câmara/Divulgação
Faixa colocada no plenário da Câmara deu início a tumulto entre parlamentares - Agência Câmara/Divulgação
A sessão solene da Câmara foi suspensa, por alguns minutos, após confusão gerada por uma faixa estendida na galeria do Plenário, parabenizando os militares pelo golpe de 1964. "Graças a vocês o Brasil não é Cuba", dizia a faixa, estendida por duas pessoas.

Cidadãos e deputados se manifestaram contra a faixa e houve início de tumulto no Plenário, quando participantes da sessão solene arrancaram um cartaz das mãos de Ivone Luzardo, presidente da União Nacional das Esposas de Militares. O cartaz estampava as frases “Fora corruptos, comunismo aqui não” e “Feliz a Nação cujo Deus é o Senhor”. Chorando muito, Ivone criticou um clima de “revanchismo” no País.

O presidente da sessão, deputado Amir Lando (PMDB-RO), chegou a cogitar recolher todos os cartazes no Plenário, mas após críticas dos líderes, voltou atrás. A sessão solene foi retomada após a faixa estendida na galeria ser recolhida pelos seguranças da Câmara, por determinação da Mesa.

Em seguida, a sessão foi encerrada, após parlamentares e manifestantes se recusarem a virar de frente para ouvir o discurso do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), favorável ao golpe.

Deputados e outros convidados viraram de costas quando Bolsonaro começou a discursar. Mas, conforme Lando, isso é proibido pelo Regimento. Ele pediu para os manifestantes que não quisessem ouvir Bolsonaro se retirassem, mas não foi atendido. “Democracia é conflito”, disse Lando. “As partes têm que ouvir as outras”, completou. Manifestantes mostraram cartazes com os dizeres “A voz que louva a ditadura calou a voz da democracia”, com fotos de desaparecidos políticos.

"A gente não queria que ele [Bolsonaro] não falasse. O que não queríamos era dar ouvido a ele", disse o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), um dos que viraram de costas quando o deputado do PP começou o discurso. (Portal da Câmara)

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