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domingo, 13 de abril de 2014

PT monta operação para impedir que André Vargas dê com a língua nos dentes. Petista ameaça levar mais gente com ele.

André Vargas, em restaurante dos Jardins, com o bombeiro petista Florisvaldo Souza. O deputado 
petista ameaça botar a boca no trombone e afirma que não vai cair sozinho: " eu não sou o Zé Dirceu II"
Ameaçado por delação, o PT já garantiu a André Vargas o apoio total e irrestrito no seu julgamento pelo Conselho de Ética. Até o deputado sócio do doleiro Yousseff não ter ameaçado o partido, a postura era outra. Como primeira parte do planejamento, está a tentativa de desqualificar o relator do caso, afirmando que ele já fez um pré-julgamento. Júlio Delgado, deputado do PSB de Eduardo Campos e mineiro como Aécio Neves, condenou José Dirceu e não é homem para aceitar pressões.O futuro de Vargas é a perda do mandato.

Segundo o jornal O Globo, integrantes do PT estão incomodados com os pronunciamentos públicos feitos pelo deputado Júlio Delgado (PSB-MG), escolhido relator do caso André Vargas (PT-PR) no Conselho de Ética. Nos últimos dias, Delgado deixou claro que seu voto será pela abertura do processo no conselho devido às suspeitas de que ele tenha feito tráfico de influência e usado o mandato para ajudar o doleiro Alberto Youssef, preso há três semanas como suspeito de ter lavado R$ 10 bilhões. Aliados de Vargas dizem que as declarações de Delgado revelam que haverá um “linchamento” e, por isso, confirmam que Vargas deve antecipar o fim de sua licença e voltar à Câmara no dia 22. Inicialmente, ele ficaria dois meses longe da Casa para sair dos holofotes por 60 dias.

— O relator do processo anunciou o resultado de seu relatório sem nem ouvir o André. Por isso, ele tem que voltar para se defender. O Conselho não pode ter um processo de linchamento. O relator disse até que era bom para as eleições presidenciais — afirmou o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), amigo de Vargas.

Delgado, no entanto, nega estar violando o direito à defesa, mas reafirma sua disposição a ser rígido. — Não fui eu que fui ao plenário dizer inverdades. O que eu disse é que este caso tem mais questões públicas e notórias para encaminhar a admissibilidade do que tinha no caso do José Dirceu (do qual Delgado também foi relator). Mas os fatos alusivos ao nosso voto só ocorrerão depois do amplo direito de defesa e da oitiva de testemunhas. Talvez eles (do PT) estejam temerários em relação à minha postura, que eles conhecem. Aí, podem continuar temerosos — rebateu.

Após se licenciar temporariamente da Câmara, André Vargas passará este fim de semana em São Paulo preparando a defesa que apresentará ao Conselho de Ética e ao seu partido. Seu encontro com a comissão de três dirigentes do PT designados pela Executiva do partido para ouvi-lo sobre seu envolvimento com Youssef, que ocorreria ontem, foi adiado para segunda-feira.

— Queremos ouvir dele o que realmente ocorreu. Nós não temos nenhuma informação. O que nós sabemos até agora é apenas o que foi publicado pela imprensa, e há informações desencontradas. Vamos ouvi-lo, preparar um relatório e apresentar na próxima reunião da Executiva — explicou Alberto Cantalice, um dos integrantes da comissão.

Dos três integrantes do grupo, dois — Alberto Cantalice e Florisvaldo Souza — integram a tendência petista Construindo um Novo Brasil, a maior da legenda e a mesma de Vargas. O terceiro dirigente do grupo, Carlos Árabe, faz parte da Mensagem ao Partido, considerada mais crítica aos desvios de conduta de petistas.
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A propósito: a revista Isto É publica extensa reportagem afirmando que já há provas para encarcerar André Vargas. Acima, o diagrama da quadrilha montada pelo deputado.  Clique aqui para ler.

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