Não reclamem quando a “Time” acha que Dilma Rousseff é menos
influente do que José Mujica, aquele ser estranho que governa o Uruguai. É por
bons motivos. Leiam o que informa a VEJA.com:
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O Brasil deve continuar com a economia em marcha lenta e a
inflação elevada em 2014, apesar da forte alta de juros promovida pelo Banco
Central, destaca o Fundo Monetário Internacional (FMI) em relatório divulgado
nesta quinta-feira em Lima, no Peru, chamado de Perspectiva Econômica Regional
para o Hemisfério Ocidental. A previsão do FMI é de que o Brasil cresça 1,8%
este ano, uma das menores taxas de expansão das Américas.
Excluindo a Argentina e a Venezuela, apenas países pequenos
da região — Santa Lúcia, Jamaica, Granada, Antígua e Barbuda, Dominica,
Barbados e El Salvador — devem ter expansão menor que a economia brasileira
este ano, segundo o relatório do Fundo. No continente, os Estados Unidos devem
ser um dos destaques e crescer 2,8% este ano. A Argentina deve ter expansão de
0,5% e a Venezuela, contração de 0,5%, segundo as projeções do FMI, que não tiveram
alterações em relação às divulgadas na reunião de primavera do Fundo em
Washington, no começo do mês.
O Brasil deve se expandir menos que a média da América
Latina, com crescimento previsto de 2,5% neste ano. O destaque na região entre
as grandes economias deve ser o México, com expansão estimada de 3%. Já o
Panamá deve ficar com o maior crescimento do PIB, de 7,2%. O FMI atribui o
fraco desempenho do Brasil a um conjunto de fatores. A queda da confiança dos
empresários continua pesando negativamente no investimento privado, que vem
mantendo desempenho pífio. O Fundo também cita os gargalos na infraestrutura,
que desestimulam o investimento privado e contribuem para a perda de
competitividade do país.
No caso da inflação, o relatório do FMI destaca que ela deve
permanecer no topo da meta do Banco Central, apesar do aperto monetário
significativo desde abril do ano passado. Os economistas do Fundo citam alguns
fatores para explicar a persistente alta de preços, que incluem os
estrangulamentos na infraestrutura, inércia inflacionária e reflexos da
desvalorização passada do real. A recomendação do Fundo para os países com
inflação persistentemente alta é de que ambas as políticas, monetária e fiscal,
sejam usadas para conter a pressão nos preços e para reforçar a credibilidade
da política econômica.
Em 2015, a América Latina deve ter uma leve recuperação e
avançar 3%. Mas nas estimativas feitas para até 2019, a avaliação do FMI é que
dificilmente os principais países da região terão os mesmos níveis de expansão
vistos até 2011, período marcado por alta nos preços internacionais dos preços
das commodities. “O crescimento deste ano da América Latina deve ser o menor
dos últimos 11 anos, excluindo 2009, que foi marcado pela crise financeira
internacional”, disse o diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o
Hemisfério Ocidental, Alejandro Werner, em entrevista coletiva
Empresas
O relatório também aponta que os governos da América Latina
devem ficar atentos aos níveis altos de endividamento e alavancagem das
empresas e potenciais descasamentos de moedas nas operações financeiras das
companhias. O Brasil é citado como o país em que a alavancagem média das
empresas é a mais alta na região, considerando os países financeiramente
integrados, seguido do México. O termo alavancagem é usado para definir a
relação entre o endividamento e o potencial de receita das empresas.
“As empresas das economias financeiramente integradas da
América Latina podem estar alcançando níveis problemáticos de alavancagem financeira”,
ressalta o FMI. Os economistas da instituição chegaram a essa conclusão ao
avaliar os balanços de mil empresas abertas do Brasil, Chile, Colômbia, Peru e
México. O FMI já havia alertado para os níveis altos de endividamento
corporativo dos países emergentes em geral na reunião de primavera, no começo
do mês em Washington.
A combinação perigosa de crescimento econômico
baixo e condições financeiras mais duras no mercado internacional, por conta da
mudança da política monetária dos Estados Unidos, pode levar a um aumento de
calotes e uma menor rentabilidade dos bancos, ressalta o FMI no documento.
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