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quinta-feira, 10 de abril de 2014

"Noé" - a Bíblia encontra o ambientalista

Por Don Feder

noéEsse é o jeito que Hollywood vê cristãos e judeus dedicados — como pessoas cheias de um fanatismo que beira a psicose e leva ao ódio e homicídio.

Em sua segunda semana, as receitas do filme “Noé” afundaram em 60%.

Comentário de Julio Severo: O artigo a seguir, do meu amigo Don Feder, traz a perspectiva dele, como um escritor judeu conservador, sobre o filme que aparenta tratar de Noé, um dos homens mais importante da Torá. Li vários artigos americanos sobre esse filme, e de longe o texto de Don é o melhor e merece ser divulgado aos quatro cantos do Brasil.

No filme “Noé,” a fábula ambientalista, aprendemos que pessoas más (descendentes de Caim) constroem cidades, comem carne e fazem armas. (Eles provavelmente pertenciam, na época antes do dilúvio, aos grupos contrários ao desarmamento da população.) Eles também fazem mineração a céu aberto, no processo transformando a terra numa desolação árida que parece o Afeganistão sem os conforto modernos.

As pessoas boas são vegetarianos que vivem em tendas, não fazem quase nada e têm uma população pequena, provavelmente porque praticam o planejamento familiar. Uma das muitas perguntas sem resposta do filme “Noé”: Se as pessoas boas (descendentes de Set) não comem carne, onde é que elas conseguem os couros de animais que usam? Presumivelmente, os couros são das criaturas que cometem suicídio depois de verem o “preconceito” das pessoas que acham que os seres humanos são mais importantes do que os animais.

O épico filme anti-bíblico de 130 milhões de dólares de Darren Aronofsky não tem quase nada do que a Bíblia relata acerca do dilúvio. Há uma arca, animais marchando de dois em dois, um dilúvio de proporções bíblicas e um homem chamado Noé. A semelhança termina aí.

O filme “Noé” é anticristão e antijudaico, promove o controle populacional e é um aviso alegórico acerca da calamidade futura que será causada, de acordo com o filme, pelo aquecimento global. No filme, Deus é sempre mencionado como “o Criador.” Hollywood tem dificuldade de mencionar a palavra Deus.

A Bíblia descreve Noé como “um homem justo” que era “perfeito em suas gerações” e “andou com Deus.”

O Noé de Aronofsky é o que os secularistas chamariam de fanático religioso. Cheio de autodepreciação e propenso a ataques violentos, ele se torna convencido de que Deus quer destruir a humanidade completamente. Portanto, o único propósito de Noé e sua família é construir a arca e salvar animais. Ao completar essa tarefa, as últimas pessoas da terra serão extintas. Quem aplaudiu muito esse filme na estreia, nas cadeiras da frente, foi o Movimento em Prol da Extinção Voluntária dos Seres Humanos e a entidade Pessoas em Prol do Tratamento Ético dos Animais.

Na representação de Russell Crowe, Noé é tão obcecado que ele planeja matar seus netos recém-nascidos para impedir o repovoamento do planeta.

Esse é o jeito que Hollywood vê cristãos e judeus dedicados — como pessoas cheias de um fanatismo que beira a psicose e leva ao ódio e homicídio. A velha rotina de Bill Cosby (“Certo, qual é o cúbito?”) era mais próxima do Gênesis — e entretinha muito mais.

A Bíblia é um pouco vaga sobre as razões do dilúvio. A Bíblia explica: “A terra se perverteu diante de Deus e encheu-se de violência. Deus observou a terra e viu a que ponto de perversão havia chegado toda a humanidade, com suas práticas malignas” (Gênesis 6:11-12 KJA).

Pervertida de que jeito? Deus queria destruir o mundo por causa de roubos? Mais tarde em Gênesis, as cidades cananeias de Sodoma e Gomorra são destruídas, desta vez por fogo, por causa da perversão sexual. O termo “sodomita” não se refere a alguém que rouba mercadinhos.

Tente imaginar Hollywood fazendo um filme que ataca sem misericórdia a imoralidade sexual, quando a indústria do entretenimento imita Lady Gaga na questão gay e apresenta a coabitação, o adultério e o aborto como escolhas de estilo de vida.

O filme “Noé” não é sobre pecado no sentido tradicional, mas “pecado ambiental” — conforme recontado no Evangelho de Santo Al Gore. “E Deus olhou os gases de efeito estufa e eis que não estavam bons. E Ele disse: Que as calotas glaciais se derretam e os níveis dos mares se levantem até que tudo o que reste seja Kevin Costner em seu barco à vela buscando terra seca.”

Numa entrevista à revista New Yorker, Aronofsky admitiu: “Há uma instrução enorme no filme, uma mensagem forte acerca do dilúvio que está vindo por causa do aquecimento global.” Em outra parte, ele descreve Noé como “o primeiro ambientalista.” A revista Hollywood Reporter faz referências às “mensagens duras de Dia do Juízo Final Ecológico.”

O culto do aquecimento global tem todas as características de uma religião — profetas (Al Gore, sábios de Hollywood e cientistas numa ganância louca atrás de verbas governamentais de pesquisa), o mal (o motor de combustão interna, fábricas que usam carvão, crescimento populacional), o bem (medidas criadas para reduzir as emissões de CO2) e salvação e redenção (multas draconianas para os poluidores de carbono, rígidos limites na reprodução humana — para apagar as pegadas de carbono — e eventual revogação da revolução industrial). Os dissidentes não são meramente errados, eles são heréticos rotulados de “negadores” da mudança climática. No que depender dos ambientalistas, eles aplicarão a Inquisição na frente do prédio da ONU pela única preocupação dos poluentes liberados pela carne em chamas de suas vítimas.

Mas o culto do aquecimento global diverge da religião tradicional em dois aspectos significativos. O Judaísmo e o Cristianismo colocam o homem no centro, enquanto a religião do aquecimento global coloca o planeta no centro de tudo. No filme “Noé,” as palavras do primeiro capítulo de Gênesis são colocadas na boca do vilão Tubal-Caim, que diz a Noé que os animais foram criados para uso do homem (que devemos dominar sobre o mundo natural) para provar que essa ideia é muito má.

Há outra diferença. Geralmente, a religião judaica e cristã não pode ser provada ou refutada, pelo fato de que é baseada em algo fora da razão chamado fé.

Embora seus adeptos não admitam, a religião do aquecimento global tem também como base a fé — crer na depravação da sociedade industrial e no mal do progresso. Infelizmente para os que a promovem, a religião do aquecimento global é comprovadamente falsa e cada vez mais refutada pela realidade. A terra não está ficando mais quente. As calotas polares não estão se encolhendo. O aumento dos níveis dos mares é insignificante e não existe nenhum Dia do Juízo Final Ecológico no horizonte.

O planeta Terra tem frequentemente passado por ciclos de aquecimento e resfriamento. Muitos fatores podem afetar o clima, inclusive manchas solares.

A estação de furacões do ano passado no meio-oeste dos EUA foi a mais branda desde o início da década de 1960. Até mesmo o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (a Santa Inquisição dos alarmistas do aquecimento global) confessa que o aumento médio da temperaturas de superfície parou 15 anos atrás. Eles tentam evitar passar vergonha chamando isso de “pausa” — uma pausa bem longa, pelo visto.

Em dezembro passado, os cientistas da mudança climática foram à Antártica em busca de evidência para apoiar sua opinião “incontestável” e ficaram presos em mares de gelo que, de acordo com a teoria deles, não deveriam estar ali. O navio deles ficou totalmente preso no gelo. Vários navios quebra-gelo não conseguiram chegar até eles. (O gelo marítimo no Hemisfério Sul atingiu níveis recordes em setembro de 2013 — pelo segundo ano seguido.) Finalmente, eles foram resgatados de helicóptero do navio — salvos pela desgraçada tecnologia. Só faltou efeito especial.

Em sua segunda semana, as receitas do filme “Noé” afundaram em 60%. Apesar disso, muitas pessoas que assistirem ao filme acreditarão que tem alguma relação com a Bíblia — com extrema liberdade artística, naturalmente.

O analfabetismo bíblico é epidêmico nos Estados Unidos. Uma pesquisa realizada pela entidade de pesquisa Barna revela que 60% dos americanos adultos não conseguem citar cinco dos Dez Mandamentos. O teólogo batista Albert Mohler escreve que a pesquisa de opinião pública do Barna

“indicou que pelo menos 12% dos adultos creem que Joana d’Arc é a esposa de Noé. Outra pesquisa de jovens que se formaram da escola secundária revelou que mais de 50% achavam que Sodoma e Gomorra eram marido e esposa. Um número considerável de entrevistados de uma pesquisa de opinião pública indicou que o Sermão da Montanha foi pregado por Billy Graham. Estamos muito encrencados.”

Tirando proveito dessa ignorância, o filme tem anjos caídos, chamados de Sentinelas, cobertos de pedra como castigo por ajudarem o homem caído dando-lhe tecnologia formada da terra. Parecendo Ents calcificados do “Senhor dos Anéis,” e discernindo a bondade interior de Noé (antes dele ficar maluco), as rochas eternas o ajudam a construir a Arca e o protegem dos filhos de Caim.

Como Matusalém, Anthony Hopkins fornece mudança divertida e mais revisionismo. O hippie mais velho do mundo vive numa caverna, serve chá alucinógeno e prática bruxaria com uma semente mágica.

Escrevendo no site Aish.com, o rabino Benjamin Blech dá o alerta: “Saber que milhões de espectadores, depois de verem o filme, internalizarão o Noé de Russell Crowe, assim como muitas outras partes do enredo do filme que não têm nenhuma base na Bíblia ou qualquer outra fonte respeitável, todos os que respeitam a Torá e a guarda de suas verdades deveriam ficar muito preocupados.”

Depois de passar décadas (séculos se você quiser voltar à Revolução Francesa) tentando destruir o Judaísmo e o Cristianismo, a esquerda está agora os usando para avançar suas causas favoritas. Logo nos cinemas “Sodoma e Gomorra: A Estória Verdadeira” — em que as metrópoles da Mesopotâmia são destruídas por sua “homofobia,” sexismo e desigualdade de renda.



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Do GrassTopUSA: “Noah” – The Bible Meets The Lorax
Tradução: www.juliosevero.com

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