Em depoimento no Senado, Foster já reconheceu que
“não foi
definitivamente um bom negócio”
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A presidente da Petrobras, Graça Foster, chegou há pouco à
Camara dos Deputados para prestar esclarecimentos sobre a compra da refinaria
de Pasadena (EUA), que teria ocasionado perdas contábeis superiores a 500
milhões de dólares à estatal brasileira. A vinda da presidente é um acordo com
a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle para evitar a convocação do
ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
A aquisição da refinaria, a um preço final de cerca de 1,250
bilhão de dólares, está sendo investigada pela Polícia Federal, Tribunal de
Contas da União (TCU) e Ministério Público, além de ser alvo de propostas de
comissões parlamentares de inquérito (CPMIs) no Congresso.
Na terça-feira, o presidente da Câmara dos Deputados,
Henrique Eduardo Alves, disse que o presidente do Senado, Renan Calheiros, deve
reunir os líderes das duas Casas do Congresso na próxima terça (6 de maio) para
definir que comissão parlamentar de inquérito será instalada: se apenas uma CPI
de senadores, ou uma mista (CPMI), formada por deputados e senadores, como
querem parlamentares da oposição tanto da Câmara como do Senado.
Em depoimento no Senado há duas semanas, Graça Foster
reconheceu que “não foi definitivamente um bom negócio”.
Entenda o caso
Em 2005, a empresa Astra Oil comprou a refinaria de Pasadena
por 42,5 milhões de dólares. Em 2006, a Petrobras comprou metade da refinaria
por 360 milhões de dólares. Em 2007, foi obrigada pela Justiça americana a
comprar os outros 50% por 820,5 milhões de dólares, em razão de uma cláusula
contratual que previa essa compra em caso de desentendimento com a Astra. Ao
final, a compra da refinaria ficou em1,250 bilhão de dólares.
A presidente Dilma Rousseff, à época ministra da Casa Civil
e presidente do conselho de administração da Petrobras, informou em nota que só
tomou conhecimento das cláusulas depois de ter autorizado o negócio. Segundo a
nota (http://blog.planalto.gov.br/resposta-ao-jornal-o-estado-de-s-paulo/)
publicada pelo Planalto, o resumo executivo feito pela área internacional,
chefiada à época por Nestor Cerveró (que veio à Câmara em 16 de abril), era
“técnica e juridicamente falho” por emitir as cláusulas que, se conhecidas,
mudariam a decisão do conselho.
A estatal contestou os valores de compra da refinaria
divulgados na imprensa. Segundo a Petrobras, a Astra Oil comprou Pasadena por
360 milhões de dólares e não 42 milhões de dólares. Do valor divulgado pela
estatal, 248 milhões de dólares foram pagos à proprietária anterior
(Crown) e 112 milhões de dólares correspondem a investimentos realizados antes
da venda à Petrobras. A empresa soltou na quinta-feira (24) um perguntas e
respostas sobre a compra da refinaria.
Fonte: Jornal do Brasil
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