Por Joice Hasselmann
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quarta-feira, 3 de maio de 2017
PAULO FREIRE é o patrono da Educação Brasileira: Está tudo explicado!
Chegando ao fim dessa singela “homenagem” a Paulo Freire, que faleceu
no dia 2 de maio de 1997, há vinte anos, segue um artigo publicado no GLOBO
sobre o “patrono” da educação brasileira, lembrando que cada povo tem o herói
que quer, mas também o governo e a educação que merece depois da escolha desses
heróis:
O patrono da educação brasileira
Uma das formas de se analisar uma sociedade é ver quem são seus heróis.
Os americanos, por exemplo, têm nos “pais fundadores” grandes ícones, gente
como Benjamin Franklin, Thomas Jefferson, John Adams e George Washington. Já o
Brasil encontrou em Paulo Freire uma grande inspiração, a ponto de
transformá-lo no “patrono” de nossa educação. Cada povo tem o herói que merece.
Pergunto ao leitor: já leu algum livro de Freire? É um exercício e
tanto de paciência. Seu linguajar é enfadonho, diz algumas coisas um tanto
óbvias de forma aparentemente profunda, que revela apenas uma mente confusa, e
usa a “pedagogia” para, no fundo, pregar o marxismo radical. Foi seu grande
“mérito”: levar Marx para dentro das salas de aula.
Seu ponto de vista é o dos “excluídos”, diz ele, monopolizando as
virtudes e os fins nobres. Somente quem endossa seu viés “progressista” quer o
bem dos mais pobres. O restante, os “neoliberais”, esses querem apenas manter o
status quo, preservar um sistema opressor. São pessoas ruins. E contra eles, os
“oprimidos” devem se rebelar, lutar pela utopia igualitária.
Era dada a justificativa para que professores se transformassem em
militantes ideológicos, usando as salas de aula não mais para ensinar conteúdo
de forma minimamente objetiva, mas para “transformar a sociedade”, para “formar
novos cidadãos”, naturalmente marxistas empenhados na causa utópica, como o
próprio Freire. A doutrinação ideológica ganhava ares de justiça, graças ao
pedagogo marxista.
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Contra o “fatalismo pragmático” dos “neoliberais”, Freire oferecia a
“conscientização”, ou seja, os professores deveriam mostrar as “injustiças” do
sistema capitalista, da globalização, conscientizando os alunos da necessidade
de luta, de revolta contra os ricos, já que, para ele, a riqueza era fruto da
exploração da pobreza, era uma “agressão” contra os desvalidos.
Postura minimamente neutra do professor, que oferece ao aluno
diferentes pontos de vista, dá espaço ao contraditório, deixa o próprio jovem
desenvolver um pensamento crítico e tirar suas conclusões por conta própria?
Isso é uma ilusão que atende somente às elites opressoras. A prática educativa,
diz Freire, é política por definição, não pode ser neutra, e por isso o
professor “progressista” pode, deve levar todo seu viés para dentro de sala de
aula.
Era a desculpa perfeita para militantes medíocres se tornarem
“professores” e encherem a cabeça de nossa juventude com porcaria
revolucionária. Hoje, os sindicatos dos professores, ligados aos partidos de
extrema-esquerda, dominam o ensino público, todos inspirados em Freire. Nas
aulas, o assassino Che Guevara é tratado como herói idealista, os invasores do
MST como instrumentos de “justiça social”, e o lucro capitalista como
exploração injusta.
“Nunca me foi possível separar em dois momentos o ensino dos conteúdos
da formação ética dos educandos”, escreve ele em “Pedagogia da autonomia” (tem
ainda a do oprimido, a da solidariedade, a da esperança…). O pequeno “detalhe”
é o que ele entendia como “formação ética”, claro. No caso, era “formar” novos
seres “conscientes” de sua situação de oprimidos, para que reagissem contra as
“injustiças do sistema”. Ou seja, criar soldados comunistas!
Caso alguém ainda tenha dúvidas acerca de seus objetivos, ou pense que
exagero na interpretação, deixemos o próprio explicar melhor: “Quando falo em
educação como intervenção me refiro tanto à que aspira a mudanças radicais na
sociedade, no campo da economia, das relações humanas, da propriedade, do
direito ao trabalho, à terra, à educação, à saúde, quanto à que, pelo contrário,
reacionariamente pretende imobilizar e manter a ordem injusta”.
Ou seja, de um lado temos os “progressistas” como ele, que querem
salvar a humanidade das garras capitalistas e levar prosperidade aos mais
pobres; do outro temos os “reacionários” e “neoliberais”, que pretendem apenas
manter o quadro de exploração da miséria alheia. E esse “educador” virou o
patrono da educação brasileira!
Deixo o comentário final com Dom Lourenço de Almeida Prado, esse sim um
grande educador que o país teve, reitor por anos do prestigiado Colégio São
Bento: “É uma lástima que o meio católico se tenha deixado contagiar por esse
mestre equívoco da pedagogia que é Paulo Freire e por essa falsa elaboração que
chama educação libertadora. Na verdade, ela nada tem de libertadora, como nada
tem de pedagogia. É uma campanha política, de fundo marxista, isto é, fundada
no dogma da luta de classes e na divisão da humanidade entre opressores e
oprimidos”.