Páginas

A cafetina do passado trucida o presente e o futuro. Os torturados somos nós

Por Augusto Nunes - Veja

A conversa fiada de Dilma Rousseff informa: sai o coração valente, entra a coitadinha perseguida desde a juventude. Nesta segunda-feira, com olheiras de quem atravessou a madrugada ouvindo gritos de SIM em todos os sotaques, reapareceu para ensinar que impeachment e tortura são a mesma coisa. É a vítima banalizando a violência que sofreu ─ violência execrada por todos os homens de bem ─ para transformá-la em pilantragem marqueteira.

“Eu estou tendo meus sonhos torturados”, choramingou a cafetina do passado. (Por falta de ensaio, a lágrima furtiva não caiu). “Mas não vão matar em mim a esperança, porque eu sei que a democracia é sempre o lado certo da história”. Se não mentiu, é uma conversão e tanto: ela esteve do lado errado da história desde a virada dos anos 70, quando resolveu derrubar a bala o governo dos generais e trocar a ditadura militar pela ditadura comunista.

A comparação absurda, constata o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, é apenas uma vigarice abjeta, que torna uma torturada tão desprezível quanto seu torturador. Enquanto evoca sevícias sofridas nos anos 70, a mulher que faz qualquer negócio para escapar do despejo decretado pelo povo trucida o presente de milhões de brasileiros e agride com selvageria o futuro da nação.


É Dilma a torturadora. Os torturados somos nós.

Roda Viva - Gilmar Mendes



O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) falará sobre a votação do impeachment na Câmara dos Deputados, o funcionamento do Judiciário, a possibilidade de cassação da chapa Dilma-Temer no TSE, a Operação Lava Jato e outros impasses da política brasileira.

Em vídeo, Dilma ataca "traidores da democracia" e diz que "palavra golpe estará gravada na testa"


Após desistir de pronunciamento em cadeia nacional, governo decide divulgar discurso nas redes sociais

Discurso de Dilma RousseffEm vídeo divulgado nas redes sociais, a presidente Dilma Rousseff tacha de "traidores da democracia" os defensores do impeachment e diz que a palavra "golpe" ficará "para sempre gravada na testa". "Podem justificar a si mesmos, mas nunca poderão olhar nos olhos da Nação, porque a palavra golpe estará para sempre gravada na testa dos traidores da democracia", disse Dilma. No vídeo, de cerca de seis minutos, ela também manda recados para o vice-presidente Michel Temer, que assume a Presidência caso Dilma seja afastada.

Dilma tinha a intenção de se pronunciar em cadeia nacional de rádio e TV, mas foi alertada pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, para o risco de contestação na Justiça, o que de fato aconteceu: a juíza Solange Salgado, da 1ª Vara do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, do Distrito Federal, concedeu liminar em ação proposta pelo líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Antonio Imbassahy (BA), e proibiu Dilma de convocar cadeia nacional para veicular pronunciamentos contra o impeachment. Após desistir do pronunciamento na TV, o governo decidiu divulgar o vídeo nas redes sociais.


(Com Estadão Conteúdo)