O historiador Marco Antonio Villa fala sobre a resiliência
da oposição, que deixa o projeto criminoso de poder administrado em Brasília
tomar fôlego.
Páginas
▼
domingo, 25 de outubro de 2015
Haverá choro e range de dentes
Por Nivaldo Cordeiro
Falo aqui a sequência de Twitters que escrevi hoje. Eu estou
muito preocupado com a gravidade e a aceleração da crise política.
Situação do desemprego está piorando rápido
Ontem, a gente soube que a taxa de desemprego nas maiores
cidades do país foi para 7,6%. O Brasil já teve taxas piores, de 10%, até
meados da década passada. O problema é que a gente está voltando para lá, para
aquele momento em que o país saía da crise dos anos 2001-2003, mas ainda não
criava emprego suficiente.
As previsões para o ano que vem são de desemprego de 9% a
10% na média do ano. Neste 2015, a gente deve fechar com desemprego médio de
7%.
Sim, a coisa está piorando rápido. A renda do trabalho das
famílias na média caiu 5% sobre o ano passado, já descontada a inflação.
Desde o século passado não havia um aumento tão grande de
gente a procura de emprego nas seis maiores metrópoles do país. Em um ano, o
aumento foi de 56%. São mais 670 mil pessoas procurando emprego, sem conseguir.
Antes, o maior aumento registrado de gente desempregada tinha sido de 22%, lá
em 2003.
Isso foi o que a gente soube ontem, pela pesquisa do IBGE.
Como a gente acabou de ver, faz mais de uma década que tanta gente não perdia
emprego com carteira assinada no Brasil, segundo os dados do Ministério do
Trabalho.
Quando o desemprego vai começar a diminuir? Vai demorar mais
que a crise econômica. Em geral, uma economia começa a recuperar o nível de
emprego depois que sai de uma crise, depois que voltam os investimentos e a
necessidade de ampliar a capacidade produtiva, que agora está muito ociosa.
Para que os investimentos voltem é preciso também que as empresas fiquem mais
confiantes no país. Isto depende de o governo colocar as contas em ordem e que
seja capaz de investir um pouco também, que não exista medo de mais impostos e
mais altas loucas do dólar. Enfim, alguma previsibilidade e uma mãozinha dos
investimentos públicos.
Por enquanto, isso está em falta.
Oposição sem vergonha
Por Ricardo Noblat
Noblat comenta a atitude frouxa da oposição diante de
Eduardo Cunha, presidente da Câmara.