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quarta-feira, 16 de setembro de 2015
Governo anuncia corte de gastos e propõe retorno da CPMF
O governo federal fez o anúncio nesta segunda-feira (14) de
um bloqueio adicional de gastos no orçamento do ano que vem. Com a medida, o
governo pretende congelar cerca de R$ 26 bilhões que seriam destinados aos
cofres públicos. O possível retorno da CPMF também foi assunto da pauta.
O GRAVÍSSIMO PECADO DOS OMISSOS
Por Percival Puggina
1. O PAÍS PERDE TRINTA ANOS EM 13
Os responsáveis pela crise brasileira podem ser
classificados em três grupos principais. O primeiro inclui políticos,
governantes e formadores de opinião que, numa rara e fecunda combinação de
ignorância, incompetência e desonestidade, jogaram o país no abismo. O segundo
é formado pelos que se beneficiando do governo concederam sucessivos mandatos a
quem, diligentemente, conduzia o país de volta aos anos 80. Uniram-se no palco
para a grande mágica petista: o país perde trinta anos em 13! O terceiro é o
dos tão descontentes quanto omissos. Refiro-me à turma que não sai do sofá.
Quando a água bate nas canelas, pegam as velhas listas telefônicas e sentam em
cima. Estes últimos incorrem no gravíssimo pecado de omissão. Eu ficaria feliz
se os ônus do que vem por aí incidisse, direta e pessoalmente, sobre cada um
desses três grupos em vez de se repartir de modo tão injusto sobre o conjunto
da população.
2. OMISSOS!
É gravíssimo o pecado dos omissos no atual momento
histórico brasileiro! O sujeito lê uma pesquisa e fica sabendo que quase 70% da
população quer o impeachment da presidente e que ela conta com a confiança de
menos de 8% da sociedade. Diante desses dados, em seu comodismo, ele se
considera contado e se dá por representado. Naquela cabeça de cidadão omisso, o
dado da pesquisa fala por ele. Representa-o.
3. TERCEIRIZAM O PRÓPRIO DEVER
Pouco importa se seu congressista, ou o Congresso inteiro,
não o fazem. Pouco lhe interessa se o único assunto das lideranças com poder de
fogo no parlamento é a formação de um "acordão" que mantenha tudo
como está. Não o perturba a inconfiabilidade dos tribunais superiores. Ele
terceirizou todas as suas responsabilidades cívicas. Ou o fez para as Forças
Armadas, que não podem e não devem intervir fora das previsões constitucionais.
Ou o fez para o juiz Sérgio Moro, como se o bravo magistrado e a sala onde
trabalha não estivesse situada no andar térreo do enorme e pouco confiável
edifício judiciário. A pachorra dos processos criminais contra personalidades
do mundo político é simétrica à pachorra dos cidadãos omissos. E esta serve
àquela.
4. MOBILIZAÇÃO OU CAOS
No entanto, o fio pelo qual pende esse trágico governo, só
poderá ser rompido quando a mobilização do povo, fonte legítima de todo poder,
alcançar proporções multitudinárias, se dezenas de milhões (e não centenas de milhares)
forem às ruas, pacífica e ordeiramente, rugir de modo reiterado e insistente
sua inconformidade para desestabilizar a quietude das instituições.
Uma das páginas mais aviltantes da nossa história está sendo
escrita no tempo presente com as tintas da ignorância, da incompetência, da
desonestidade e da omissão.
__________________
Percival Puggina (70), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é
arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista
de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra
o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do
grupo Pensar+.
Só há uma saída política e econômica para o Brasil, a saída de Dilma
O professor Marco Antônio Villa comenta o anúncio do plano
de corte de gastos do governos e enfatiza que, para o Brasil sair das crises
econômica e política só resta uma opção: a saída de Dilma Rousseff do poder.
CUT protesta na Paulista contra pacote de Dilma
Por Jornal da Gazeta
CUT faz manifestação na Avenida Paulista e critica pacote
anunciado pelo Governo Dilma.
Dilma está com os votos pró impeachment e os dias contados
A coluna 'Veja Bem' com Felipe Moura Brasil mostra que a
contagem dos votos pró-impeachment e o roteiro discutido pela oposição levam o
desgoverno de Dilma Rousseff ao desespero.
Refugiados são batata quente nas mãos da Europa
A crise dos refugiados na Europa está gerando uma versão
muito simplificada. Dizem que a Hungria tem se comportado de um jeito
cafajeste. E que a Alemanha, ao contrário, tem reagido com muita generosidade.
Pode até ser um pouco isso.
Mas vamos pintar esse quadro com menos contrastes. A crise é
imensa. A União Europeia afirma que já recebeu desde janeiro 500 mil
refugiados. O dobro do que em todo o ano passado. Os refugiados sírios são
maioria.
Eles chegam à Grécia e começam a subir na direção do Norte.
Poderiam escolher um trajeto mais perto do litoral adriático. Mas teriam mais
montanhas e mais fronteiras. Então seguem um caminho mais longe do mar. Chegam
até a Sérvia, tentam entrar na Hungria, e depois viram à esquerda para chegar à
Áustria e à Alemanha.
A Hungria fechou a fronteira com a Sérvia. Construiu uma
cerca de arame farpado de 175 quilômetros. E prendeu 60 refugiados que
arrebentaram com a cerca para entrar no país. O primeiro-ministro húngaro se
chama Viktor Orban. É um conservador. Mas o país dele é pequenininho. A Hungria
tem só 10 milhões de habitantes, e já gastou este ano, com os refugiados, 220
milhões de dólares. A Hungria é pouco receptiva aos refugiados. No ano passado,
43 mil pediram asilo. Mas só 260 vistos foram emitidos.
A Alemanha é um país bem maior e mais rico. Tem 80 milhões
de habitantes. Mas também está em dificuldades com tanta gente chegando. Está
controlando a identidade de quem chega desde o fim de semana. Acreditava há
três meses que receberia este ano 450 mil refugiados. Vai receber 800 mil ou
mais. A população não despreza esses estrangeiros.
Existem 350 projetos de acolhimento, tocados sobretudo por
voluntários. Mas o governo tem medo da infiltração de terroristas islâmicos. E
há também os grupos neonazistas, que praticam atos de hostilidade contra
estrangeiros. Já foram mais de 100 este ano. O resumo da ópera é o seguinte: a
Europa está com uma enorme batata quente nas mãos.
É assim que o mundo gira.