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Fatores internos e externos fazem o dólar subir



O dólar subir hoje, aqui no Brasil, antes mesmo do novo rebaixamento da nota do País. A desculpa foi a desvalorização do Yuan. A desvalorização da moeda chinesa pode prejudicar o comércio exterior do Brasil, na medida em que estimula as exportações mas desestimula as importações, o que pode, inclusive, derrubar ainda mais os preços de commodities. Movimentos que já vem prejudicando as vendas externas do País e empresas, como a Vale. Agora, o rebaixamento da avaliação do Brasil pela Moodys, ainda que tenha sido mantida a perspectiva estável apenas reforça a tendência de alta do dólar.

É mais um fator que pode afugentar o investidor estrangeiro. Embora o Brasil ainda não tenha perdido o grau de investimento, já vem sendo tratado como um País que não tem o selo de bom pagador. Nos últimos três meses a saída de dólares superou a entrada e o Brasil vem pagando em captações externas mais do que países com graus inferiores de avaliação. O problema é a deterioração rápida de vários indicadores, a dificuldade de execução do ajuste fiscal e o aumento do endividamento público. 

Vivemos uma crise sem perspectiva de reversão no curto prazo, reforçada por um ambiente político dos mais adversos, o que deixa o País mais vulnerável. A perda, mesmo, do grau de investimento pode levar alguns meses e vai depender muito de resultados que o País ainda possa apresentar. Difícil é contar com resultados mais satisfatórios. Por mais que o governo esteja tentando maior apoio, as divergências são enormes e sustentadas pela forte queda de popularidade da presidente. Quanto ao dólar, a dúvida que fica é se o Banco Central irá atuar com mais intensidade ou não pra conter um avanço mais forte, já que o dólar mais alto pode pressionar ainda mais a inflação que já está rondando na faixa dos dois dígitos.

Por outro lado, o dólar mais alto favorece as exportações e pode dar algum fôlego à atividade econômica, num processo semelhante ao que a China tenta promover, com a desvalorização do yuan. Decisão difícil. Sem um rebaixamento efetivo do País, o mercado já fala no dólar em 3,70 ou até um pouco mais, antes do final do ano.

Tese de novas eleições ganha músculo na semana que vem



O presidente do Congresso convocou reunião de líderes e na pauta a oposição defenderá novas eleições. A chave pode estar nas mãos da população que sairá às ruas dia 16.

Na Argentina, sucessão presidencial indefinida



As eleições presidenciais da Argentina são muito complicadas para a cabeça de um brasileiro. São em verdade três eleições. No domingo passado, foi disputada a primeira, que foram as primárias. O voto era obrigatório, e o objetivo era o de eliminar os candidatos nanicos. Com a limpeza da área, os mais votados disputam o primeiro turno presidencial, em 25 de outubro. O sucessor de Cristina Kirchner poderá sair dessa votação. Mas é preciso que ele tenha 45 por cento dos votos, ou então uma vantagem de dez pontos sobre o segundo colocado. Se isso não acontecer, os dois finalistas vão para o segundo turno. Mas vejamos a votação de domingo.

O candidato da presidente Cristina chegou em primeiro lugar. É Daniel Scioli, que ficou com 38 por cento. Ele é governador da Província de Buenos Aires, e defende tudo aquilo que o atual governo está fazendo, como o controle do câmbio e a intransigência na negociação com os credores internacionais. Uma questão empacada há anos. Em segundo lugar está Maurício Macri. É um liberal de centro direita e prefeito da cidade de Buenos Aires. Ele chegou 14 pontos atrás de Scioli, mas não perdeu as esperanças, porque pode liderar o eleitorado que é contra o peronismo. Pois o peronismo é esse saco de gatos político, criado por Juan Domingos Perón, que foi por duas vezes presidente e que morreu em 1974. Cristina e o falecido marido dela, o também presidente Neston Kirchner, são também peronistas.

Pois bem, o peronismo tem um forte candidato dissidente, Sérgio Massa, que chegou em terceiro lugar. E que pode se levantar, atirando pedras sobre a Cristina. Vocês então me perguntariam: quem pode ganhar a eleição presidencial na Argentina? E eu então responderia: não tenho a mínima ideia. A única coisa que eu sei é que os adversários da presidente tiveram, juntos, bem mais votos que o candidato dela. Mas daqui até outubro muita coisa pode mudar. É assim que o mundo gira.

PT esquenta o 'Fora Dilma' de 16 de agosto



Depois de bater panelas contra o desgoverno Dilma ontem, a nação se prepara para vestir verde e amarelo no dia 16 de agosto. A oposição aposta que a manifestação tomará conta do país. A propaganda desastrosa do PT só ajudou a inflamar os ânimos.