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quarta-feira, 12 de agosto de 2015
Fatores internos e externos fazem o dólar subir
O dólar subir hoje, aqui no Brasil, antes mesmo do novo
rebaixamento da nota do País. A desculpa foi a desvalorização do Yuan. A
desvalorização da moeda chinesa pode prejudicar o comércio exterior do Brasil,
na medida em que estimula as exportações mas desestimula as importações, o que
pode, inclusive, derrubar ainda mais os preços de commodities. Movimentos que
já vem prejudicando as vendas externas do País e empresas, como a Vale. Agora,
o rebaixamento da avaliação do Brasil pela Moodys, ainda que tenha sido mantida
a perspectiva estável apenas reforça a tendência de alta do dólar.
É mais um
fator que pode afugentar o investidor estrangeiro. Embora o Brasil ainda não
tenha perdido o grau de investimento, já vem sendo tratado como um País que não
tem o selo de bom pagador. Nos últimos três meses a saída de dólares superou a
entrada e o Brasil vem pagando em captações externas mais do que países com
graus inferiores de avaliação. O problema é a deterioração rápida de vários
indicadores, a dificuldade de execução do ajuste fiscal e o aumento do
endividamento público.
Vivemos uma crise sem perspectiva de reversão no curto
prazo, reforçada por um ambiente político dos mais adversos, o que deixa o País
mais vulnerável. A perda, mesmo, do grau de investimento pode levar alguns
meses e vai depender muito de resultados que o País ainda possa apresentar.
Difícil é contar com resultados mais satisfatórios. Por mais que o governo
esteja tentando maior apoio, as divergências são enormes e sustentadas pela
forte queda de popularidade da presidente. Quanto ao dólar, a dúvida que fica é
se o Banco Central irá atuar com mais intensidade ou não pra conter um avanço
mais forte, já que o dólar mais alto pode pressionar ainda mais a inflação que
já está rondando na faixa dos dois dígitos.
Por outro lado, o dólar mais alto
favorece as exportações e pode dar algum fôlego à atividade econômica, num
processo semelhante ao que a China tenta promover, com a desvalorização do
yuan. Decisão difícil. Sem um rebaixamento efetivo do País, o mercado já fala
no dólar em 3,70 ou até um pouco mais, antes do final do ano.
Tese de novas eleições ganha músculo na semana que vem
Por Veja.com
O presidente do Congresso convocou reunião de líderes e na
pauta a oposição defenderá novas eleições. A chave pode estar nas mãos da
população que sairá às ruas dia 16.
Na Argentina, sucessão presidencial indefinida
As eleições presidenciais da Argentina são muito complicadas
para a cabeça de um brasileiro. São em verdade três eleições. No domingo
passado, foi disputada a primeira, que foram as primárias. O voto era
obrigatório, e o objetivo era o de eliminar os candidatos nanicos. Com a
limpeza da área, os mais votados disputam o primeiro turno presidencial, em 25
de outubro. O sucessor de Cristina Kirchner poderá sair dessa votação. Mas é
preciso que ele tenha 45 por cento dos votos, ou então uma vantagem de dez
pontos sobre o segundo colocado. Se isso não acontecer, os dois finalistas vão
para o segundo turno. Mas vejamos a votação de domingo.
O candidato da presidente Cristina chegou em primeiro lugar.
É Daniel Scioli, que ficou com 38 por cento. Ele é governador da Província de
Buenos Aires, e defende tudo aquilo que o atual governo está fazendo, como o
controle do câmbio e a intransigência na negociação com os credores
internacionais. Uma questão empacada há anos. Em segundo lugar está Maurício
Macri. É um liberal de centro direita e prefeito da cidade de Buenos Aires. Ele
chegou 14 pontos atrás de Scioli, mas não perdeu as esperanças, porque pode
liderar o eleitorado que é contra o peronismo. Pois o peronismo é esse saco de
gatos político, criado por Juan Domingos Perón, que foi por duas vezes
presidente e que morreu em 1974. Cristina e o falecido marido dela, o também
presidente Neston Kirchner, são também peronistas.
Pois bem, o peronismo tem um forte candidato dissidente,
Sérgio Massa, que chegou em terceiro lugar. E que pode se levantar, atirando
pedras sobre a Cristina. Vocês então me perguntariam: quem pode ganhar a
eleição presidencial na Argentina? E eu então responderia: não tenho a mínima
ideia. A única coisa que eu sei é que os adversários da presidente tiveram,
juntos, bem mais votos que o candidato dela. Mas daqui até outubro muita coisa
pode mudar. É assim que o mundo gira.
PT esquenta o 'Fora Dilma' de 16 de agosto
Depois de bater panelas contra o desgoverno Dilma ontem, a
nação se prepara para vestir verde e amarelo no dia 16 de agosto. A oposição
aposta que a manifestação tomará conta do país. A propaganda desastrosa do PT
só ajudou a inflamar os ânimos.