Por Políbio Braga
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sexta-feira, 7 de agosto de 2015
Cada vez menos comida na panela
Por Veja.com
Brasileiros fazem um enorme panelaço para coroar o dia em
que a presidente Dilma Rousseff atingiu o pior índice de aprovação da história,
o dólar bateu recorde e os aliados do governo começaram a pular do barco.
A pressão sobre o dólar aumenta. E preocupa.
O dólar tem refletido toda essa incerteza que temos hoje no
Brasil. É uma crise em cima da outra. Há um claro agravamento da crise
política, com a perda de popularidade do governo e perda de apoio no Congresso.
O governo está sendo atropelado em votações importantes não apenas pela base
aliada, que está encolhendo, mas até pelo próprio partido. A deterioração da
situação política é clara. E essas votações, que parecem ter o objetivo de
provocar um desgaste ainda maior do governo, tem implicações bem negativas para
a economia.
Parece já não haver qualquer preocupação nesse sentido. Mas
as conseqüências podem ser pesadas. Pra garantir a meta fiscal, ter um mínimo
de superávit das contas públicas, o governo ainda depende da aprovação de
medidas que garantam alguma receita extraordinária. As votações estão indo no
sentido contrário. Cresce o risco de o Brasil perder o selo de bom pagador, de
ser rebaixado na classificação de risco. Mesmo antes disso, o investidor
estrangeiro e até investidores locais já estão mais cautelosos em colocar
dinheiro aqui.
A pressão sobre o dólar aumenta, trazendo mais problemas
para a economia. O Banco Central indicou, por exemplo, que pretende manter a
taxa basica de juros no nível atual, em 14,25% ao ano, por entender que isso
vai ajudar a levar a inflação para o centro da meta, para 4,5%, até o final do
ano que vem. Mas se o dólar continuar avançando, a inflação sobe mais e os
juros também podem subir mais pra segurar a situação.
A crise econômica se agrava, dando mais munição pra crise
política, com maior perda de popularidade. A inflação já pesa mais para a base
de maior apoio da presidente.
A inflação da baixa renda passou de 10,3% em 12 meses,
enquanto o índice oficial está pouco acima de 9%. Agora, a tendência para o
dólar ainda é de alta, por esse cenário complicado que temos no Brasil e ainda
o cenário externo, com a possível alta dos juros nos Estados Unidos e a desaceleração
do crescimento da China, que podem afetar mais o fluxo de dólares para o País.
O dólar pode testar logo a faixa dos 3,60. Um fato novo mais
negativo pode empurrar ainda mais pra cima.
Panelaço no Horário político do PT
Dilma a incompetenta...
71% reprovam governo Dilma. Reprovação de Dilma Rousseff
cresce e supera a de Collor em 1992.
Programa do PT na TV é alvo
de 'panelaços', mais uma vez 8% aprovam e 71% reprovam governo Dilma.
Até Temer admite que a vaca foi pro brejo
A situação política está cada vez mais insustentável para o
governo Dilma. Até o discreto vice-presidente e articulador político, Michel
Temer, jogou a toalha e implorou ajuda do Congresso.
Banco Central reconhece desaceleração forte da demanda ?
Hoje foi divulgada a ata da última reunião do Copom, a
reunião em que a taxa básica de juros da economia brasileira subiu para 14,25%
ao ano, o maior nível em nove anos. O Banco Central faz uma análise muito
técnica da situação e reconhece que há uma desaceleração forte da demanda, mas
ainda vê condições de aumentos dos salários incompatíveis com o aumento de produtividades.
O governo enxergou a luz vermelha
A entrada em cena do vice-presidente e articulador político
do governo, Michel Temer, e o pedido de desculpas do ministro da Casa Civil,
Aloizio Mercadante, mostra que o governo começou a enxergar o tamanho da crise.
Programa do PT na TV é marcado por panelaço
Por Jornal da Gazeta
Programa partidário do PT provoca, mais uma vez, panelaço em
todo o brasil. Em São Paulo, o protesto foi registrado em diversas regiões. A
presidente Dilma Rousseff apareceu pela primeira vez no ano em uma inserção do
partido em rede nacional.