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domingo, 3 de maio de 2015

O irmão esperto de Dilma



A polícia do Distrito Federal investiga o caso de Igor Rousseff que recebeu 120 mil reais por serviços de consultoria que nunca prestou.

REFORMA POLÍTICA DA CNBB? NÃO ASSINE!


Sou leigo católico. Não faz parte de meus deveres de batizado seguir a orientação da CNBB para uma reforma política no Brasil. Reforma política é tema político e quem entra na pauta vai, necessariamente, para o contraditório. Ao se comprometer tanto com o assunto, a CNBB se envolve em algo que não lhe diz respeito e onde, mesmo entre juristas e cientistas políticos, as opiniões divergem. Como leigo, sou membro do Corpo Místico de Cristo (que é a própria Igreja, cuja unidade defendo e integro), mas quando a Conferência envereda no campo político, é ela que desliza para o espaço das opiniões e para os conflitos inerentes a essa atividade, desligando-se do que deve ser unitário. Nem fica bem invocar a unidade para eximir-se do contraditório, ou para fazer um tipo de crítica que tenta desqualificar a crítica.

Um grupo de 112 entidades uniu-se em torno de um projeto de reforma política para o país. Seguindo a velha cartilha da mobilização, iniciaram coleta de assinaturas, em busca do mínimo constitucionalmente exigido para os projetos de iniciativa popular - 1,5 milhão de adesões. O projeto foi amplamente divulgado em outubro de 2014 pelo movimento Eleições Limpas (www.eleicoeslimpas.com.br) e hoje é acionado por uma certa Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas (procure no Google por esse nome e clique em "Quem somos").

Examine a lista e depois me responda: qual o partido ou tendência ideológica que lhe vem à mente quando lê MST, CUT, Via Campesina, CONTAG, UNE, FENAJ? Em meio a uma batelada de ONGs que vivem às nossas custas, com acesso franqueado a verbas públicas, também integram a tal Coalizão: o MMC (Movimento das Mulheres Camponesas, aquelas que destruíram os laboratórios da Aracruz em 2006 e atacaram recentemente, em Itapetininga, um laboratório da Suzano Papel e Celulose), a UBM (entidade de mulheres pró-aborto), a RFS (Rede Feminista de Saúde, pró-aborto), a REBRIP (rede de ONGs e movimentos sociais com propostas "alternativas"), a Liga Brasileira de Lésbicas, o Movimento Evangélico Progressista, a Articulação Mulheres Brasileiras (pró-aborto e contra os direitos dos nascituros). Que interesses em comum podem ter com a CNBB?

Qualquer pessoa minimamente informada percebe que "tem PT nesse negócio". E tem. A proposta é um espelho das questões centrais do projeto petista de reforma política: voto em lista (acrescentando um segundo turno com voto nominal); financiamento exclusivamente público, ou seja, custeado pelos pagadores de impostos; um reforço aos instrumentos de democracia direta (bebendo água no Decreto Nº 8243, aquele dos sovietes). Agora, uma diferença. Enquanto a proposta petista falava em igual número de candidaturas masculinas e femininas aos cargos legislativos, a proposta da CNBB é mais moderninha e fala em igualdade de "gênero". Pode? Pode. É a CNBB. Enfim, a concepção do projeto é tão petista que o site do PT, em 26 de fevereiro, comemorou o manifesto da CNBB, conforme pode ser lido em (http://www.pt.org.br/cnbb-e-oab-lancam-manifesto-em-apoio-a-reforma-politica/).

Os católicos já foram solicitados pela CNBB, em 2002, a assinar por um calote da dívida externa (chamado de "auditoria") que absolutamente não era necessário; convidados a assinar por um plebiscito e uma nova constituinte que a ninguém interessou; convencidos de que a salvação moral da política viria da lei da ficha limpa (uma lei boa, aliás) que precedeu a maior ladroagem da história. Agora estão escaldados, e as assinaturas pela Reforma Política patinam, distantes do 1,5 milhão de adesões. Por isso, surgiu um formulário suprimindo do cabeçalho os nomes das entidades que revelam a vinculação da iniciativa aos já desacreditados interesses petistas. Desculpem-me, mas isso não se faz. Parece coisa de, digamos assim, petistas.



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Percival Puggina (69) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar+ e membro da Academia Rio-Grandense de Letras.

Renan Calheiros pode vetar Fachin



A coluna de hoje de Eliane Cantanhede se debruça sobre as atitudes oposicionistas do presidente do Senado, Renan Calheiros. É o espelho da fraqueza crescente de Dilma Rousseff no Parlamento. O pano de fundo desse elevação do conflito legal é a possível recusa do Senado para aprovar a indicação de Dilma Rousseff ao STF, o advogado Luiz Fachin.

ATITUDES DIGNAS

Por Emerson Rogério de Oliveira - Jornal O SUL

Relembro um fato inédito que chamou a atenção dos presentes à cerimônia de entrega de medalhas, realizada no dia 25 de Agosto de 2005, por ocasião das comemorações do Dia do Soldado, em Brasília. Com a presença de Ministros de Estado, Comandantes das Forças Armadas, convidados e familiares, foi entregue a Medalha do Pacificador. Depois do dispositivo pronto, um senhor idoso, apoiado em uma bengala, vestindo roupas escuras e gravata preta, portando em seu peito a Medalha do Pacificador, atravessou toda a frente do dispositivo até o local onde estava a autêntica espada do Duque de Caxias. Com lágrimas nos olhos, retirou a medalha do peito, elevou ao alto, à frente, à esquerda e à direita. Depois de beijá-la, colocou-a no seu antigo estojo e a depositou aos pés da coluna onde estava a espada de Caxias. Voltou, passou silenciosamente pela frente do dispositivo, indo sentar-se na arquibancada de cimento, diante do palanque.

Perguntado por que devolveu a medalha, respondeu que ela havia sido desonrada e desprezada, em flagrante desrespeito à figura do  insigne patrono do  Exército, o Duque de Caxias, por já ter sido distribuída a pessoas que não mereciam tal honra. Disse mais, que, se a recebeu num ato solene, seria justo devolvê-la também num ato solene.
Esse senhor idoso é o coronel de Infantaria Reformado/Inválido Cícero Novo Fornari. Na época tinha 74 anos, desses, 43 de serviços prestados ao Exército e à Pátria.

A imprensa divulgou o fato em poucas linhas, mas eu o destaquei pela sua atitude digna e corajosa em meu livro Trincheiras Abertas, que lhe chegou às mãos por um amigo. Em dia recente, ligou-me de Brasília, onde mora, para agradecer-me e perguntar-me se eu tomara conhecimento do que lhe aconteceu depois daquele fato. Respondido que não, contou-me que, durante um passeio com a esposa pelas ruas de Brasília, resolveu entrar em uma loja de antiguidades – uma mistura de velhos objetos com brechó. Apoiado pela bengala visitava prateleiras e balcões, olhando as mais variadas quinquilharias e artigos ali expostos, parando em frente a uma redoma de vidro onde estavam diversas medalhas militares, cuidadosamente alinhadas num feltro verde. Atento, o dono da loja aproximou-se, cumprimentou-o e passou a discorrer sobre o histórico das medalhas, as suas origens, quem as mereciam..., e, por fim, perguntou se ele desejava comprar uma. Apesar de não ter obtido resposta, sabia que iria negociar com aquele homem calado, pois já vira aquele brilho nos olhos de muitos clientes. Abriu a tampa da redoma e continuou com a explicação, mostrando-lhe a medalha da Primeira Guerra Mundial, da Segunda, do Serviço Amazônico...

Tentava cativar aquele cliente que parecia paralisado, que ainda não abrira a boca, mas também não tirara o brilho dos olhos, e, então, o vendedor apontou o dedo para uma Medalha do Pacificador e perguntou se ele lembrava do caso daquele coronel do Exército que devolveu a sua Medalha do Pacificador numa cerimônia em Brasília, depositando-a junto à espada de Caxias, sob o olhar e o silêncio dos presentes.

 O coronel levou um choque. Ergueu a cabeça para aquele homem gentil e educado, que evocava lembranças de um fato da sua vida.  Valeu-se da bengala para melhor firmar as pernas trêmulas das muitas jornadas, e contendo a emoção falou pela primeira vez desde que entrara naquela loja: "Não me lembro, mas deve ter sido um velho "gagá", meio maluco, pra fazer isso!"

Surpreso, o dono da loja retrucou-lhe com veemência, dizendo que ele estava enganado, pois o coronel era um homem honrado e tomou uma atitude digna naquele dia, uma vez que essa medalha passou a ser concedida a pessoas que não preenchiam os requisitos para tal, perdendo, assim, o seu valor.

O coronel sorriu, mostrou-lhe a identidade, e disse-lhe: "Pois saiba o senhor que esse coronel está à sua frente. Fui eu quem devolveu a medalha".

O coitado do homem ficou pasmo, olhou para a identidade, olhou para o coronel e, num gesto largo e espontâneo, abraçou-o. Imediatamente pegou a medalha, empertigou-se, esboçou um gesto solene e prendeu-a no peito do coronel, dizendo-lhe: "Ela é sua! Estou devolvendo-a para o lugar de onde nunca deveria ter saído".

 A surpresa agora era do velho e experiente militar. Quis impedir-lhe o gesto, mas não conseguiu. Tentou pagar-lhe o valor da medalha, também não conseguiu... E o vendedor, com um sorriso largo, disse-lhe: "Coronel, o senhor mereceu essa medalha pelo seu trabalho e dedicação à Pátria. Estou feliz por devolvê-la".

Os dois velhos emocionados se abraçaram. O coronel agradeceu-lhe, juntou-se à mulher e, com passos lentos, auxiliados pela bengala, retirou-se da loja, levando a sua Medalha do Pacificador no peito. Certamente também levava os olhos marejados.

Atrás dele, um homem feliz pelo resgate que fizera naquela tarde observava-o partir, tendo a certeza de que aquele foi o seu melhor negócio do dia.

Gesto isolado, sem pompa e sem testemunhas. Mas nobre e grandioso, porque esculpido na dignidade das suas atitudes, provando que os valores morais são cultuados por homens, não por sombras.

Nem tudo está perdido.




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Emerson Rogério de Oliveira é Militar Reformado e Escritor

Triângulo perigoso envolve Toffoli, ministro do STJ e empreiteiro



O ministro Dias Toffoli, do STF, nunca vem escoltado por boas notícias. A capa de VEJA desta semana estampa uma preocupante proximidade entre o ministro e o empreiteiro Leo Pinheiro da OAS, segundo relatório da Polícia Federal. "Quando os escândalos de corrupção se aproximam da cúpula do PT, o Supremo Tribunal Federal parece não estar interessado em apurar o caso", diz o colunista de VEJA Augusto Nunes.

Investigação do MP contra Lula torna inquestionável CPI do BNDES, afirmam líderes oposicionistas


lula_380Nocaute político – O senador Ronaldo Caiado (Democratas-GO) declarou nesta sexta-feira (1) que a investigação do Ministério Público contra o ex-presidente Luiz Inácio da Silva por tráfico de influência no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é mais uma prova de todas as denúncias de corrupção que a oposição vem fazendo em relação ao banco estatal de fomento.

Reportagem da revista Época mostrou que o MP tem documentos e depoimentos com indícios de que Lula teria atuado para favorecer empréstimos do BNDES para a construtora Odebrecht realizar obras em países como Gana, Cuba, Republica Dominicana e Angola.

Para o líder do Democratas no Senado Federal, a suspeita contra o ex-metalúrgico revela um padrão de atuação do BNDES no governo do PT que privilegia o calendário eleitoral desses países, a reorientação das obras para empreiteiras que sustentem os “mimos” de Lula e caixa 2 de campanha no Brasil. Esse cenário no mínimo criminoso caracteriza mais um grande esquema de corrupção praticado pelo PT. “Todas essas denúncias só serão esclarecidas com a CPI do BNDES, atesta.

“Essas informações que estão vindo a tona só confirmam os depoimentos dos delatores do processo da operação Lava Jato. É um enorme esquema de corrupção que envolve a Petrobras, BNDES com tentáculos em empreiteiras e frigoríficos. No dia da audiência pública com o presidente do BNDES (Luciano Coutinho) já havíamos denunciado a coincidência das viagens de Lula com a liberação de recursos e aprovação de obras nesses países. Mostrei que 57% dos financiamentos do BNDES para exportação de serviços de, 2007 a 2014, foram para Cuba, Angola, Argentina, Venezuela e República Dominicana”, disse Caiado ao mencionar audiência pública com Coutinho na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, realizado em 14 de abril.

“Faltam apenas poucas assinaturas para protocolarmos a CPI. Precisamos priorizar informações que comprovem a ingerência política no banco público que mudou seu perfil e age conforme estratégia do Foro de São Paulo. É possível visualizarmos como padrão a forma atuação do BNDES: a coincidência com o calendário eleitoral desses países; a reorientação das obras para alimentar caixa 2 de campanha no Brasil bem como atender aos ‘mimos’ de Lula e a caracterização de mais um grande esquema de corrupção praticado pelo PT”, concluiu.

PPS também protesta

Líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR), considerou de “extrema gravidade” a investigação aberta pelo MP para investigar Luiz Inácio da Silva, o agora bem sucedido lobista de empreiteira. Lula é acusado de ajudar a Odebrecht em contratos de ao menos US$ 4,1 bilhões em projetos financiados pelo banco estatal em vários países durante o seu governo e o de Dilma.

“A CPI do BNDES precisa começar a funcionar o mais breve possível para contribuir com as investigações do Ministério Público, e a Justiça apurar e julgar com celeridade essa denúncia de extrema gravidade contra um ex-presidente da República, que atua sem limites para atender a demanda da custosa máquina petista por meio do tráfico de influência”, afirmou Bueno, autor do pedido de criação da CPI.

“Não há como não investigar a fundo o tráfico de influência exercido por Lula porque os casos envolvendo integrantes do governo do PT já têm extenso repertório de escândalos, no qual figuram Rosemary Noronha e Erenice Guerra. A existência de um padrão no modus operandi do PT, que triangula o dinheiro da propina em paraísos fiscais, reforça ainda mais a instalação da CPI pelo fato de Lula operar em benefício da Odebrecht na América Latina e na África”, defende o líder do PPS.

Rubens Bueno disse que protocolará, na próxima semana, duas PFCs (Proposta de Fiscalização e Controle) na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara para o TCU (Tribunal de Contas da União) auditar o contrato do BNDES com o governo da República Dominicana para a construção de usinas termelétricas, no valor de 2 bilhões de dólares; e com o governo de Gana, para a construção de um corredor rodoviário, estimado em 290 milhões de dólares.

“O caráter sigiloso dos contratos não pode impedir que o Congresso Nacional atue para exercer seu dever constitucional de fiscalizar os atos do Executivo”, afirmou o parlamentar, que também ingressou com outra PFC para passar um pente fino na atuação do BNDES no financiamento do Porto de Mariel, em Cuba.

“A imediata instalação da CPI do BNDES se mostra mais do que necessária para abrirmos a caixa preta do banco e conhecermos a exata dimensão do buraco negro do dinheiro público aberto pela gestão petista”, diz Bueno.