Por Políbio Braga
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sexta-feira, 6 de março de 2015
A crise política
Por Nivaldo Cordeiro
É evidente que estamos diante de uma grave crise política. A
correlação de forças entre PT e PMDB pendeu para o segundo, desfavorecendo o
governo. As denúncias em torno do petrolão agravaram o quadro. A crise
econômica prospera ao sabor da incompetência de Dilma Rousseff. Não tem saída
fácil para a crise. Quem viver verá.
Briga entre Dilma e PMDB pode acabar em divórcio litigioso
A crise institucional entre Planalto e Congresso se agrava a
cada dia e a relação corre o risco de despencar no abismo. A presidente faz de
conta que o petrolão é um problema só do Congresso e que o Planalto não tem
nada a ver com isso. Deputados e senadores da Lava Jato já avisaram que não vão
pagar o pato sozinhos.
PT, UM PARTIDO DEFINITIVAMENTE FORA DA LEI
Por Percival Puggina
Os discursos habituais do ex-presidente Lula constituem
expressões de boquirroto. Coisas de falastrão. Manifestações de incontinência
verbal. Estou falando difícil para não escrever o que realmente sinto
vontade... Então, vai lá, no "popular": ele diz muita besteira. O
fato é que depois de ouvi-lo durante tantos anos, habituamo-nos a seus
atropelos de forma e conteúdo. Não se poderia esperar nada mais aprimorado de
alguém com o perfil de nosso ex-presidente. Não há como Lula ser melhor do que
Lula, mesmo porque nunca lhe ocorreu fazer algo melhor de si mesmo. Portanto,
ele pode passar a vida repetindo que é filho de uma mulher analfabeta, incapaz
de fazer um "O" com um copo, pois sempre encontrará quem ria de tal
grosseria, e mesmo quem reconhece o desrespeito contido na frase acaba
aceitando-a como "coisas do Lula".
No dia 23 de
fevereiro, ele participou de um ato em defesa da Petrobras. Enquanto assistia o
vídeo com a fala do ex-presidente fiquei pensando no velório do prefeito Celso
Daniel e nas coisas que a alta nomenclatura petista dizia naqueles primeiros
momentos, logo após o crime. Espero que a entendam a analogia: Petrobras, Celso
Daniel, velório, lágrimas, culpa aos adversários. Pois é. Lula, no evento sobre
a Petrobras, trovejava sua indignação com as zelites que não suportavam a
prosperidade dos pobres. O motivo pelo qual as elites veriam com tão maus olhos
uma suposta prosperidade dos mais humildes fica envolto na névoa do mais denso
mistério. Havendo normalidade das funções mentais é muito fácil entender que a
prosperidade de todos beneficia a todos e a todos faz felizes. O inverso, como
Lula pretende sugerir, só pode ser aceito e aplaudido por imbecis de prontuário
médico, com foto, diagnóstico e medicação.
Pois bem, nesse
discurso, lá pelas tantas, referindo-se às mobilizações da oposição contra o
governo da presidente Dilma, que nem ele haverá de considerar probo e bem
sucedido, Lula afirmou: "Também sabemos brigar. Sobretudo quando o João
Pedro Stédile colocar o exército dele do nosso lado". Foi delirantemente
aplaudido pelo público que se concentrava no pequeno auditório.
Desta feita, as coisas mudam de figura. Não se trata de
fanfarronada. Não é besteira. Em uma dúzia de palavras, Lula reconheceu vários
fatos: 1) o MST é um "exército"; 2) tem comandante; 3) tem regimento
próprio e fora da lei; 4) obedece ordens do partido e serve a seus fins
políticos. Ora, a Lei dos Partidos Políticos (Lei Nº 9.096 de 29 de setembro de
1995), em seu artigo 28, estabelece quatro motivos para o cancelamento do
registro e do estatuto de uma organização partidária. Um deles é estar
subordinado a entidade ou governo estrangeiros (Foro de São Paulo, por exemplo)
e o outro é "manter organização paramilitar".
O PT, senhores membros do Ministério Público Eleitoral, se
enquadra em pelo menos duas das quatro situações previstas na lei! E quanto à
última, a milícia petista do MST tem bandeira, boné, orientações para ação
guerrilheira, centros de treinamento, e seus membros, quando atacam, brandem
foices de cabo longo, luzidias como baioneta de desfile. E Lula concitou sua
milícia ao estado de prontidão. Estão esperando o quê, senhores do Ministério
Público Eleitoral?
______________
Percival Puggina (70), membro da Academia Rio-Grandense de
Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org,
colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de
Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões,
integrante do grupo Pensar+.
Nunca ântef na iftória dêfte paíf...
Por Olavo de Carvalho
Este é, em quinhentos e tantos anos de existência do Brasil,
o primeiro movimento autenticamente popular, espontâneo, nascido de baixo, sem
comandantes chiques, sem estrategistas profissionais, sem interferência nem
apoio das elites falantes, do beautiful people, do grande capital ou da grande
mídia.
Reunindo aproximadamente um milhão de pessoas e repetindo-se
em várias cidades de março a junho de 1964, a “Marcha da Família com Deus pela
Liberdade” foi o maior protesto de rua observado até então na nossa História –
maior, provavelmente, do que muitos movimentos similares, com signo ideológico
invertido, que viriam nas décadas de 80 e 90.
No entanto, é certo que, na origem, nada teve de popular ou
espontâneo. Foi longamente planejada por um grupo de devotados conspiradores,
com vasto apoio da grande mídia -- a começar pelos Diários Associados de Assis
Chateaubriand (mais de oitenta jornais, estações de rádio e canais de TV em
todo o país) --, de empresas bilionárias como o grupo Light, de vários
governadores, deputados e senadores e de importantes organizações da sociedade
civil, como a Liga das Senhoras Católicas, a ABI, a OAB, os sindicatos
patronais em peso e a maioria do clero católico. Não se pode dizer que foi
propriamente um movimento popular, mas uma mobilização popular orquestrada pela
elite, uma obra de engenharia política.
Pega de surpresa, derrubada sem que fosse preciso dar um só
tiro, a liderança esquerdista saiu em debandada, com uma pressa obscena de
salvar a pele, mas logo em seguida procurou redimir-se ao menos
intelectualmente, entregando-se a uma séria revisão crítica dos seus erros
estratégicos e planejando um retorno triunfal a longo prazo.
A mais oportuna contribuição individual a esse esforço foi a
do editor Ênio Silveira, que, publicando em tradução as obras do fundador do
Partido Comunista Italiano, Antonio Gramsci, e fundando duas revistas
inspiradas nas concepções desse grande estrategista político (Civilização
Brasileira e Paz & Terra), indicou aos comunistas e seus parceiros o caminho
a seguir.
Esse caminho consistia em tomar do adversário, mediante
longa, paciente e discreta infiltração,
o comando das entidades capacitadas a organizar a mobilização popular. Roubar
da direita, sem que esta percebesse, o monopólio da engenharia política.
As guerrilhas, concomitantemente, serviram apenas como “bois
de piranha”, atraindo a atenção do governo para desviá-la da operação mais
vasta e silenciosa que acabaria por mudar os destinos do país.
Partindo de uma base modesta, limitada ao movimento
estudantil e a alguns sindicatos da região do ABC, os comunistas e
filocomunistas foram dominando passo a passo a grande mídia, a OAB, a ABI, a
Igreja Católica, etc. Vinte anos decorreram antes que a aplicação do método
gramsciano de “ocupação de espaços” produzisse o seu primeiro resultado
espetaculoso: a campanha das “Diretas Já”, em 1984, formulada – de acordo com o
preceito de Gramsci – numa linguagem puramente cívica, sem qualquer apelo
comunista explícito. Oito anos depois, o movimento “Fora Collor” já vinha com
um tom ideológico um pouco mais definido.
Essas duas campanhas seguiram fielmente o modelo
organizacional da “Marcha da Família”, com ricas e poderosas entidades
controlando a massa e construindo ex post facto, mediante as falsificações históricas
usuais nesse tipo de coisas, o mito da “revolta popular”.
Tanto em 1964 quanto em 1984 e 1992, o povo brasileiro só
entrou em cena como massa de manobra. A troca do pretexto ideológico não
alterou em nada a substância do fenômeno, reduzido, em todos esses casos, a uma
bem sucedida obra de manipulação
arquitetada e dirigida desde cima.
Nada disso é o que se observa agora, seja na série de
protestos anti-PT a partir de 15 de novembro do ano passado, seja na valente
carreata dos caminhoneiros até Brasília.
Tudo começou, na verdade, da maneira mais impremeditada,
espontânea e anárquica que se pode imaginar. Começou com a imprevista reação
popular à fraude do “Passe Livre”.
O governo federal, interessado em desestabilizar a
administração estadual de seu desafeto Geraldo Alckmin em São Paulo, contratou
baderneiros Black Blocks e dúzias de Pablos Capilés para que, sob a desculpa
ridícula e artificiosa de protestar contra um aumento ínfimo do preço das
passagens de ônibus, saíssem pelas ruas posando de pobres espoliados, quebrando
tudo, agredindo policiais, ateando fogo em carros e aterrorizando a população.
Mas a massa, em vez de se deixar atemorizar, aproveitou a ocasião para
expressar sua verdadeira revolta, que não era contra o sr. Alckmin – pelo qual
também não morria de amores, é claro – e sim contra o promotor mesmo da
confusão: o governo federal ladrão, mentiroso, manipulador, parceiro íntimo de
narcotraficantes, seqüestradores e ditadores genocidas. A massa anárquica, sem
qualquer comando, organização ou programa ideológico, tomou de assalto as ruas,
gritando mais alto que os agitadores e infundindo medo naqueles que tencionavam
amedrontá-la.
Tão surpreso e assustado ficou o aprendiz de feiticeiro com
o efeito inverso obtido pela sua mágica que, ponderando que “quanto mais mexe,
mais fede”, chamou de volta os agitadores pagos e ordenou que permanecessem
quietinhos em suas casas, aguardando que o dragão despertado por acidente se
esquecesse de tudo e voltasse a cair no sono.
Mas o dragão havia tomado gosto pela coisa. Vendo o governo
trêmulo e inerme por trás de uma cortina de blefes e garganteios, saiu às ruas
de novo e de novo, num “crescendo” que agora culmina no movimento dos
caminhoneiros.
Ao longo de todos esses episódios, não se viu um só político
à frente da massa, uma só empresa ou ONG bilionária subsidiando os revoltados,
um só investidor estrangeiro oferecendo ajuda, um só partido político
manifestando alguma solidariedade ou um só órgão de mídia noticiando os acontecimentos
sem minimizá-los, distorcê-los pejorativamente ou achincalhá-los de maneira
velada ou ostensiva.
A Rede Globo colaborou descaradamente com uma jogada maligna
do governo ao espalhar a notícia falsa de que um acordo tinha sido firmado e os
caminhoneiros tinham desistido da carreata.
Até mesmo o Canal Veja, tão odiado pelos petistas por
noticiar freqüentemente os escândalos financeiros do governo Dilma, não
conseguiu falar dos caminhoneiros sem criticá-los por atrapalhar o trânsito nas
estradas.
Em compensação, os moradores, os comerciantes das cidades do
interior por onde passa a carreata, os pequenos proprietários rurais e uma
infinidade de pessoas das classes sociais mais humildes correm para as estradas
para aplaudir os caminhoneiros, oferecer-lhes comida e até dinheiro para a
gasolina. Passada de boca em boca, pessoalmente ou pela internet, as
palavras-de-ordem emanam do povo e se espalham entre o próprio povo, enquanto,
no topo da sociedade, uns rosnam de raiva impotente, tramando vingancinhas
fúteis na pessoa do juiz Moro, que nada tem a ver com o movimento, outros fazem
de conta que nada está acontecendo.
Este é, em quinhentos e tantos anos de existência do Brasil,
o primeiro movimento autenticamente popular, espontâneo, nascido de baixo, sem
comandantes chiques, sem estrategistas profissionais, sem interferência nem
apoio das elites falantes, do beautiful people, do grande capital ou da grande
mídia. Se o sr. Lula tivesse um pingo da consciência social que alardeia, agora
sim seria o seu momento de proclamar: “Nunca ântef na iftória dêfte paíf...”
Qualquer pessoa no uso perfeito das suas faculdades mentais
percebe a diferença.
Um cientista social incapaz de notá-la, ou indisposto a
reconhecê-la, revela uma dose de inépcia e de desonestidade que faz jus à sua
expulsão vergonhosa e definitiva de toda profissão intelectual.
Esse é o caso, precisamente, do economista e ex-ministro,
Prof. Luiz Carlos Bresser-Pereira, que, diante de fatos cujo sentido brada aos
céus e só um louco negaria, não se vexa de assumir o papel desse louco e atribuir a revolta popular ao “ódio
que os ricos têm do PT” (v.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/03/1596370-ricos-nutrem-odio-ao-pt-diz-ex-ministro.shtml).
Que raio de sociologia é essa, em que caminhoneiros e
carreteiros se tornam a elite milionária, e os donos da mídia chapa-branca os
pobres e oprimidos?
No cérebro do professor, os estereótipos mais tolos da propaganda petista se impregnaram com tamanha
força, que o impedem de enxergar – ou de admitir – aquilo que qualquer criança
do interior está vendo com os olhos da cara.
Não há atitude mais vergonhosa para um intelectual do que
prevalecer-se de glórias acadêmicas passadas – modestas, mas nem por isso
irreais – para tentar insuflar numa mentirinha tola e já desmoralizada de
antemão um arremedo pífio de credibilidade.
Fonte: Mídia Sem Máscara
Assembléia Legislativa/RS: Deputado Marcel em discurso de apoio à "Greve dos Caminhoneiros" irrita dePuTado PTralha
O Deputado Estadual Marcel Van Hattem em audiência
pública na Assembleia Legislativa do RS, em apoio aos caminhoneiros, entra em
conflito com Deputado do PT.
Palavras do Deputado Marcel:
Palavras do Deputado Marcel:
"Dilma aumentou o combustível a um valor impraticável.
Quando os caminhoneiros pararam, soltou a polícia neles. A revolta dos
caminhoneiros é fruto dos desmandos do governo Dilma. A solução passa pelo povo
nas ruas dia 15 de março..."
"O Collor sofreu impeachment, e tinha que ter sofrido mesmo, porque roubou galinhas perto do que aconteceu nesse governo. O governo Dilma, o governo do PT, se apropriou do galinheiro, do estábulo, do chiqueiro..."
O dePuTado estadual Luiz Fernando Mainardi (PT) se irrita, tenta debater, e acaba sendo vaiado.
"O Collor sofreu impeachment, e tinha que ter sofrido mesmo, porque roubou galinhas perto do que aconteceu nesse governo. O governo Dilma, o governo do PT, se apropriou do galinheiro, do estábulo, do chiqueiro..."
O dePuTado estadual Luiz Fernando Mainardi (PT) se irrita, tenta debater, e acaba sendo vaiado.
"Procure Lula"
Por “O Antagonista”
Marcelo Odebrecht: se ele cair, entrega Lula
|
"Procure Lula", disse Emílio Odebrecht ao
desesperado fundador da OAS
César Mata Pires, fundador da OAS, é um homem desesperado. A
sua empreiteira está afundando depois de deflagração da Operação Lava Jato.
Desesperado e amargurado com a Odebrecht, com quem mantinha, digamos, acordos
bastante lucrativos. Ele foi aconselhado a ameaçar Lula, como contaremos a
seguir.
No dia 20 de fevereiro, reproduzimos aqui que César Mata
Pires procurou Marcelo Odebrecht, diretor-presidente da dita-cuja, para saber
como era possível que a empreiteira comandada pelo menino não tivesse ninguém
preso. Na mesma conversa, ele disse que não estava preocupado em salvar a
própria pele, mas que não deixaria os seus herdeiros pagarem por "erros
cometidos em equipe" -- menção a lambanças cometidas pela OAS com a
cumplicidade da Odebrecht, que até agora vem se safando. A informação foi
tirada de uma reportagem publicada pelo Estadão, cujo tema principal eram os
encontros de Lula e Paulo Okamotto com empreiteiros à beira de um ataque de
nervos. Ao jornal, a Odebrecht negou o encontro e a OAS saiu-se com uma
evasiva.
O Antagonista resolveu apurar os desdobramentos dessa
história e descobriu que César Mata Pires procurou também Emílio Odebrecht, pai
de Marcelo e presidente do Conselho de Administração da empresa. O encontro foi
na ilha de Kieppe, na baía de Camamu, no sul da Bahia, de propriedade dos
Odebrecht. O dono da OAS formulou a mesma pergunta a Emílio: como era possível
que a empreiteira dele não tivesse ninguém preso, ao passo que a sua estava com
toda a diretoria em cana. E acrescentou: o que eu posso fazer para salvar a
OAS?
A resposta de Emilio Odebrecht foi: "Procure
Lula".
Emílio contou-lhe então que, temendo pela prisão de Marcelo,
foi direto ao ponto com o petista. Emílio Odebrecht disse a Lula o seguinte:
"Se for preso, o Marcelo não aguentará a pressão: ele vai abrir a boca e
contará tudo o que sabe sobre as suas relações com a Odebrecht."
O Antagonista revelou que Lula interferiu para que Renato
Duque fosse solto, depois de ser ameaçado pela mulher do ex-diretor da
Petrobras, operador do PT na estatal. Não se sabe se Lula moveu um dos seus
tentáculos para manter, até o momento, graúdos da Odebrecht fora da prisão. Não
se está insinuando, aqui, nada contra a Justiça. O empenho dos procuradores da
Lava Jato em incriminar a empreiteira é grande, assim como o do juiz Sergio
Moro. A nossa impressão é de que a Odebrecht será pega no momento certo pelos
bravos paranaenses.
O único fato da nossa apuração -- e fato assombroso, por
mais que conheçamos as relações promíscuas entre a Odebrecht e Lula -- é que
Emilio Odebrecht ameaçou Lula e recomendou a César Mata Pires que fizesse o
mesmo com o petista se quisesse salvar a sua empresa.
A única certeza da nossa apuração é que, se a Odebrecht
cair, Lula também cairá.