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Plebiscito ou referendo?




A presidente Dilma Rousseff colocou novamente em pauta a reforma política, sonho antigo do PT. Comento o tema aqui, prognosticando que não será aprovado nos termos dela pelo Congresso. Sinaliza que no segundo mandato Dilma Rousseff quer mobilizar as massas petistas, intensificando a ação direta.

A pergunta de um milhão que Dilma precisa responder já



A Dilma versão 2015 terá que ser melhor que a versão 2010. A semana começou sangrenta no mercado financeiro e enquanto a presidente reeleita não responder a grande pergunta dos setores econômicos a turbulência continua.

Dilma tenta roubar da oposição luta contra corrupção, na jogada para salvar políticos na Lava Jato

 
Um plano sórdido já está em execução para impedir que os processos da Operação Lava Jato atinjam políticos com direito ao absurdo foro privilegiado em ações criminais. A estratégia consiste em minimizar os efeitos das “colaborações premiadas” a serem firmadas por Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. A tática é simples: eles terão as penas diminuídas se pouparem alguns nomes mais poderosos e não fornecerem indícios materiais suficientes para condenar outros. Assim, o Supremo Tribunal Federal termina obrigado a absolver os implicados por falta de provas – como ocorreu em várias situações no caso do Mensalão.

Outra manobra fundamental para cortar o combustível da Lava Jato é protelar, o máximo possível, os desdobramentos judiciais do escândalo na mais alta Corte do Brasil. Quanto maior a previsível e programada protelação, menor fica a chance concreta de uma condenação exemplar de vários políticos poderosos. Assim, a mais indigesta pizza com sabor de corrupção começou a ser assada no infernal forno da impunidade oficial. A jogada nazicomunopetralha para não desestabilizar o novo-velho governo Dilma Rousseff consistirá em “roubar” da oposição o discurso e a prática de combate à corrupção e à impunidade.

A reeleita Dilma aproveitou suas entrevistas amestradas concedidas ontem às Redes Globo e Record para lançar sua encenação teatral de combate à corrupção e à impunidade. A evidente intenção de Dilma é se antecipar aos eventuais desgastes que seu governo sofreria com os desdobramentos pós-eleitorais dos processos da Operação Lava Jato. Politicamente, ficaria insuportável a apuração de crimes de lavagem de R$ 10 bilhões tungados direta ou indiretamente dos cofres públicos, na ligação capimunista de negociatas entre a Petrobras, empreiteiras e políticos poderosos. Agora, com Dilma assumindo a presidência do teatro, o espetáculo fica menos desgastante e perigoso para os amigos, aliados e parceiros.

Na Record, Dilma prometeu: “No que se refere ao escândalo da Petrobras, eu vou investigar. Não vai ficar pedra sobre pedra. Mas eu tenho uma indignação com o que fizeram na última semana desta campanha”. Dilma se referiu à reportagem de capa da revista Veja, na qual o doleiro Youssef teria denunciado à Justiça Federal que ela e Lula sabiam do esquema criminoso na Petrobras.

Na Globo, Dilma avisou que vai apurar tudo, e ainda defendeu a tese de que não sofrerá os efeitos negativos de uma instabilidade política: “Neste caso da Petrobras e em qualquer outro que apareça. Não vou deixar pedra sobre pedra. Vou investigar e não é aí apenas divulgando seletivamente informações. Eu vou fazer questão que a sociedade brasileira saiba de tudo. Eu não concordo que isso leva à crise. Acho que o que leva à crise no Brasil é as suposições, as ilações e as insinuações”.

Antes disso, Dilma tinha comentado no JN: “Eu não acredito em instabilidade política por se prender e condenar corruptos e corruptores. Eu acredito que o Brasil tem uma democracia forte e tem uma institucionalidade forte. Acho que a sociedade brasileira exige uma atitude que interrompa a sistemática impunidade que ocorreu nesse país ao longo da nossa história. E isso significa: doa a quem doer, se faça justiça. E fazer justiça nesse caso é punir. Se alguém errou, tem que ser punido. Esse fator não pode levar à instabilidade política. O que deve levar à instabilidade política é a manutenção na impunidade. Eu acho que o Brasil amadureceu nesses últimos doze anos. E eu, você pode ter certeza, eu não falei contra a corrupção e a impunidade só durante a eleição. Eu não só falei durante a eleição, como você pode ter certeza que eu farei o possível para colocar às claras o que aconteceu”.

Dilma ontem já deu um passo concreto nesta operação de prometida transparência. Em comunicado oficial ao nervoso mercado, a “Petrobras assinou contratos com duas empresas independentes especializadas em investigação, uma brasileira e outra americana, com o objetivo de apurar a natureza, extensão e impacto das ações que porventura tenham sido cometidas no contexto das alegações feitas pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa, bem como apurar fatos e circunstâncias correlatos que tenham impacto material sobre os negócios da companhia”.

Na prática, o plano consiste em pegar as empreiteiras como bode expiatório, obrigando-as a um acordo judicial que pague multas elevadas, supostamente ressarcindo prejuízos. Isto acontecerá como desdobramento dos julgamentos de ações que correm na 13ª Vara Federal de Curitiba, sob comando do juiz Sérgio Fernando Moro. O governo quer se aproveitar da mão pesada do “Homem de Gelo” e atingir, somente, as empresas que tenham levado e oferecido as vantagens ilícitas em contratos superfaturados.

Já o desdobramento político do escândalo, na visão do governo, deve ser contido no Supremo Tribunal Federal – que tem a função de julgar denúncias concretas de crimes ligados ao destino do dinheiro para políticos que detêm cargos públicos. O ministro Teori Zavascki, que cuida do caso, vai depender das explosivas delações a serem refeitas, confirmada ou não, por Paulo Roberto Costa, Alberto Youssef e outros menos votados. Se Costa e Yousseff minimizarem as denúncias, pegando apenas alguns políticos em desgraça para bodes expiatórios e poupando os tubarões maiores, repete-se a encenação do mensalão – cujos réus já estão tecnicamente soltos, exceto Marcos Valério (que preferiu não ganhar prêmio para delatar ninguém).     

Apesar do esforço cênico e cínico interno, só por milagre (ou por ameaças covardes e criminosas), a turma de Dilma conseguirá conter a detonação de novas denúncias contra a Petrobras. Nem com o prestígio da reeleição apertadinha Dilma tem condições de conter a ira de investidores internacionais da estatal – que apoiam investigações da Corte de Nova York e da Security Exchange Comission (a SEC, que fiscaliza o mercado de capitais nos EUA, onde a Petrobras negocia ações).

Desdobramentos internos dos quase certos processos no exterior, contra dirigentes e conselheiros atuais e passados da Petrobras – incluindo Dilma Rousseff – podem redundar em ameaça de processo de impeachment. Mas é muito baixa a probabilidade disto ocorrer. Dilma hoje tem plenas condições de conter a base aliada e coagir a “oposição” a não “jogar contra a governabilidade em um momento de grave crise” (o velho papo furado de sempre). Pedido de impeachment depende de denúncia do Procurador Geral da República e de aceitação do Congresso para abertura de processo. A chance disto ocorrer é baixíssima.

Resposta fácil


A futura equipe econômica de Dilma tem condições de resgatar a confiança do mercado?

A resposta é não – ainda mais se for confirmado que Aloísio Mercadante será o futuro ministro da Fazenda no lugar de Guido Mantega – que também acumula o cargo de presidente do Conselho de Administração da Petrobras...

Mercadante será o escolhido se o atual presidente do Bradesco, Luiz Trabuco, não aceitar o convite para o poderoso cargo.

Recado nazicomunopetralha

Se alguém duvida, com a reeleição de Dilma, que estamos no caminho da Venezuela, basta dar uma olhada na página 3 do documento oficial do Partido dos Trabalhadores, datado de 2 e 3 e maio, como resolução de seu 14º Encontro:

“O que significa, programaticamente, um segundo mandato superior ao
primeiro? O que significa “continuar mudando” o Brasil? Responder a estas
perguntas exige lembrar que, tanto no Brasil quanto no conjunto da América Latina, continua posta a tarefa de superar a herança maldita cujas fontes são a ditadura militar, o desenvolvimentismo conservador e a devastação neoliberal. Esta herança maldita se materializa, hoje, em três dimensões principais: o domínio imperial norte-americano; a ditadura do capital financeiro e monopolista sobre a economia; e a lógica do Estado mínimo. Superar estas três dimensões da herança maldita é uma tarefa  simultaneamente nacional e regional, motivo pelo qual defendemos o  aprofundamento da soberania nacional, a aceleração e radicalização da integração latino-americana e caribenha, uma política externa que confronte os interesses dos Estados Unidos e seus aliados”.


Conclamação


É AGORA QUE TUDO COMEÇA


Eram 20 horas do dia 26 quando os números da eleição presidencial me caíram diante dos olhos, saídos do éter e cercados das mesmas inconfiabilidades que caracterizam as pesquisas de intenção de voto. Mas desta vez eram números para valer. Dilma e o PT ganharam mais quatro anos para destruir o Brasil e o caráter da população brasileira.

Vieram-me à mente as palavras de Mateus 11, 21-22.

“Ai de ti, Corazim e ai de ti, Betsaida! Porque, se os milagres que fiz nas vossas ruas tivessem sido praticados em Tiro e Sidom, há muito que o seu povo se teria arrependido com vergonha e humildade. Verdadeiramente, Tiro e Sidom estarão melhor do que vocês no dia do juízo!”

Elas são bem adequadas ao momento. Qualquer outro povo que tivesse, desde 2005, quando estourou o primeiro escândalo do governo Lula, conhecido o que o Brasil conheceu, sabido do que o Brasil ficou sabendo, contemplado o futuro que o Brasil contempla, sido fatiado em alas e conflitos como o Brasil foi, andado nas companhias com que o Brasil andou, feito os negócios que no Brasil se fizeram, perdido tudo que no Brasil se jogou fora, teria enxotado seu governo a votos na primeira oportunidade. O Brasil já perdeu a terceira. Se o que acontece nas nossas ruas ocorresse em país sério, seu povo se teria arrependido com vergonha e humildade. Ainda não chegou para nós o dia em que o Brasil tomará juízo.

Felizmente, metade da nação já despertou. A disputa começou muito mais desigual. Ao longo dos últimos meses, porém, o petismo, sem meias nem peias, que se julga dono do Brasil, foi produzindo o mais incômodo de seus resultados: o antipetismo consciente, crescente e comunicante, que se irá organizar porque exatamente aqui, onde o PT julga que tudo termina, é onde tudo começa. O que era disperso ganhará coesão.

Já que o PT preferiu dividir, dividido está. E o que foi dividido saberá unir-se. Em dois anos haverá novas eleições e, desta vez, os antipetistas sabemos quem esteve e quem está com quem. Isso o PT e o Congresso Nacional ficaram sabendo: metade do Brasil é antipetista. E todo parlamentar que não for assumidamente antipetista vá cantar na sua freguesia porque terá metade da nação contra si.


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Percival Puggina  é arquiteto, empresário, escritor, membro da Academia Rio-Grandense de Letras, autor de “Crônicas contra o Totalitarismo”, “Cuba, a tragédia da utopia” e “Pombas e Gaviões”.

Durma bem, gigante

'Eis o resultado da Primavera Brasileira (...) Descansem em paz, revolucionários. Durma bem, senhor gigante' 
Eis o resultado da Primavera Brasileira. O famoso movimento de junho de 2013, que levou milhões às ruas e fez os entendidos afirmarem que a palavra de ordem nacional era “mudança”, acaba de dar o seu recado final: Dilma na cabeça. Descansem em paz, revolucionários. Durma bem, senhor gigante.

Claro que vão dizer que a votação apertada é consequência da tal Primavera Brasileira. O show tem que continuar. Na vida real, a novela é outra. Um levante nacional por mudança, sucedido por um escândalo obsceno no colo do governo, termina com a reeleição da presidente da República. Perguntem ao tesoureiro do PT, personagem do escândalo da Petrobras e da campanha de Dilma, o que ele acha desse movimento por mudança. Ele responderá que acha maravilhoso. Continuem mudando tudo, rogará o tesoureiro.

Os que não são sócios da elite vermelha, por favor, parem de falar que os brasileiros entraram em ebulição pela mudança. Não se viu nas manifestações de 2013 nenhuma crítica decente às trampolinagens do governo federal. Dilma e sua turma ainda zombaram da inteligência da opinião pública (eles sabem o que fazem), oferecendo um plebiscito imaginário para a reforma política — uma piada do Porta dos Fundos. Os revolucionários caíram na pegadinha e ficaram discutindo entre si o tal plebiscito — enquanto Dilma e seu pessoal foram cuidar da vida, porque têm mais o que fazer. Muito mais, como se percebe a cada nova surpresa fétida surgida do seio do Estado brasileiro.

E as urnas acabam de dizer aos companheiros: continuem! Prossigam a todo vapor com a tecnologia que deu ao Brasil o mensalão, o petrolão, a Rosemary, o Vaccari e grande elenco aloprado. Mesmo que o bando se regenerasse magicamente para o quarto mandato, não haveria jeito. A mediocridade e o fisiologismo estão no sangue.

Há 20 anos, o Brasil desistiu da malandragem. Agora, voltou decidido a ela, para continuar depenando a riqueza criada naquele estranho surto de responsabilidade. Reserve já seu lugar no futuro: filie-se ao partido dos coitados profissionais.


Reinaldo Azevedo “nomeia” futuro Ministro da Fazenda



O colunista de VEJA Reinaldo Azevedo, no Aqui entre Nós com Joice Hasselmann, indicou o novo Ministro da Fazenda para substituir Guido Mantega e disse que, se Dilma quiser paz, tem que demitir Gilberto Carvalho

A luta continua!



Caros amigos, companheiros de ideais e de convicções.

Não será esta derrota que definirá o futuro das nossas convicções. O momento é de perplexidade e nos aconselha ter calma para reorganizar forças e argumentos.

Não são poucos os que pensam como nós e o nosso lado é o do Brasil que produz e que não depende de esmolas do governo, basta ver os estados onde a maioria está contra o PT. Eles venceram, mas não sem esforço e estão menos fortes do que há quatro anos.

Ainda há muita sujeira a rolar pelo esgoto aberto por eles e, quando a fedentina impregnar os pulmões de todos os brasileiros, até os oportunistas verão que foram enganados, que caíram numa arapuca e que o fundo do posso está muito próximo! O País está quebrado e eles não têm competência para administrar o caos que criaram. Todos vamos pagar por isto!

Nunca gostei de apelar para o “tapetão”, mas há tantos escândalos de corrupção e roubalheira a serem investigados, expostos à sociedade e à justiça que me surpreendo a pensar em “impeachment”! Afinal, por muito menos, o PT tirou o Collor do poder. Não seria injusto “trata-lo” com o mesmo remédio!

Finalizo este comentário com outro, muito equilibrado, que recebi de um experimentado Soldado brasileiro:

“Acredito que não deva haver precipitações em situações graves envolvendo questões políticas internas e externas de qualquer país. Do alto dos meus 84, ​como coronel reformado e ainda lúcido, creio ainda poder comentar determinadas teses. Em 1964 a postura do então presidente Jango era irregular e ameaçadora às instituições estabelecidas e o povo incentivando uma intervenção armada. Hoje a turma do PT age dentro da Lei. O governo da Dilma, apesar da roubalheira escandalosa, foi eleito democraticamente e está absolutamente legal. Não há como interferir sem um motivo justo, atirando e matando gente por aí sem uma base sólida e apoio da população. Se isso acontecesse até o povão ia ficar contra os militares. Pode ficar certo que as FF AA têm consciência de suas armas e do seu poder em usar a força quando necessários. Quando a situação assim o requerer pode ter a certeza que os militares das FF AA agirão em defesa da Pátria e das instituições. Por enquanto a situação tem que ser resolvida pelo voto universal ao alcance de todos os brasileiros. Depois… vamos ver como é que fica.”



= Nenhuma ditadura serve para o Brasil – Grupo Ternuma =