Por Políbio Braga
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terça-feira, 28 de outubro de 2014
Plebiscito ou referendo?
Por Nivaldo Cordeiro
A presidente Dilma Rousseff colocou novamente em pauta a
reforma política, sonho antigo do PT. Comento o tema aqui, prognosticando que
não será aprovado nos termos dela pelo Congresso. Sinaliza que no segundo
mandato Dilma Rousseff quer mobilizar as massas petistas, intensificando a ação
direta.
A pergunta de um milhão que Dilma precisa responder já
Por Veja.com
A Dilma versão 2015 terá que ser melhor que a versão 2010. A
semana começou sangrenta no mercado financeiro e enquanto a presidente reeleita
não responder a grande pergunta dos setores econômicos a turbulência continua.
Dilma tenta roubar da oposição luta contra corrupção, na jogada para salvar políticos na Lava Jato
Um plano sórdido já está em execução para impedir que os
processos da Operação Lava Jato atinjam políticos com direito ao absurdo foro
privilegiado em ações criminais. A estratégia consiste em minimizar os efeitos
das “colaborações premiadas” a serem firmadas por Paulo Roberto Costa e o
doleiro Alberto Youssef. A tática é simples: eles terão as penas diminuídas se
pouparem alguns nomes mais poderosos e não fornecerem indícios materiais
suficientes para condenar outros. Assim, o Supremo Tribunal Federal termina
obrigado a absolver os implicados por falta de provas – como ocorreu em várias
situações no caso do Mensalão.
Outra manobra fundamental para cortar o combustível da Lava
Jato é protelar, o máximo possível, os desdobramentos judiciais do escândalo na
mais alta Corte do Brasil. Quanto maior a previsível e programada protelação,
menor fica a chance concreta de uma condenação exemplar de vários políticos
poderosos. Assim, a mais indigesta pizza com sabor de corrupção começou a ser
assada no infernal forno da impunidade oficial. A jogada nazicomunopetralha
para não desestabilizar o novo-velho governo Dilma Rousseff consistirá em
“roubar” da oposição o discurso e a prática de combate à corrupção e à
impunidade.
A reeleita Dilma aproveitou suas entrevistas amestradas
concedidas ontem às Redes Globo e Record para lançar sua encenação teatral de
combate à corrupção e à impunidade. A evidente intenção de Dilma é se antecipar
aos eventuais desgastes que seu governo sofreria com os desdobramentos
pós-eleitorais dos processos da Operação Lava Jato. Politicamente, ficaria
insuportável a apuração de crimes de lavagem de R$ 10 bilhões tungados direta
ou indiretamente dos cofres públicos, na ligação capimunista de negociatas
entre a Petrobras, empreiteiras e políticos poderosos. Agora, com Dilma
assumindo a presidência do teatro, o espetáculo fica menos desgastante e perigoso
para os amigos, aliados e parceiros.
Na Record, Dilma prometeu: “No que se refere ao escândalo da
Petrobras, eu vou investigar. Não vai ficar pedra sobre pedra. Mas eu tenho uma
indignação com o que fizeram na última semana desta campanha”. Dilma se referiu
à reportagem de capa da revista Veja, na qual o doleiro Youssef teria
denunciado à Justiça Federal que ela e Lula sabiam do esquema criminoso na
Petrobras.
Na Globo, Dilma avisou que vai apurar tudo, e ainda defendeu
a tese de que não sofrerá os efeitos negativos de uma instabilidade política:
“Neste caso da Petrobras e em qualquer outro que apareça. Não vou deixar pedra
sobre pedra. Vou investigar e não é aí apenas divulgando seletivamente
informações. Eu vou fazer questão que a sociedade brasileira saiba de tudo. Eu
não concordo que isso leva à crise. Acho que o que leva à crise no Brasil é as
suposições, as ilações e as insinuações”.
Antes disso, Dilma tinha comentado no JN: “Eu não acredito
em instabilidade política por se prender e condenar corruptos e corruptores. Eu
acredito que o Brasil tem uma democracia forte e tem uma institucionalidade
forte. Acho que a sociedade brasileira exige uma atitude que interrompa a
sistemática impunidade que ocorreu nesse país ao longo da nossa história. E
isso significa: doa a quem doer, se faça justiça. E fazer justiça nesse caso é
punir. Se alguém errou, tem que ser punido. Esse fator não pode levar à
instabilidade política. O que deve levar à instabilidade política é a
manutenção na impunidade. Eu acho que o Brasil amadureceu nesses últimos doze
anos. E eu, você pode ter certeza, eu não falei contra a corrupção e a
impunidade só durante a eleição. Eu não só falei durante a eleição, como você
pode ter certeza que eu farei o possível para colocar às claras o que aconteceu”.
Dilma ontem já deu um passo concreto nesta operação de
prometida transparência. Em comunicado oficial ao nervoso mercado, a “Petrobras
assinou contratos com duas empresas independentes especializadas em
investigação, uma brasileira e outra americana, com o objetivo de apurar a
natureza, extensão e impacto das ações que porventura tenham sido cometidas no
contexto das alegações feitas pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa, bem como
apurar fatos e circunstâncias correlatos que tenham impacto material sobre os
negócios da companhia”.
Na prática, o plano consiste em pegar as empreiteiras como
bode expiatório, obrigando-as a um acordo judicial que pague multas elevadas,
supostamente ressarcindo prejuízos. Isto acontecerá como desdobramento dos
julgamentos de ações que correm na 13ª Vara Federal de Curitiba, sob comando do
juiz Sérgio Fernando Moro. O governo quer se aproveitar da mão pesada do “Homem
de Gelo” e atingir, somente, as empresas que tenham levado e oferecido as
vantagens ilícitas em contratos superfaturados.
Já o desdobramento político do escândalo, na visão do
governo, deve ser contido no Supremo Tribunal Federal – que tem a função de
julgar denúncias concretas de crimes ligados ao destino do dinheiro para
políticos que detêm cargos públicos. O ministro Teori Zavascki, que cuida do
caso, vai depender das explosivas delações a serem refeitas, confirmada ou não,
por Paulo Roberto Costa, Alberto Youssef e outros menos votados. Se Costa e
Yousseff minimizarem as denúncias, pegando apenas alguns políticos em desgraça
para bodes expiatórios e poupando os tubarões maiores, repete-se a encenação do
mensalão – cujos réus já estão tecnicamente soltos, exceto Marcos Valério (que
preferiu não ganhar prêmio para delatar ninguém).
Apesar do esforço cênico e cínico interno, só por milagre
(ou por ameaças covardes e criminosas), a turma de Dilma conseguirá conter a
detonação de novas denúncias contra a Petrobras. Nem com o prestígio da
reeleição apertadinha Dilma tem condições de conter a ira de investidores
internacionais da estatal – que apoiam investigações da Corte de Nova York e da
Security Exchange Comission (a SEC, que fiscaliza o mercado de capitais nos
EUA, onde a Petrobras negocia ações).
Desdobramentos internos dos quase certos processos no
exterior, contra dirigentes e conselheiros atuais e passados da Petrobras –
incluindo Dilma Rousseff – podem redundar em ameaça de processo de impeachment.
Mas é muito baixa a probabilidade disto ocorrer. Dilma hoje tem plenas
condições de conter a base aliada e coagir a “oposição” a não “jogar contra a
governabilidade em um momento de grave crise” (o velho papo furado de sempre).
Pedido de impeachment depende de denúncia do Procurador Geral da República e de
aceitação do Congresso para abertura de processo. A chance disto ocorrer é
baixíssima.
Resposta fácil
A futura equipe econômica de Dilma tem condições de resgatar
a confiança do mercado?
A resposta é não – ainda mais se for confirmado que Aloísio
Mercadante será o futuro ministro da Fazenda no lugar de Guido Mantega – que
também acumula o cargo de presidente do Conselho de Administração da
Petrobras...
Mercadante será o escolhido se o atual presidente do
Bradesco, Luiz Trabuco, não aceitar o convite para o poderoso cargo.
Recado nazicomunopetralha
Se alguém duvida, com a reeleição de Dilma, que estamos no
caminho da Venezuela, basta dar uma olhada na página 3 do documento oficial do
Partido dos Trabalhadores, datado de 2 e 3 e maio, como resolução de seu 14º
Encontro:
“O que significa, programaticamente, um segundo mandato
superior ao
primeiro? O que significa “continuar mudando” o Brasil?
Responder a estas
perguntas exige lembrar que, tanto no Brasil quanto no
conjunto da América Latina, continua posta a tarefa de superar a herança
maldita cujas fontes são a ditadura militar, o desenvolvimentismo conservador e
a devastação neoliberal. Esta herança maldita se materializa, hoje, em três
dimensões principais: o domínio imperial norte-americano; a ditadura do capital
financeiro e monopolista sobre a economia; e a lógica do Estado mínimo. Superar
estas três dimensões da herança maldita é uma tarefa simultaneamente nacional e regional, motivo
pelo qual defendemos o aprofundamento da
soberania nacional, a aceleração e radicalização da integração latino-americana
e caribenha, uma política externa que confronte os interesses dos Estados
Unidos e seus aliados”.
O documento pode ser acessado pelo link:
http://www.pt.org.br/wp-content/uploads/2014/05/14-ENPT-RESOLUCAO-TATICA-ELEITOAL-FINAL-1.pdf
É AGORA QUE TUDO COMEÇA
Por Percival Puggina
Eram 20 horas do dia 26 quando os números da eleição
presidencial me caíram diante dos olhos, saídos do éter e cercados das mesmas
inconfiabilidades que caracterizam as pesquisas de intenção de voto. Mas desta
vez eram números para valer. Dilma e o PT ganharam mais quatro anos para
destruir o Brasil e o caráter da população brasileira.
Vieram-me à mente as
palavras de Mateus 11, 21-22.
“Ai de ti, Corazim e ai de ti, Betsaida! Porque, se os
milagres que fiz nas vossas ruas tivessem sido praticados em Tiro e Sidom, há
muito que o seu povo se teria arrependido com vergonha e humildade.
Verdadeiramente, Tiro e Sidom estarão melhor do que vocês no dia do juízo!”
Elas são bem
adequadas ao momento. Qualquer outro povo que tivesse, desde 2005, quando
estourou o primeiro escândalo do governo Lula, conhecido o que o Brasil
conheceu, sabido do que o Brasil ficou sabendo, contemplado o futuro que o
Brasil contempla, sido fatiado em alas e conflitos como o Brasil foi, andado
nas companhias com que o Brasil andou, feito os negócios que no Brasil se
fizeram, perdido tudo que no Brasil se jogou fora, teria enxotado seu governo a
votos na primeira oportunidade. O Brasil já perdeu a terceira. Se o que
acontece nas nossas ruas ocorresse em país sério, seu povo se teria arrependido
com vergonha e humildade. Ainda não chegou para nós o dia em que o Brasil
tomará juízo.
Felizmente, metade da nação já despertou. A disputa começou
muito mais desigual. Ao longo dos últimos meses, porém, o petismo, sem meias
nem peias, que se julga dono do Brasil, foi produzindo o mais incômodo de seus
resultados: o antipetismo consciente, crescente e comunicante, que se irá
organizar porque exatamente aqui, onde o PT julga que tudo termina, é onde tudo
começa. O que era disperso ganhará coesão.
Já que o PT preferiu dividir, dividido está. E o que foi
dividido saberá unir-se. Em dois anos haverá novas eleições e, desta vez, os
antipetistas sabemos quem esteve e quem está com quem. Isso o PT e o Congresso
Nacional ficaram sabendo: metade do Brasil é antipetista. E todo parlamentar
que não for assumidamente antipetista vá cantar na sua freguesia porque terá
metade da nação contra si.
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Percival Puggina é arquiteto,
empresário, escritor, membro da Academia Rio-Grandense de Letras, autor de
“Crônicas contra o Totalitarismo”, “Cuba, a tragédia da utopia” e “Pombas e
Gaviões”.
Durma bem, gigante
'Eis o resultado da Primavera Brasileira (...) Descansem em
paz, revolucionários. Durma bem, senhor gigante'
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Eis o resultado da Primavera Brasileira. O famoso movimento
de junho de 2013, que levou milhões às ruas e fez os entendidos afirmarem que a
palavra de ordem nacional era “mudança”, acaba de dar o seu recado final: Dilma
na cabeça. Descansem em paz, revolucionários. Durma bem, senhor gigante.
Claro que vão dizer que a votação apertada é consequência da
tal Primavera Brasileira. O show tem que continuar. Na vida real, a novela é
outra. Um levante nacional por mudança, sucedido por um escândalo obsceno no
colo do governo, termina com a reeleição da presidente da República. Perguntem
ao tesoureiro do PT, personagem do escândalo da Petrobras e da campanha de
Dilma, o que ele acha desse movimento por mudança. Ele responderá que acha
maravilhoso. Continuem mudando tudo, rogará o tesoureiro.
Os que não são sócios da elite vermelha, por favor, parem de
falar que os brasileiros entraram em ebulição pela mudança. Não se viu nas
manifestações de 2013 nenhuma crítica decente às trampolinagens do governo
federal. Dilma e sua turma ainda zombaram da inteligência da opinião pública
(eles sabem o que fazem), oferecendo um plebiscito imaginário para a reforma
política — uma piada do Porta dos Fundos. Os revolucionários caíram na
pegadinha e ficaram discutindo entre si o tal plebiscito — enquanto Dilma e seu
pessoal foram cuidar da vida, porque têm mais o que fazer. Muito mais, como se
percebe a cada nova surpresa fétida surgida do seio do Estado brasileiro.
E as urnas acabam de dizer aos companheiros: continuem!
Prossigam a todo vapor com a tecnologia que deu ao Brasil o mensalão, o
petrolão, a Rosemary, o Vaccari e grande elenco aloprado. Mesmo que o bando se
regenerasse magicamente para o quarto mandato, não haveria jeito. A
mediocridade e o fisiologismo estão no sangue.
Fonte: A Verdade Sufocada
Reinaldo Azevedo “nomeia” futuro Ministro da Fazenda
O colunista de VEJA Reinaldo Azevedo, no Aqui entre Nós com
Joice Hasselmann, indicou o novo Ministro da Fazenda para substituir Guido
Mantega e disse que, se Dilma quiser paz, tem que demitir Gilberto Carvalho
A luta continua!
Caros amigos, companheiros de ideais e de convicções.
Não será esta derrota que definirá o futuro das nossas
convicções. O momento é de perplexidade e nos aconselha ter calma para
reorganizar forças e argumentos.
Não são poucos os que pensam como nós e o nosso lado é o do
Brasil que produz e que não depende de esmolas do governo, basta ver os estados
onde a maioria está contra o PT. Eles venceram, mas não sem esforço e estão
menos fortes do que há quatro anos.
Ainda há muita sujeira a rolar pelo esgoto aberto por eles
e, quando a fedentina impregnar os pulmões de todos os brasileiros, até os
oportunistas verão que foram enganados, que caíram numa arapuca e que o fundo
do posso está muito próximo! O País está quebrado e eles não têm competência
para administrar o caos que criaram. Todos vamos pagar por isto!
Nunca gostei de apelar para o “tapetão”, mas há tantos
escândalos de corrupção e roubalheira a serem investigados, expostos à
sociedade e à justiça que me surpreendo a pensar em “impeachment”! Afinal, por
muito menos, o PT tirou o Collor do poder. Não seria injusto “trata-lo” com o
mesmo remédio!
Finalizo este comentário com outro, muito equilibrado, que
recebi de um experimentado Soldado brasileiro:
“Acredito que não deva haver precipitações em situações
graves envolvendo questões políticas internas e externas de qualquer país. Do
alto dos meus 84, como coronel reformado e ainda lúcido, creio ainda poder
comentar determinadas teses. Em 1964 a postura do então presidente Jango era
irregular e ameaçadora às instituições estabelecidas e o povo incentivando uma
intervenção armada. Hoje a turma do PT age dentro da Lei. O governo da Dilma,
apesar da roubalheira escandalosa, foi eleito democraticamente e está
absolutamente legal. Não há como interferir sem um motivo justo, atirando e
matando gente por aí sem uma base sólida e apoio da população. Se isso
acontecesse até o povão ia ficar contra os militares. Pode ficar certo que as
FF AA têm consciência de suas armas e do seu poder em usar a força quando
necessários. Quando a situação assim o requerer pode ter a certeza que os
militares das FF AA agirão em defesa da Pátria e das instituições. Por enquanto
a situação tem que ser resolvida pelo voto universal ao alcance de todos os
brasileiros. Depois… vamos ver como é que fica.”
= Nenhuma ditadura serve para o Brasil – Grupo Ternuma =